Companhias, Sociedades, Instituições, Cultos e Associações em geral
[...]
Sociedade Portuguesa de Beneficência - o hospital instalado no bairro do Paquetá
Foto: Indicador Santense 1912
Sociedade Portuguesa de Beneficência
Fundada em 1859
Sede: Rua João Octavio n. 42
Fins:
Manter no mais alto grau de utilidade o hospital que lhe pertence, para tratamento dos sócios enfermos e dos inválidos sem meios de subsistência. Prestar
socorros aos sócios que por falta de meios, desemprego, prisão, moléstia ou decrepitude, deles carecerem, e os que falecerem em pobreza, mandar-lhes fazer o enterro.
Prestar os meios necessários aos que por moléstia forem obrigados a sair desta cidade ou do País.
Socorrer as viúvas dos sócios, e praticar quaisquer outros atos de beneficência, virtualmente compreendidos nos fins desta instituição.
Podem ser tratados no hospital os portugueses recém-chegados, se enfermarem nos primeiros seis meses após a sua chegada e estiverem sem recursos. Também podem ser tratados no hospital,
ou socorridos por qualquer modo, os portugueses náufragos que arribarem a esta cidade.
Alguns dados históricos:
Em 21 de agosto de 1859, por iniciativa dos incorporadores José Joaquim dos Santos Ayram Martins e José Joaquim da Costa e Silva, se reuniram, na casa n. 20 da Rua 15 de Novembro, em
assembléia geral preparatória, vinte sócios para a fundação da Sociedade Portuguesa de Beneficência D. Pedro 5º.
Nessa reunião foram eleitos por aclamação presidente e secretário ad-hoc, respectivamente os incorporadores; e apresentado o projeto dos estatutos, foi discutido e aprovado com
algumas emendas.
Em 16 de setembro seguinte foi eleito e empossado o Conselho Administrativo, ficando assim constituída a Sociedade com 98 sócios, sendo eleito seu primeiro presidente o comendador Manoel
Alves da Silva.
Primeiros socorros hospitalares:
Em 23 de outubro de 1861 foi contratada com a Mesa da Santa Casa de Misericórdia a admissão e tratamento dos doentes da Sociedade no seu hospital pela diária de
1$500 réis.
Construção do hospital:
Em 12 de abril de 1868 foi lançada a primeira pedra para a construção do edifício do hospital.
Este ato foi revestido de todo o esplendor, assistindo a ele as pessoas mais gradas da cidade, o povo em massa, duas bandas de música, uma comissão da Sociedade Portuguesa de
Beneficência de S. Paulo, e alguns cavalheiros mais daquela cidade.
A construção do edifício do hospital foi efetuada por quatro vezes: pela primeira, construiu-se a parte da frente (central com a porta de entrada e janelas de cada lado); pela segunda, o
resto da frente e as duas alas laterais até as escadas da chácara, inclusive; pela terceira, a parte de trás fechando o pátio, e o pavilhão hidroterápico; e pela quarta o pavilhão de operações.
O terreno em que está edificado o hospital e que é situado entre as ruas Amador Bueno e Rosário, e com frente para a Rua João Otávio, foi dado pelo comendador
Antonio Ferreira da Silva, e sua esposa d. Maria Luiza Ferreira da Silva, por escritura pública de 18 de março de 1868. A doação deste terreno havia sido feita, mas verbalmente, e comunicada à diretoria, em sessão de 15 de dezembro de 1867 pelo seu
vice-presidente Domingos Ferreira de Paiva e em 18 de março de 1868 é que foi passada a respectiva escritura de doação.
Inauguração do hospital:
Em 20 e 21 de novembro de 1877 foi deliberada pelo Conselho Deliberativo a abertura do hospital em virtude de proposta e a instâncias do diretor Alfredo Monte Negro, e essa inauguração
foi realizada em 6 de janeiro de 1878.
Apesar de o Conselho Administrativo querer dar ao ato um caráter todo modesto, ele tornou-se majestoso, pois que compareceram para assistir-lhe grande número de sócios, damas,
cavalheiros, um representante da Sociedade Portuguesa de Beneficência de S. Paulo, e o vigário da paróquia, cônego Scipião Ferreira Goulart Junqueira, lançou a bênção às enfermarias, ficando assim inaugurado o hospital para uso dos sócios, o que
tudo consta do respectivo ato.
Os médicos drs. Frederico Von-der Meden e Júlio Furtado ofereceram-se para gratuitamente prestarem os seus serviços aos enfermos.
Faziam parte do Conselho Administrativo: Boaventura Rodrigues de Souza, presidente; Carlos d'Affonseca, diretor; Joaquim de Oliveira Villar, vice-diretor; Eduardo de Mattos, 1º
secretário; Mathias Casemiro da Costa, 2º secretário; Manoel Lourenço da Rocha, tesoureiro; Simeão da Silva Meira, síndico, e Alfredo Monte Negro, beneficente.
Atual diretoria:
Presidente |
sr. Viriato Corrêa da Costa |
Vice-presidente |
sr. Antonio Moraes Ferreira |
1º Secretário |
sr. José da Silva Gomes de Sá |
2º Secretário |
sr. Antonio Gouvêa de Oliveira |
1º Tesoureiro |
sr. José de Pinho Araújo Tavares |
2º Tesoureiro |
sr. José Jorge Caseiro Lourenço Martins |
Beneficentes |
sr. Antonio Joaquim Monteiro Morgado |
|
sr. Alexandre Mello Faro |
Conselheiros |
sr. José de Paiva Magalhães |
|
sr. Manoel Ferramenta da Silva |
|
sr. José de Azevedo Lage |
|
sr. Manoel Gallegã de Souza Santos |
[vide Apêndice]
|