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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - RÓTULAS E... - BIBLIOTECA NM
Nos tempos das rótulas e das baetas (1)

Ambas serviam para as pessoas se esconderem, e foram proibidas por lei
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Clique na imagem para voltar ao índice do livroPor influência árabe-mourisca, os primeiros núcleos populacionais paulistas seguiram costumes como a colocação de rótulas nas casas e o uso de um traje conhecido genericamente como baeta, com um capuz que encobria o rosto. Essas histórias foram narradas pelo escritor Edmundo Amaral em sua obra Rótulas e Mantilhas, publicada em 1932 pela editora Civilização Brasileira, na capital paulista, com ilustrações do famoso chargista Belmonte. Um exemplar da obra, esgotada, foi cedido a Novo Milênio para esta reprodução pelo professor e pesquisador santista Francisco V. Carballa.

Edmundo Amaral foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Santos (IHGS), ao lado de Júlio Conceição e Francisco Martins dos Santos. Embora suas principais referências no livro sejam à capital paulista, valem também para Santos, onde existiam os mesmos costumes (grafia atualizada nesta transcrição):

Rótulas e Mantilhas

Edmundo Amaral

PRIMEIRA PARTE

[...]


Ilustração de E.Amerio, publicada no livro

Evocações

Essas crônicas, agora reunidas em livro, foram, algumas, publicadas esparsamente sobre as folhas volantes das revistas e jornais. Outras são inéditas. Todas são evocativas de nosso passado.

Fatigados das idéias de um presente febril, enervados pela dúvida de um futuro incerto, só no passado nos é grato repousar com segurança como sob de sombra certa e acolhedora de uma velha árvore.

Por isso, é para esse passado que agora nos voltamos, como peregrino cansado ao atravessar as areias de um áspero deserto, e que se volta para traz e avistando sombras amáveis de palmeiras e brancuras de minaretes que lá ficaram na linha do horizonte.

Além disso, nesse momento em que todavia ainda se amam as vidas heróicas, há uma penúria de homens representativos. É necessário, pois, buscar ainda nesse passado, esses vultos magníficos que desde Plutarco tem sido um saboroso exemplo de uma esplêndida lição de gerações que surgem.

Recordando essas figuras desses painéis do passado, evocamos também a sua moldura. Às vezes uma velha muralha, as ruínas de uma antiga taipa ou as cores esmaecidas de uma tapeçaria falam melhor e mais eloqüentemente do que os vinte e quatro volumes da História Universal de Cesar Cantú.

S. Paulo, dezembro 1931.

Edmundo Amaral



Frontispício da obra

Visões Antigas

Évoquer dans ces images

Les demeures d'un autre âge

Et les maisons d'aujourd'hui,

Les pares, les jardins classiques.

Et les berceaux romantiques

Sous la lune de minuit

Will Herr

(Galerie G. Petit)


[...]

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