Turmas da Telefônica em pleno trabalho de abertura de uma galeria subterrânea
onde serão colocados os dutos que conduzirão os cabos telefônicos
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Está em execução um plano para ampliar e melhorar o serviço telefônico
Atendendo às recomendações e instruções do prefeito municipal, a Companhia
Telefônica Brasileira elaborou e já pôs em prática vasto programa de expansão dos serviços a seu cargo - Já foram atendidos 1.870 novos assinantes,
número que ascenderá a 4 mil até o fim do ano - Detalhes do plano que vem sendo executado pela concessionária do serviço de telefones
Os serviços telefônicos, nas cidades modernas, adquirem
cada vez maior importância. Representam, como já foi muito bem assinalado, os centros nervosos dos grandes agrupamentos humanos. Santos, primeiro
porto comercial do país e uma das nossas principais cidades necessita, também de um serviço telefônico de acordo com a sua importância e o seu
progresso. E, mau grado a constância e até mesmo a violência das críticas e reclamações, Santos é uma das cidades melhor servidas nesse particular.
A Companhia Telefônica Brasileira está envidando os melhores esforços para aparelhar de forma mais completa os seus serviços, mas, presentemente,
Santos já está em condições superiores às de outras cidades mais importantes e de maior movimento, dentre as quais podem ser apontadas o Rio de
Janeiro e São Paulo.
Não conhece o público detalhes e dados de grande importância do serviço telefônico
local. Alguns números servirão, entretanto, desde logo, para mostrar a realidade. Santos, segundo registros oficiais, possui cerca de 34 mil
residências e dispõe, para atendê-las, de 13 mil números telefônicos, distribuídos pelas estações "2" e "4".
Verifica-se que há, em média, um telefone para cada três prédios, muito mais do que na
maioria das metrópoles mundiais, inclusive a capital do Estado e o Rio de Janeiro. Apesar disso, para melhor atender ao público e ao desenvolvimento
crescente da cidade, a Companhia Telefônica Brasileira está executando um plano de melhoramento e ampliação que colocará Santos em posição
privilegiada no setor desse importante serviço público. Completado o programa integralmente, o que não será muito demorado, haverá em Santos 18 mil
números telefônicos. Teremos então média superior a um aparelho para cada dois prédios, o que é verdadeiramente extraordinário.
Zelando pelos interesses e necessidades do povo de Santos, o prefeito Antonio
Feliciano, desde que assumiu a direção do Município, dedicou particular atenção ao problema dos telefones. Manteve, para tanto, vários entendimentos
com a empresa concessionária, chegando-se, afinal, à elaboração de um plano que atenderá plenamente ao que Santos está exigindo.
Em ofício da C.T.B. ao prefeito municipal, datado de 27 de fevereiro deste ano,
foi-lhe dado conhecimento do programa de expansão do serviço telefônico. Mereceu o plano inteira aprovação do chefe da administração municipal, e, a
partir dessa data, foi acelerada a sua execução.
Elementos da Companhia Telefônica Brasileira,
executando o serviço de emenda dos cabos aéreos
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Desde algum tempo antes, vinha a Companhia Telefônica Brasileira trabalhando
ativamente em ordem a atender aos pedidos dos novos assinantes. Assim, apesar das enormes dificuldades encontradas na aquisição de todo o
aparelhamento necessário, com o início da montagem do equipamento adicional das atuais estações "2" e "4", até o mês de março do ano corrente já
haviam sido instalados 1.252 novos telefones. O ritmo das instalações telefônicas e outros serviços necessários foi acelerado após o compromisso que
a C.T.B. assumiu perante o prefeito municipal.
O exato cumprimento da obrigação de ampliar e ativar os serviços pode ser verificado
pelo total de 618 aparelhos telefônicos colocados somente no trimestre abril-maio-junho. A partir do início da chamada dos novos assinantes, em
junho do ano passado, a Companhia Telefônica Brasileira já atendeu a 1.879 interessados. O ritmo de trabalho atual será mantido, de forma a que, até
dezembro, sejam instalados mais 2.120 telefones. Teremos, assim, um total de 4 mil aparelhos novos, num espaço de tempo relativamente curto, o que
atesta o esforço e a tenacidade com que a Companhia Telefônica Brasileira vem enfrentando o problema. Será assim integralmente cumprido o programa
de ampliação e atendido de forma completa o compromisso que a concessionária assumiu perante o prefeito da cidade.
Muito oportuno é destacar alguns detalhes de suma importância, referência ao programa
de ampliação da rede externa da C.T.B. Assim, são necessários dutos subterrâneos novos numa extensão de quase 10 quilômetros, ou sejam, exatamente,
9.307 metros. Já foi feita a colocação dos dutos em extensão pouco inferior a dois quilômetros. É necessária também a instalação de 12 mil metros de
cabos subterrâneos, tendo sido colocados, até esta data, 4 quilômetros, portanto 30% do total previsto.
No que se refere à rede aérea, o plano importa na colocação de mais 45 quilômetros. Já
foram instalados 10 quilômetros de cabos aéreos. As caixas terminais necessárias são em número de 774, das quais foram colocadas 455, o que equivale
a dizer, mais de 50%. São precisos ainda 31 postes de concreto, dos quais já foram instalados alguns. Estão sendo ainda utilizados os postes da
concessionária de força elétrica, mediante uso mútuo. As caixas subterrâneas exigidas pela ampliação dos serviços da C.T.B. são em número de 23.
Esse trabalho está grandemente adiantado, pois 17 estão já concluídas, representando 2/3 do programa elaborado e que vem sendo composto de forma
amplamente satisfatória.
Os dados acima alinhados deixam claro que a Companhia Telefônica Brasileira está
realizando uma tarefa ingente, a fim de atender ao importante serviço público de que a cidade precisa. Mister se faz acentuar, todavia, a longa
série de dificuldades e obstáculos que prejudicam todos os trabalhos que são executados no subsolo de Santos.
As obras subterrâneas aqui executadas demandam trabalho maior e mais sério. Pouco
abaixo do solo, um metro ou mesmo meio metro, já se encontra lama em grande quantidade. Os serviços da C.T.B. exigem a abertura de valas de 1m50
metros de profundidade, em toda a extensão da obra que está sendo atacada. As chuvas também prejudicam e atrasam os trabalhos. É preciso ainda
destacar que obras subterrâneas enfrentam, quase sempre, problemas sérios de engenharia, devido ao encontro de outras galerias, tais como as de
esgotos e de águas pluviais.
Não se ignora também que tudo é imprevisto. Um plano é traçado e, somente quando se
encontra em execução, é que surgem as dificuldades que não poderiam ser prevenidas.
Finalmente, cabem algumas palavras relativamente à dificuldade da obtenção de,
praticamente, todo o material utilizado no serviço telefônico. Borracha, chumbo, cofre etc., dependem da importação e, além do seu custo sempre em
alta, são obtidos dificilmente, inclusive pela demora na satisfação dos pedidos.
Outro problema, de grande vulto, como facilmente se poderá compreender, consiste no
custo de uma obra do vulto da que vem sendo executada pela Companhia Telefônica Brasileira. O dinheiro necessário é difícil de obter, pois os
mercados de capitais estão escassos. Note-se que o projeto elaborado pela C. T. B. exige um capital da ordem de 50 milhões de cruzeiros.
Mostra o "clichê" acima as difíceis condições em que é executado o trabalho
de abertura de uma galeria. Esses obstáculos atrasam o serviço
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Apesar de todos os obstáculos e óbices, a C.T.B. está levando por diante o programa
que elaborou de acordo com o prefeito de Santos. Tudo foi previsto e está sendo preparado. Recentemente, para a instalação de uma nova estação, a
concessionária do serviço telefônico adquiriu uma grande gleba, na avenida Washington Luiz, pelo preço de um milhão e meio de cruzeiros. Pretende a
Companhia Telefônica Brasileira - e o vem fazendo - corresponder ao interesse do prefeito pela melhoria do serviço e às necessidades da população de
Santos.
O dr. Antonio Feliciano tem fiscalizado os trabalhos em execução, tudo fazendo para
que sejam aliviados, de modo a que a população seja atendida como exige e merece. Cooperando com o prefeito, a Companhia Telefônica Brasileira não
tem medido esforços. Executa um plano de ampliação de extraordinário vulto e deve enfrentar as dificuldades decorrentes de uma empresa dessa ordem.
Ao mesmo tempo, deve manter, no maior grau de eficiência, todos os outros encargos normais, tais como a transferência e a conservação dos aparelhos
e de todo o material existente. Os serviços de conservação, devido às peculiares condições de Santos, são muito difíceis e onerosos. Luta ainda a
concessionária com a dificuldade em conseguir técnicos e operários especializados.
Vai melhorando, contudo, gradualmente, o serviço telefônico em Santos. A Companhia
Telefônica Brasileira está se colocando, cada vez mais, à altura das grandes responsabilidades que lhe cabem, em ordem a dar a mais completa
assistência e a mais perfeita assistência à população da grande cidade que é Santos. Concluído o plano já em adiantada fase de execução, terá Santos
um serviço magnífico. A população já vem notando o progresso feito e a tendência firme é para melhorar e aperfeiçoar ainda mais.
Três bobinas contendo cabos telefônicos,
que serão utilizados nos serviços em execução em Santos
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