Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0335b13.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/30/11 12:36:09
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - PORTO & LITERATURA - BIBLIOTECA NM
Os navios iluminados de Ranulpho Prata (M)

Nacionais e de todo o mundo, como os navios que aqui aportam...

 

Clique na imagem para ir ao índice do livroCom o título "História e literatura no porto de Santos: o romance de identidade portuária Navios Iluminados", o jornalista Alessandro Alberto Atanes Pereira desenvolveu esse tema em sua coluna no site PortoGente. Essa dissertação foi defendida como tese de mestrado em 7 de abril de 2008 na Universidade de São Paulo/Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas/Departamento de História, tendo como orientadora Inez Garbuio Peralta e a banca examinadora integrada também por Wilma Therezinha Fernandes de Andrade e Maria Luiza Tucci Carneiro. O autor enviou o material para publicação em Novo Milênio, em 27/1/2011. Clique aqui<< para obter o arquivo final em formato PDF (2,80 MB), ou veja nestas páginas a versão original, mais completa:

Leva para a página anterior

História e Literatura no Porto de Santos:

O romance de identidade portuária Navios Iluminados

 Alessandro Alberto Atanes Pereira

Leva para a página seguinte da série

Capítulo 2 – A literatura de identidade portuária

2.6. As histórias que os portos contam

Franco Moretti, um geógrafo que estuda literatura, defende que "cada espaço determina, ou pelo menos encoraja, sua própria espécie de história". No Altas do romance europeu, o autor escreve que as fronteiras, não só as físicas, mas também as simbólicas, são locais das narrativas em que se multiplicam as metáforas, isto é, o uso de expressões, imagens ou apenas uma palavra para identificar determinado objeto.

De acordo com o apresentado neste capítulo, a literatura de identidade portuária reúne no mesmo espaço de fronteira geográfica e simbólica – o porto – as trocas internacionais, os movimentos populacionais e a sugestão de metáforas (Barcelona, Moscou, espaço híbrido), num esforço de dar significado a este espaço [151].

E que são os navios iluminados do título além de uma metáfora para a vida que José Severino de Jesus jamais conseguiu viver em Santos? Metáfora que se apresenta nesta passagem em que o protagonista presencia a partida do Cap Arcona, um cruzeiro de passageiros que deixava o armazém 24, ao lado do armazém onde ele e a turma 65 descarregavam carvão:

O trecho do cais que ele ocupava tornou-se repentinamente deserto. Só os carvoeiros, sentados no chão, como sombras. A Severino tudo se lhe afigurava sonho. Há poucos instantes tinha diante dos olhos um palácio encantado que desaparecera, num relance, ficando no seu lugar uma tristeza que se espalhava por todas as coisas. No vazio, deixado pelo vapor via, apenas, as águas escuras e sujas. Uma saudade inexplicável, que ele não sabia de onde vinha, apertou-lhe o peito, angustiando-o. (NI, 109) [152]