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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 18/5/1999.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/07/00 14:13:50
BUG DO MILÊNIO
Riscos 

"Por quê parou? Parou por quê? Ninguém reparou?" - Gerson cita que todos os computadores PC 486 ou inferiores contêm o Bug do Milênio em seus processadores Real Time Clock (RTC - Relógio de Tempo Real). Alguns equipamentos vão travar, na virada do ano, e só poderão operar simulando-se datas com anos iniciados por [19..]. Alguns farão isso diretamente, voltando no tempo até 1900 ou a uma data inicial pré-estabelecida pelos fabricantes. Muitos equipamentos Pentium e Pentium II também terão esse problema.

Mas, não pense o leitor que o problema termina aí. Mesmo recém-lançado, o Windows-98 da Microsoft já possui arquivos para cópia via Internet no endereço da Microsoft para correção de falhas relacionadas ao Bug. O banco de dados Access 2.0 tem problemas e a Microsoft diz que não se responsabiliza pelas conseqüências, apesar de ser um programa produzido por ela. A propósito, leia os contratos de licença de uso dos programas e de venda dos equipamentos e, provavelmente, encontrará uma cláusula esperta que isenta o fornecedor de responsabilidades (usam a palavra inglesa capable em lugar de complied, de significado bem mais abrangente, como Informática explicou em 16/2/1999).

A calculadora HP 92C - uma das mais usadas no Brasil - precisa de atualização (disponível na Internet) e de uma placa (a ser adquirida pelo usuário). Fornos de microondas e videocassetes são outros exemplos de produtos afetados pelo Bug do Milênio, em função dos chips que possuem, embora nesse caso o desconforto se limite a um reajuste no relógio e à eventual falha na gravação de um programa de televisão no início de 2000.

Aviação e energia – Gerson investigou o problema de falhas nos computadores de aeronaves e aeroportos. Descobriu que poucas datas são usadas no controle de aeronaves, não devendo afetá-las. O problema poderá estar nos aeroportos, tanto que empresas como KLM, Lufthansa e Swissair já decidiram não colocar aviões para certas cidades do mundo onde não há garantias de que os sistemas dos aeroportos estejam compatíveis com o Y2K. Nos Estados Unidos, há uma preocupação grande com os defasados sistemas de controle do tráfego aéreo desse país. 

De qualquer forma, as falhas significariam apenas transtornos para os passageiros em filas de check-in e problemas em procedimentos internos de controle (como aconteceu em 1/1999 nos aeroportos de Cingapura). No Brasil, os aeroportos usam um sistema de controle que é praticamente um padrão internacional, de forma que o problema já está solucionado.

O mesmo não pode ser dito do setor elétrico. Gerson acredita haver muito de verdadeiro na teoria de que o recente black-out de quatro horas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste tenha sido causado por um teste mal-sucedido do Bug do Milênio. Como engenheiro, ele não aceita a desculpa do raio na estação de Bauru, pois sabe que as estações possuem um sistema de monitoramento em tempo real que acusaria imediatamente o tipo de problema que surgisse e o local onde ele teria ocorrido. Instantes depois, o gerenciamento nacional do sistema elétrico teria condições de isolar a área atingida, evitando o prolongamento do efeito dominó que desarmou as outras centrais energéticas.

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