SOCIEDADE
Um futuro meio incerto
Haverá compradores
para essas novas tecnologias?
Marcelo Vieira de Castro Santos
(*)
Colaborador
Estava
assistindo a uma palestra sobre Smart Community,
e enquanto o palestrista se colocava e divagava em exemplos e conotações
futuristas, eu viajava pelo mundo de informações que estavam
sendo passadas. Nesse momento, me vi num mundo futuro, onde as residências
vão estar totalmente computadorizadas, tudo vai estar interligado,
shopping,
trabalho, os clubes vão ficar dentro de condomínios fechados.
Tudo isso me tocou profundamente. Mas, quantas pessoas terão acesso
a esse tipo de tecnologia?
Nisso, comecei a pensar nas possibilidades,
e encontrei uma coisa meio preocupante:
1. Se passarmos a trabalhar em nossas
casas, significa que a tecnologia avançou a ponto de não
necessitarmos de tantos funcionários para executar o mesmo serviço;
então, estaremos gerando mais desemprego;
2. Com o aumento do índice
de desemprego, cai o consumo de mercadorias e circulação
da moeda, o que significa que as empresas vão vender menos;
3. As empresas, vendendo menos, não
vão precisar produzir tanto, o que vai gerar mais desemprego, e
tudo isso cria uma grande bola de neve.
Será que aquelas pessoas que
hoje pensam em tecnologia não se conscientizam que em breve não
existirá quem as compre? E aqueles de maior posse financeira que
conseguiriam comprar, tendem a ficar prisioneiros de suas residências,
pois lá fora a segurança será praticamente nula, onde
o número de pessoas passando fome estarão lutando pela sua
sobrevivência.
É, a palestra acabou e eu
voltei ao meu mundo real, mas com uma pulga atrás da orelha. Será
que esse é o futuro do homem?
(*) Marcelo
Vieira de Castro Santos é analista de sistemas e diretor técnico
de uma empresa de desenvolvimento de sistemas.
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