CÂMARA
E AGENDA 21 REGIONAL - PARTE II - Capítulo 3 (cont.)
Sílvia
de Castro Bacellar do Carmo
3.2.8 -
Município de Santos
3.2.8.1
- História
Anteriormente
à chegada da esquadra de Martim Afonso de Souza à parte Oeste
da Ilha de São Vicente em 1532, já existia junto à
entrada do estuário, ao Norte da ilha, um ancoradouro amplo e abrigado
das águas e dos ventos, denominado de Porto da Ponta da Praia.
Enquanto o
atracadouro construído junto à Vila de São Vicente
servia a embarcações pequenas, o atracadouro situado na entrada
da Barra servia a embarcações maiores, tornando-se o verdadeiro
Porto de São Vicente, e atraindo a população para
o local. Porém, as terras ao redor deste eram alagadiças,
não sendo propícias à agricultura, o que propiciou
a interiorização dos primeiros habitantes da região.
Braz Cubas,
ajudante de Martim Afonso, estabeleceu-se com seus familiares e pessoal
mais ao fundo do estuário, em torno do Morro de São Jerônimo
[1],
área mais seca e que possuía três ribeirões,
iniciando a formação de um novo povoado, considerado como
o embrião da cidade de Santos. Braz Cubas foi o responsável
pela transferência do Porto para o interior da baía de Santos,
em águas mais protegidas.
Em 1543 foi
construído o primeiro hospital da Colônia, a Santa Casa de
Misericórdia de Santos, e neste mesmo ano o povoado foi oficialmente
fundado por Braz Cubas. Designado como Capitão Mor no ano de 1545,
Braz Cubas elevou o povoado à categoria de Vila no ano de 1546 com
o nome de Vila do Porto de Santos.
A Vila pouco
evolui até o final do século XVII. Os limites de sua área
urbana restringiam-se à sua área comercial, ocupando um sítio
acanhado. Encontrava-se em uma situação de extrema penúria,
que se agravou com a partida dos habitantes mais jovens em direção
às minas de ouro. Em 1683, a cabeça da Capitania de São
Vicente foi transferida para São Paulo, posição oficial
da cidade de São Vicente, mas exercida pela Vila de Santos.
No ano de 1765
foi realizado o primeiro recenseamento santista, apresentando uma população
de 2.081 habitantes, das quais menos da metade eram brancos. Ao final do
séc. XVIII os gêneros alimentícios antes produzidos
nos arredores, passaram a vir de São Paulo.
O séc.
XIX iniciou-se com a população de Santos crescendo em uma
área limitada entre os morros e as praias lodocentas do porto, onde
eram despejados os lixos e detritos de toda espécie. As construções
eram baixas, escuras, abafadas e úmidas.
A Vila de Santos
foi elevada à categoria de cidade em 26 de janeiro de 1839, época
do período Regencial. Em 1851 foi fundado o cemitério público
do Paquetá, fora dos limites urbanos, dando início à
ocupação da zona circunvizinha. O porto começou a
ganhar impulso, com as povoações marítimas vizinhas
enviando para a Vila de Santos os produtos destinados a embarque.
Em novembro
de 1860 iniciam-se os trabalhos de construção da estrada
de ferro Santos-Jundiaí, colaborando com a ampliação
das atividades urbanas. As obras para abastecimento de água e iluminação
a gás só foram autorizadas em 1868, e foram efetivamente
levadas a efeito dois a três anos depois. Por ocasião da abolição
da escravatura, 1888, a cidade ainda possuía um aspecto colonial,
com casarios baixos e ruelas estreitas, apresentando um grande número
de cortiços nas zonas mais centrais, construídos para abrigar
os imigrantes que chegavam em busca de trabalho.
Neste mesmo
ano, foi autorizada pelo Governo Monárquico a construção
do cais da cidade pela Companhia de Docas de Santos (CDS), o que só
teve início no ano seguinte, com a inauguração dos
primeiros 260 metros em 1892 que iam da Rua Brás Cubas até
a ponte da São Paulo Railway, no Valongo; em 1893 foram construídos
mais 400 metros, em 1896 já se encontrava construído 1 km
de cais, alcançando o Paquetá, e, finalmente, em 1909, foi
concluído o último trecho projetado, o qual ia de Paquetá
até Outeirinhos.
O primeiro
recenseamento da fase republicana em 1890 registrou uma população
de aproximadamente 13.000 habitantes, sendo este número inferior
ao constatado em 1886, por volta de 3.000 pessoas. Este fato foi atribuído
às mortes decorrentes da epidemia amarela que ocorreu em 1888 e
à emigração de muitos pelo mesmo motivo. No ano de
1893 foi instalada uma Comissão Sanitária, subordinada ao
governo Estadual, com a finalidade de combater as epidemias que assolaram
Santos a partir dos meados do séc. XIX.
A expansão
da cafeicultura no planalto paulista a partir da última metade do
século, junto com a implantação da ferrovia de com
a construção do cais do porto propiciaram as condições
para o desenvolvimento de um intenso processo de urbanização
em Santos.
Em 1901, a
população de Santos já era de 52.000 habitantes, e
existiam aproximadamente 5.000 casas. Este elevado crescimento demográfico
gerou problemas urbanos decorrentes do subdimensionamento ou ausência
de equipamentos de infra-estrutura de saneamento para atender a esta população.
Em 1905 foi
criada a Comissão de Saneamento de Santos, dirigida por Saturnino
Brito e Miguel Presgreve, com a incumbência de elaborar e executar
o traçado da rede de esgotos e ruas, produzindo o Plano Geral de
Saneamento.
Na primeira
fase foram projetos e construídos seis canais de drenagem, e na
segunda fase os serviços de esgoto. O esgoto coletado era transportado
até a Ponta de Itaipu no município de São Vicente,
e lançados em mar aberto [2].
Este sistema sanitário foi projetado para suportar o crescimento
urbano previsto até o ano de 1940, mas serviu à cidade até
1960.
No início
do séc. XX as Avenidas Ana Costa e Conselheiro Nébias, importantes
eixos viários da cidade na atualidade, já estavam abertas,
calçadas e iluminadas, proporcionando o caminho do centro urbano
da época às praias arenosas.
Na década
de 1920 iniciaram-se as construções nas praias do Boqueirão,
Gonzaga e José Menino pelos moradores mais abastados da cidade,
ao mesmo tempo em que começava o desenvolvimento do Bairro de Vila
Nova, com a construção de palacetes. Os velhos casarões
e sobrados da área central passaram então a ser ocupados
por famílias da classe média ou por famílias da classe
pobre, que os transformava em casa de cômodos ou cortiços.
Outro aspecto
a destacar foi a construção, também na área
central, de grandes armazéns destinados à estocagem de café,
depósitos para mercadorias diversas, moinhos de trigo, pequenas
oficinas mecânicas, e, casa de comércio de diversas categorias.
Santos registrou
um grande crescimento populacional no período de 1920 a 1940, decorrente
de seu desenvolvimento econômico, que provinha principalmente das
exportações de café e das atividades correlatas. A
importância do café para a vida econômica e social da
cidade perdurou até 1960, quando o turismo e o papel de pólo
comercial e de prestação de serviços sobrepuseram-se.
A construção
da Via Anchieta na década de 1950 intensificou o movimento turístico,
provocando um surto imobiliário e transformando as características
da orla da praia, onde foram erguidos conjuntos de edifícios residenciais
para a população visitante. Concomitante registrou-se um
processo de migração das famílias de menor poder aquisitivo
para os morros (Penha, Fontana e Nova Cintra), que se transformaram em
densos bairros operários, assim como uma ocupação
das áreas de várzeas (Chico de Paula, Matadouro e Areia Branca).
Os chalés
de madeira, característicos da construção santista,
passaram a dar lugar às construções de alvenaria.
Junto com os edifícios da orla da praia, foram construídos
jardins que perfazem uma extensão de 7 km, passando esta zona da
cidade a concentrar grande parte das atividades comerciais e de lazer.
Ao final da década de 1960 Santos possuía duas áreas
marcantes dentro de sua estrutura urbana: o centro tradicional da cidade
e a orla da praia, com um centro secundário no Bairro do Gonzaga,
destinado a um comércio mais sofisticado.
A partir de
1960, as antigas casas e casarões passaram a ser substituídos
por edifícios de três pavimentos, dando início ao processo
de adensamento da área insular, e o centro tradicional entrou em
um processo de degradação, devido à mudança
de muitas atividades para outros bairros.
O incremento
demográfico perdurou durante as décadas de 1970 e 1980, colaborando
para a ocupação clandestina do território, surgindo
três novas aglomerações: os diques da zona noroeste,
o Bairro da Alemoa, junto à marginal da Via Anchieta, e, a Vila
Progresso, na ligação entre os Morros de Nova Cintra e São
Bento.
Realizando
um resumo sobre o histórico de ocupação de Santos
chega-se à constatação de que o desenvolvimento da
cidade deu-se em fases sucessivas: primeiro em função do
desenvolvimento das atividades portuárias; depois, pela demanda
por áreas de lazer e turismo da população do planalto
e, finalmente, pela implantação do pólo industrial
de Cubatão. Santos acabou se tornando o pólo regional da
RMBS, e constitui uma força econômica própria.
3.2.8.2
- Caracterização
O município
de Santos possui uma extensão territorial total de 271 km²,
dividida em Área Insular e Área Continental. Divide a ocupação
da Ilha de São Vicente com o município de mesmo nome, ocupando
39,4 km²; o restante, 231,6 km² refere-se à área
localizada no continente. A área continental está separada
da porção insular pelo canal do estuário, conforme
mostra o esquema a seguir, apresentado na figura
3.21.
Figura
3.21: Áreas Insular e Continental Fonte: Prefeitura Municipal de Santos, 2003.
Faz limite
ao Norte com Santo André, Mogi das Cruzes e Salesópolis,
ao Sul com o Oceano Atlântico e Ilha de Santo Amaro, onde está
localizada a cidade de Guarujá, ao Leste com Bertioga e a Oeste
com Cubatão e São Vicente. Sua posição geográfica
em relação aos demais municípios pode ser observada
na figura 3.22.
Figura
3.22: Localização de Santos na RMBS Fonte: CETESB,
2003b.
Situada a 70
km da capital, São Paulo, é acessada pelas Rodovias Anchieta,
Imigrantes e Caminho do Mar. Suas principais atividades econômicas
são o Porto, o comércio, o turismo e a pesca.
Pelo último
Censo do IBGE, realizado em 2000, a cidade de Santos possui uma população
fixa de 417.983 habitantes, sendo 415.747 hab. da área urbana e
2.236 hab. da área rural. Na época de temporada, meses de
julho, dezembro e janeiro, devido às suas atividades turísticas,
recebe um grande contingente de pessoas, considerado como população
flutuante e calculado em torno de 137.000 pessoas.
Em relação
à forma de ocupação do território têm-se
duas áreas bastante distintas: enquanto a área insular encontra-se
totalmente ocupada com forte adensamento populacional, não apresentando
condições físicas de expansão, a área
continental está caracterizada no Plano Diretor vigente como área
de expansão urbana. Do total dos 231,6 km² da área continental,
apenas 29,5 km² estão reservados para expansão urbana,
enquanto os restantes 202,3 km² são classificados como zona
de preservação ambiental.
Com exceção
de uma área relativamente pequena ocupada pelos morros, o restante
dos 39,4 km² do território insular é baixo e plano,
com os lençóis freáticos situados a menos de 2 metros
de profundidade, o que significa que qualquer poluição das
águas superficiais ou do solo repercute sobre a qualidade de água
de toda ilha e praias.
Conforme já
referenciado no item sobre a história da cidade, no início
do século (N.E.: século XX)
o engenheiro sanitarista Saturnino Brito desenvolveu um programa de saneamento
baseado no princípio de separar as águas de rios e córregos
das do esgoto, projetando e construindo seis canais superficiais, dando
início a um sistema até hoje utilizado.
No final da
década de 60 foi construído um sistema coletor, constituído
de uma Estação de Pré-Condicionamento de Esgotos (EPC)
[3]
e de um emissário submarino, destinando todo o esgoto coletado na
ilha para um único ponto de descarga, e mais três canais,
dois subterrâneos e um superficial; o Emissário Submarino
do José Menino foi originalmente construído a 10 metros de
profundidade, com o ponto de despejo a 4,5 km das praias; no ano de 2003
sofreu uma remodelação, tendo sua extensão ampliada
em 180 metros no trecho oceânico e 250 metros no terrestre (ESTRANGEIROS...,
2003).
A partir de
1990, iniciou-se uma parceria entre o governo municipal e estadual para
um programa de recuperação da balneabilidade das praias:
numa primeira etapa, em curto prazo, impediu-se, através da reabilitação
das comportas existentes, a contaminação do mar pelos canais,
admitindo suas águas poluídas na rede coletora de esgoto;
em médio prazo foram realizados trabalhos para detectar e eliminar
os lançamentos de esgotos domésticos no sistema de drenagem.
Nos últimos
anos a SABESP ampliou a rede coletora de esgoto da cidade, atingindo o
percentual de 94% de população atendida. Dados do CENSO 2000
registram que naquele ano o município contava com um atendimento
de 94,42%.
O abastecimento
de água atingia 99,66% no ano de 2000 de acordo com o último
Censo, e a coleta de resíduos sólidos, 99,62%. O município
apresenta um alto consumo médio por pessoa, alcançando o
valor de 180 litros por dia, quando a ONU preconiza a taxa de 120 litros
por pessoa ao dia (CAMINHO..., 2004).
O Município
apresenta bons índices em pesquisas sociais. O Atlas de Exclusão
Social divulgado no início de 2003, e elaborado com base nas informações
do Censo 2000, apresenta Santos como o quarto município brasileiro
com menor índice de exclusão social [4]
(RANKING..., 2003).
A pesquisa
do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)
sobre a qualidade de vida, medido através do Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal (IDH-M), com base no ano de 2000, e divulgado em 2003,
coloca Santos como a quinta melhor cidade do país para se viver
(A QUINTA..., 2003).
A partir também
de dados coletados pelo Censo 2000, o Núcleo de Pesquisas e Estudos
Socioeconômicos (NESE) da Universidade Santa Cecília (UNISANTA)
desenvolveu estudo específico sobre as diferenças sociais
entre os quarenta e sete bairros e morros da cidade, apresentado como resultado
um mapa de exclusão e inclusão social a partir do maior e
menor Índice de Exclusão e Inclusão Social (IEIS).
A metodologia
empregada para a obtenção dos IEIS utilizou-se de quatro
levantamentos: 1) o de autonomia de renda dos chefes de família,
2) o IDHM, da qualidade de vida (avalia o conforto domiciliar), e 4) o
de equidade (número de mulheres como chefes de família, e
sua alfabetização). O coordenador do Programa considera que
o IEIS tanto indica a opção de local para residir, como os
locais que requerem uma maior atenção por parte do Poder
Público, podendo subsidiar suas ações.
Os bairros
mais excluídos socialmente são a Alemoa e o Morro da Caneleira.
Os mais incluídos são Campo Grande, Vila Belmiro, Aparecida,
Ponta da Praia, Embaré, Pompéia, José Menino, Boqueirão
e Gonzaga. Cumpre observar que a área continental não foi
incluída na pesquisa (DIGUÉ, 2004).
A figura
3.23 reproduz o produto final da pesquisa realizada pelo NESE, podendo-se
observar que as áreas de maior inclusão social encontram-se
à orla da praia.
Figura
3.23: Mapa de Inclusão e Exclusão Social Fonte: NESE, 2004.
Santos apresenta
algumas áreas consideradas como bolsões de pobreza,
locais onde predominam a concentração de favelas e cortiços.
Atingem a Zona Noroeste, os morros, e a região central (RANKING...,
2003).
A maior área
de assentamento subnormal é conhecido como Dique da Vila Gilda.
Trata-se na verdade, de um conglomerado de oito favelas ligadas por becos
e imensos labirintos – Caminho São Sebastião, Caminho Divisa,
Capela, São José, Mangue Seco, Vila Telma, Butatã,
e Vila Mansur. O Dique da Vila Gilda está separado do Município
de São Vicente pelo Rio do Bugre, cuja margem está ocupada
por favelas, como o Dique do Sambaiatuba, além do antigo Lixão.
Pesquisa realizada
pela Universidade de Santos (UNISANTOS) registrou uma população
de aproximadamente 22 mil pessoas no primeiro semestre de 2003, habitando
esta área.
A Prefeitura
criou em 1997 o "Programa de Congelamento de Favelas", com a finalidade
de fiscalizar e monitorar o desenvolvimento das favelas; conta com a parceria
do Ministério Público e da Companhia Habitacional da Baixada
Santista (Cohab), possuindo uma equipe permanente de dez pessoas (MALZONE,
2003).
3.2.8.3
- Quadro e Política Ambiental
A Secretaria
de Meio-Ambiente (SEMAM) é o órgão responsável
pelo planejamento e ações ambientais no município
de Santos. Possui um amplo quadro de funcionários, quando comparado
com a estrutura disponível nos outros municípios da RMBS.
A Lei Complementar
nº 423, de 28 de dezembro de 2000, que trata da estrutura organizacional
da Prefeitura Municipal de Santos (PMS), coloca como objetivos da SEMAM
a implementação de programas e projetos de proteção
aos recursos naturais, de saneamento ambiental e de fiscalização
e controle dos processos produtivos, com vistas ao desenvolvimento ecologicamente
sustentado, consubstanciado no Plano Diretor do Município.
Esta Secretaria
está, por sua vez, estruturada em dois departamentos além
do Gabinete, o Departamento de Planejamento Ambiental (DEPLAMB), e o Departamento
de Controle Ambiental. A função do DEPLAMB é a de
elaborar projetos, programas e ações ambientais a curto,
médio e longo prazo, enquanto que ao Departamento de Controle Ambiental
compete coordenar programas, projetos e estudos de sistemas de saneamento
ambiental, disposição de resíduos sólidos nas
vias públicas e terrenos edificados, assim como a fiscalização
ambiental em geral.
Segundo o DEPLAMB,
os principais problemas ambientais do município diagnosticados pela
administração municipal são:
as
ligações clandestinas de esgoto; a
deposição irregular de resíduos sólidos em
vias públicas; a poluição sonora por casas noturnas e barzinhos; depósito
de lixo nos mangues; e, as
fezes de animais em vias públicas.
Muitos dos
programas ambientais desenvolvidos pela Secretaria são realizados
em parcerias entre os 1º, 2º e 3º setores, além de
contarem com o apoio de indivíduos voluntários. No ano de
2003 estavam sendo desenvolvidos os seguintes programas:
Nossa
Praia: visa orientar os banhistas sobre a importância da preservação
das praias, além de promover a distribuição de sacolas
de plásticos aos mesmos, para que estes depositem aí os resíduos
dos produtos consumidos na faixa de areia. É promovido pela SEMAM,
e patrocinado pela Libra – Terminal 37, empresa portuária, contando
com o apoio do Rotary Clube Santos-Ponta da Praia, Clube Soroptimista Internacional
de Santos e Soroptmist Santos Praia. Desenvolve a capacitação
de jovens de 15 a 18 anos, que trabalham nos finais de semana e feriados,
na faixa de areia das praias santistas;
Cate
a Caca do seu Totó: objetiva conscientizar os munícipes
sobre a importância da coleta das fezes dos seus animais;
Programa
de Coleta Seletiva: destina-se à coleta seletiva de materiais
recicláveis. Apesar da Secretaria declarar que atinge 100% do município,
esta informação não condiz com a realidade. Os caminhões
específicos para esta coleta passam pelas ruas em dias programados,
mas grande parte da população não realiza a pré-seleção
necessária para o recolhimento, assim como não existem equipamentos
urbanos específicos nos logradouros da cidade para a separação
dos mesmos;
Programa
Troca-Treco: o objetivo deste programa é o de diminuir o descarte
de resíduos plásticos nos rios e nas encostas de morros;
desenvolvido pela SEMAM, troca 100 quilos de material limpo por uma cesta
básica. Não atende a cidade inteira, restringindo-se aos
seguintes bairros e morros: Jardim São Manuel, Rádio Clube,
Vila Pantanal, Morros Santa Maria, José Menino, São Bento
e Vila Progresso;
Programa
Cata-Treco: trata-se da Coleta e Disposição Final de
Materiais Volumosos. É executado pela PRODESAN, atendendo semanalmente.
Possui o objetivo de evitar que estes volumes sejam depositados em logradouros
públicos, o que constitui uma ação ilegal pelo Código
de Posturas, podendo acarretar acidentes poluidores do meio-ambiente;
Programa
Interno de Coleta Seletiva: destinado à coleta de papéis
produzidos no próprio local de trabalho, este Programa é
realizado nas repartições do Paço Municipal, Câmara
Municipal e PRODESAN;
Reciclando
no Parque: visa levar a Educação Ambiental à população
da Zona Noroeste, assim como o lazer. Realizado no Parque da Regional da
Zona Noroeste, conta com o apoio da ONG Fórum Juvenil da Agenda
21 (FORJA 21);
Programa
de Jovens: criado em 1999, é coordenado pela SEMAM. Objetiva
capacitar jovens para o eco-mercado de trabalho. Além de Santos,
outros seis municípios paulistas desenvolvem este programa sob a
coordenação da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde
da Cidade de São Paulo. Participam também as Secretarias
Municipais de Turismo, Planejamento, e, Ação Comunitária
e Cidadania, possuindo o apoio do Rotary Clube Santos-Ponta da Praia, SESI,
Cohab, ONG Vida e voluntários em geral;
Projeto
Terra: trata-se de um programa de recuperação psicossocial,
realizado através do plantio de espécies vegetais voluntário
como instrumento de terapia;
Verão
Legal com Educação Ambiental: o objetivo deste programa
é o de promover a consciência ambiental dos santistas e turistas
durante os meses de alta temporada, contando com a parceria das ONGs FORJA
21 e Ação Ambiental Legal;
Projeto
Agente Jovem: visa capacitar jovens nas áreas de meio-ambiente,
saúde, turismo, esporte, cultura, para que possam atuar como agentes
multiplicadores nos bairros onde residem;
Adote
uma Praça: coordenada pela Secretaria de Obras e Serviços
Públicos (SEOSP), é desenvolvida em parceria com a SEMAM
e a Secretaria de Saúde. Incentiva a parceria de entidades privadas
com o poder público na conservação de áreas
verdes da cidade, empregando pacientes cadastrados nos tratamentos psicossociais.
Está inserido no "Projeto Terra";
Laboratório
de Controle Ambiental: realiza análises diárias das condições
de balneabilidade das praias, dos canais e do estuário. Nas instalações
deste Laboratório encontra-se a central de automatização
das comportas dos canais de drenagem.
Além
deste programas, também são realizadas pela SEMAM visitas
monitoradas ao Jardim Botânico, e à Usina de Separação
de Recicláveis do Alemoa, localizada junto ao antigo Lixão,
assim como palestras e oficinas de Educação Ambiental. Em fase de
projeto existem vários Programas:
Curso
de Capacitação para Professores: direcionado para o nível
de educação formal, será primeiramente aplicado nas
escolas municipais, pretendo-se estender à toda a rede escolar numa
segunda fase. Objetiva formar agentes multiplicadores sobre as questões
ambientais;
Herbário:
a ser implantado no Jardim Botânico Chico Mendes;
Censo
de Arborização: objetiva realizar um diagnóstico
da arborização da cidade através de um levantamento
arbóreo, e análise da quantidade de espécies, condições
fitossanitárias e locais de plantio. Deverá ser realizado
por técnicos da Coordenadoria de Parques e Jardins e da SEOSP;
Plano
de Manejo Sustentável do Vale do Quilombo;
Implementação
de Parques Urbanos nos Morros: objetiva proteger e racionalizar o uso
dos recursos ambientais representativos da área insular do município;
Inventário
das espécies vegetais das áreas verdes naturais e construídas:
visa alimentar o Banco de Dados Ambientais;
Plano
Diretor de Arborização e Áreas Verdes: objetiva
subsidiar as ações do poder público com informações
técnico-científicas fundamentadas.
A Educação
Ambiental é realizada através de ações pontuais
e de programas permanentes, citados anteriormente, tanto a nível
formal, junto às instituições de ensino, quanto a
nível informal, nas associações de bairro, meios de
comunicação e organizações da sociedade civil.
Santos não
possui ainda um Plano Diretor de Meio-Ambiente. Suas políticas ambientais
derivam de artigos específicos sobre o meio-ambiente que constam
no PD e no Código de Posturas.
O Conselho
Municipal de Meio-Ambiente (COMDEMA) de Santos foi criado através
da Lei nº 1660, de 11 de março de 1998. É um órgão
autônomo e deliberativo, tendo sido instituído dentro de um
modelo paritário, com um total de 40 membros. Com a função
de gerenciar e definir as políticas públicas do meio-ambiente
possui como uma de suas atribuições a análise e pareceres
de Estudos e Relatórios de Impactos Ambiental. Devido a problemas
de mudanças na estrutura administrativa do executivo municipal,
que implicou no desmembramento de secretarias, este Conselho deixou de
atuar no período de julho de 2000 a março de 2003.
No segundo
semestre do ano de 2003 encontravam-se em discussão o Código
Ambiental do Município, ".... elaborado a partir de itens do Código
de Posturas Municipal que estejam relacionados a questão ambiental"
(CIDADE..., 2004), e a criação do Fundo Municipal de Preservação
do Meio-Ambiente, voltado para programas que beneficiem o meio-ambiente,
e provido financeiramente com os recursos oriundos de ações
ambientais (ÓRGÃO..., 2003) .
No período
de 1960 até o início do ano de 2003, os resíduos sólidos
coletados no município de Santos eram depositados no Lixão
da Alemoa, localizado na Zona Noroeste. Análise da CETESB, datada
de 1992 já considerava na época o local saturado e nocivo
ao meio-ambiente. Em 1999 a Prefeitura de Santos assinou um Termo de Ajustamento
de Conduta (TAC) com o Ministério Público de Santos e com
a CETESB, comprometendo-se a desativar o Lixão até setembro
de 2001, prazo dilatado posteriormente para setembro de 2002 (MP..., 2002).
Na ocasião
do acordo, o Lixão recebia por dia 500 toneladas de detritos coletados
pelo órgão municipal, e mais 300 ton. de detritos de entulhos
provenientes de caçambas. Até ser desativado o Lixão
da Alemoa recebeu aproximadamente 5,5 milhões de toneladas de resíduos,
sendo estimado que 90% eram de natureza orgânica (MANSUR..., 2002).
A Prefeitura
apresentou o EIA/RIMA para um Aterro Sanitário em 1995, tendo sido
escolhido um local na área continental junto a uma pedreira desativada
e nos limites do Parque Estadual da Serra do Mar. A licença para
implantação do empreendimento foi concedida no mesmo ano,
mas o preparo da área ultrapassou o prazo previsto.
Com o início
da operação do Aterro Sanitário do Sítio das
Neves, os resíduos coletados continuaram a ser levados para o Lixão,
mas agora para uma área de transbordo com capacidade para 500 ton.
Deste local seguem pata o Aterro, onde são despejados, compactados,
e cobertos por duas camadas de 30 cm de argila, intercaladas com uma camada
de polietileno de alta densidade, com o objetivo de manter a estabilidade
e impermeabilidade do solo.
Foram instalados
no local de deposição, drenos para eliminar a concentração
de gases, como previsão para eventuais incêndios. Quanto ao
chorume, este é recolhido e acumulado temporariamente em um reservatório,
sendo posteriormente transportado pela SABESP para a Capital, onde recebe
o tratamento adequado.
De acordo com
a CETESB – Agência Ambiental da Baixada Santista, o Aterro obedece
todas as normas legais exigidas. Para primeira fase foi aprovada a utilização
de uma área de 22 mil m², com uma previsão de saturação
de um ano e meio aproximadamente, isto é, segundo semestre do ano
de 2004. Para a segunda fase, a empresa responsável pela administração
do Aterro deverá solicitar autorização para utilização
de outra parte do terreno (AEROPORTO poderá..., 2003).
A partir de
julho de 2003 o Aterro do Sítio das Neves passou também a
receber os resíduos sólidos da cidade de Cubatão,
calculado em 75 ton. diárias (SÍTIO..., 2003). Nesta ocasião,
a empresa administradora declarava uma média diária de aproximadamente
700 ton. provindas de Santos.
Na época
da desativação do Lixão atuavam na área 170
catadores, dos quais 110 residiam em Santos. Com a proibição
da entrada dos mesmos no novo Aterro instalado, e na área de transbordo,
os 97 catadores de lixo cadastrados pela Secretaria de Ação
Comunitária foram deslocados para frentes de trabalho na própria
área da Alemoa (CATADORES estão..., CATADORES são...,
2003).
O sistema de
limpeza pública municipal é coordenado pela entidade autárquica,
Progresso e Desenvolvimento de Santos (PRODESAN). O serviço de coleta
é terceirizado para uma empresa da região, e as atividades
de translado para o Aterro pela empresa que administra o mesmo. A PRODESAN
desenvolve um "Plano de Remediação e Uso Restritivo da Alemoa",
ainda não finalizado (LIXO vai..., 2004). As ações
municipais relativas à limpeza pública não envolvem
a área portuária, cuja responsabilidade cabe à CODESP.
De acordo com
matéria veiculada na imprensa local, a gerência regional da
CETESB considera que as medidas de proteção ao ecossistema
são apenas paliativas, não se constituindo em ações
voltadas para a melhoria do planejamento ambiental do Porto de Santos;
destaca a falta de higienização da malha viária que
acumula uma série de resíduos, e também o permanente
odor desagradável nas redondezas dos armazéns, próximo
a áreas residenciais (CETESB critica..., 2003).
O "Programa
de Reciclagem de Materiais nas áreas residenciais e comerciais do
Município de Santos" foi instituído através da Lei
nº 1923, de 28 de dezembro de 2000. O artigo 2º define que a
coleta deveria ser realizada através de dois métodos: a coleta
porta
a porta e em Postos de Entrega Voluntária. Estes Postos nunca
foram instalados, e a coleta porta a porta é realizada pela
PRODESAN desde 1990, através do Programa de Coleta Seletiva; porém,
este Programa tem baixa adesão por parte da população,
registrando uma ociosidade de 80%, visto a população não
estar desenvolvendo a separação doméstica dos resíduos.
Dados de junho
de 2002 mostram que do total de 12 mil ton. de resíduos coletados,
apenas 140 ton. são de resíduos limpos, correspondendo a
1,16%. O serviço de limpeza pública conta com uma Usina de
Reciclagem locada ao lado do Lixão desativado, empregando um total
de 70 funcionários (CONSCIENTIZAÇÃO..., 2002).
O Plano Diretor
de Desenvolvimento e Expansão Urbana do Município de Santos,
promulgado pela Lei Complementar nº 311 de 23 de novembro de 1998,
contempla o meio-ambiente em vários artigos. Reproduz-se a seguir
o art. 15 o qual estabelece as diretrizes ambientais:
Art. 15- As
diretrizes ambientais são:
I - garantir
a preservação e a proteção e a recuperação
do ambiente natural e construído, mediante controle da poluição,
visual, sonora, da água, do ar e do solo:
II - estabelecer
normas, critérios e padrões de emissão de efluentes
e de qualidade ambiental, bem como normas relativas ao uso e manejo de
recursos ambientais, naturais ou não, em conjunto como os órgãos
estadual e federal, adequando-os permanentemente em face da legislação
e de inovações tecnológicas;
III - promover
o monitoramento e fiscalização das fontes Poluidoras;
IV - informar
a população sobre os níveis de poluição,
a qualidade do meio-ambiente, as situações de riscos de acidentes,
a presença, de substâncias nocivas ou potencialmente nocivas
a saúde, bem como os resultados
dos monitoramentos;
V - acompanhar
as políticas metropolitanas de preservação dos recursos
e das reservas naturais da região, especialmente as relativas ao
solo; a) gerenciamento
costeiro; b) gerenciamento
dos recursos hídricos; c) gerenciamento
da disposição final dos resíduos sólidos;
VI - promover
e incentivar ações integradas entre os municípios
da região, destinadas à proteção, preservação,
conservação, melhoria, recuperação, controle
e fiscalização dos seus ecossistemas;
VII - promover
o adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do
parcelamento, do uso da ocupação do solo, visando a proteção
do meio-ambiente;
VIII - disciplinar
a utilização de áreas críticas, tais como mananciais,
fundos de vales, e áreas de altas declividades, de risco geológico
ou sujeitas a enchentes, garantindo mecanismos que assegurem n controle
o a eliminação das situações de riscos ambientais;
IX - adequar
a legislação de uso e ocupação do solo aos
parâmetros de permeabilidade adotados adotados nos projetos de canalização
de rios e córregos bem como observar faixas non aedificandi
ao longo dos cursos d'água;
X - promover
a extensão da rede de saneamento básico nas áreas
urbana e de expansão urbana;
XI - adotar
a legislação, com o objetivo de classificar os empreendimentos
segundo sua natureza, porte e classificação, do modo a exigir
medidas mitigadoras dos impactos ambientais negativos;
XII - exigir
a realização de estudo prévio de impacto ambiental
para os empreendimentos classificados segundo ao inciso anterior, como
atividade potencialmente causadoras de impactos ambientais negativos;
XIII - promover
a educação ambiental em todas os níveis de ensino
e a conscientização pública para a preservação
do meio-ambiente,
XIV - fixar
diretrizes ambientais para elaboração dos projetos do parcelamento
do solo, bem como para a instalação de atividades e empreendimentos
no âmbito da coleta ou disposição dos resíduos;
XV - Incentivar
a recuperação e/ou urbanização de áreas
degradadas, naturais ou não;
XVI - incentivar
a solução de problemas comuns relativos ao meio-ambiente,
mediante celebrarão de acordos, convênios e termos de cooperação
técnica;
XVII - proteger
o patrimônio de reconhecido valor cultural, artístico, histórico,
estético, faunístico, florístico e turística.
prevendo sua utilização em condições que assegurem
a sua conservação;
XVIII - promover
a ampliação, implantação e manutenção
de parques e de áreas verdes;
XIX - controlar
e fiscalizar a produção. armazenamento, transporte. comercialização,
utilização e destino final de substâncias efetiva ou
potencialmente tóxicas, explosivas ou radioativas.
A Lei Complementar
nº 312, de 23 de novembro de 1998, trata do Uso e Ocupação
do Solo na Área Insular. Na época de sua promulgação
já incorporava alguns dos instrumentos urbanísticos do Estatuto
da Cidade. São eles, conforme denominados na retro-citada Lei: a)
transferência de potencial construtivo, b) adicional oneroso de coeficiente
de aproveitamento e adicional não oneroso de coeficiente de aproveitamento,
e, c) implantação dos corredores de proteção
cultural.
Em 2001, através
das Leis Complementares nº 447 e 448, foi promovida: a) a adaptação
do PD e Uso e Ocupação ao Estatuto da Cidade, com a alteração
de terminologias para "Transferência do Direito de Construir" e "Outorga
Onerosa do Direito de Construir", 2) a inclusão de previsão
dos outros instrumentos urbanísticos – parcelamento, edificação
ou utilização compulsórios, IPTU progressivo no tempo,
direito de preempção, alteração de uso com
contrapartida onerosa, EIV em áreas urbanas, e 3) a definição
de sistema de controle do planejamento urbano e instrumento de gestão
democrática.
A área
continental foi contemplada através da Lei nº 359, de 23 de
novembro de 1999. Esta mesma Lei institui a Área de Proteção
Ambiental (APA), dividida em 4 (quatro) zonas [5],
com restrições gradativas, visando os efeitos de preservação,
conservação e proteção do meio-ambiente.
Em 1999, através
da Lei nº 1776 foi criado o Conselho Municipal de Desenvolvimento
Urbano de Santos (CMDU). Insere-se no sistema de planejamento municipal,
visando estimular a participação da sociedade nas diversas
discussões relativas às diretrizes estabelecidas no PD. Além
de atuar na atualização do referido Plano, o CMDU possui
em suas pautas de discussões a questão da regularização
fundiária, a regionalização do Porto de Santos [6],
e a elaboração de proposta do instrumento urbanístico
"Estudos de Impacto de Vizinhança", entre outros (SANTOS, 2003a).
A PMS mantêm
uma equipe voltada exclusivamente para a regularização fundiária
intitulada "Grupo de Trabalho Permanente de Regularização
Fundiária". É coordenada pela Secretaria de Planejamento
(SEPLAN), e conta com a participação de várias Secretarias
e órgãos municipais. A prioridade concentra-se em três
regiões: o Bairro do Caruara, localizado na área continental,
e os morros de Vila Progresso e Nova Cintra. Santos ainda não participa
do Projeto Habitar-Brasil, como os municípios vizinhos de São
Vicente, Bertioga e Guarujá, porém, está pleiteando
a participação através de projeto desenvolvido para
o Dique de Vila Gilda (LOPES, 2004).
A construção
da segunda pista da Rodovia dos Imigrantes é vista pela administração
municipal como uma oportunidade para a retomada do desenvolvimento da Baixada
Santista. A SEPLAN, em parceria com outros órgãos municipais
e estaduais, desenvolve estudos para quatro obras consideradas essenciais
para a observação do impacto causado pela segunda pista.
São
todas direcionadas ao sistema viário: 1) túnel ligando a
Zona Noroeste a Zona Leste; 2) implantação da Av. Perimetral
Portuária; 3) remodelação da interligação
entre a Rodovia dos Imigrantes e a Rodovia Anchieta; 4) construção
de nova interligação entre as duas rodovias, margeando o
canal do Casqueiro (Cubatão) até o bairro da Alemoa (Santos).
A SEPLAN propõe
outras obras viárias para a mitigação do impacto causado
pela nova rodovia, como o incentivo à construção de
túnel sob o estuário de Santos e a complementação
de Sistema Semafórico Centralizado. Partindo do pressuposto que
a viagem entre o planalto e o litoral tornar-se-á mais rápida
e segura, considera que haverá um maior fluxo de veículos
e pessoas nos finais de semana, assim como um aumento da população
fixa, com um aumento da demanda por imóveis, serviços, comércio,
lazer e serviços públicos (SANTOS.SEPLAN, 2003b).
Santos conta
oficialmente com uma Agenda 21 Local, cujo processo e ações
são tratados no item 3.8.2.
NOTAS:
[1]
Com a construção da Capela de Mossa Senhora do Monte Serrat
entre os anos de 1602 e 1605, o Monte de São Jerônimo passou
a ser denominado Monte Serrat. [2]
A Ponte Pênsil, inaugurada em 1914, foi construída para sustentar
os canos de esgoto através do canal marítimo que separa a
Ilha de São Vicente do continente, onde se localiza a referida Ponta
de Itaipu, atualmente integrante do Município de Praia Grande. A
partir de 1915 o serviço de esgoto de São Vicente foi ligado
a este sistema.
[3]
A função do EPC é a de retirar os materiais sólidos
não orgânicos do esgoto coletado, e, promover a coloração
do restante antes que sejam despejados no mar.
[4]
O índice de exclusão social leva em conta sete indicadores
sociais: pobreza, juventude, alfabetização, escolaridade,
emprego formal, violência, e, desigualdade.
[5]
As quatro zonas são: I – Zona de
Uso Especial – ZUE: compreende a área do Parque Estadual da Serra
do Mar;
II – Zona de
Preservação – ZP: dedicada à proteção
de ecossistemas, dos recursos genéticos, das populações
tradicionais e à preservação do ambiente natural,
servindo à pesquisa, educação, uso técnico
e científico;
III – Zona
de Conservação – ZC: áreas com as características
do ecossistema, em parte, em estado originais, contíguas às
definidas como ZP;
IV – Zona de
Uso Agropecuário – ZUA: áreas com ecossistemas parcialmente
degradados, onde existem ou possam existir atividades agrícolas
e pecuárias, empreendimentos de turismo, lazer e unidades comerciais.
[6]
Atualmente a administração do Porto de Santos é de
competência do Governo Federal. Será repassada ao Governo
do Estado e aos Municípios de Santos, Guarujá e Cubatão.
O protocolo de intenções para esta alteração
administrativa foi assinado em agosto de 2001, e o processo ainda se encontra
em andamento (SEPLAN, 2003). |