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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - TELECOMUNICAÇÃO
Um século de telecomunicações (6)

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Datam dos anos finais do século XIX as primeiras referências sobre os serviços de telecomunicações em Santos. E, apesar de ser importante porto e estar próxima a centros de negócios como a capital paulista, só na década de 1980 (como o resto do Brasil) começou a ter serviços como a discagem direta à distância. Passou pelas eras dos telegramas, do telex, do fac-símile (fax ou telefax), do videotexto, dos BBSs e desembarcou na Internet, com todos os seus recursos.

Em 1939, quanto Santos festejava o primeiro centenário de sua elevação à categoria de cidade, o jornal santista A Tribuna incluiu esta matéria em seu caderno especial comemorativo:


Anúncio publicado em 26 de janeiro de 1939 na edição especial do jornal santista A Tribuna comemorativa do centenário da elevação de Santos à categoria de cidade
Imagem: acervo do historiador Waldir Rueda

Os serviços de comunicações em Santos

Não se pode negar que possuímos um dos mais bem organizados serviços de comunicações em todos os ramos da nossa atividade.

No que diz respeito às comunicações internas, merece louvores o serviço da Cia. Telephônica Brasileira, dotando o Município de um sistema direto de comunicações automáticas, ligado à rede interurbana, interestadual e internacional, esta em combinação com a Cia. Radiotelegraphica Brasileira.

O contrato para esse importante serviço público, pelo prazo de trinta anos, foi celebrado com a Prefeitura em 19 de julho de 1930. Os circuitos são inteiramente metálicos e isolados, assegurando a eficiência e o segredo das comunicações. Os condutos subterrâneos, poços de inspeção, postes, tubulares metálicos, câmaras, cabos subterrâneos e aéreos, cruzetas, fios etc., oferecem garantias de solidez e são mantidos e conservados sem prejuízo da segurança, da estética e da atualidade do trânsito.

A companhia possui instalados, atualmente, no Município, 6.606 aparelhos, sendo de 5.210 o total de linhas em funcionamento.

Os cabos aéreos, de diversos calibres, somam uma extensão de 75.527 metros e os subterrâneos, 30.407 metros.

Em prédios existem instalados cabos numa extensão de 2.107 metros, tendo ainda cabos submarinos (linhas do Guarujá) numa extensão de 5,36 metros.

O centro telefônico acha-se instalado com todos os requisitos no amplo e moderno edifício que a companhia mandou especialmente construir à Rua Braz Cubas, canto da Rua Júlio Mesquita.

Possui no seu serviço 161 empregados, entre pessoal operário e categorizado.

[...]


Anúncio publicado em 9 de julho de 1954 no jornal santista A Tribuna
Imagem: acervo do historiador Waldir Rueda

Comunicações telegráficas - Completam o serviço de comunicações os telégrafos existentes na cidade: Telégrafo Nacional, All America Cables, Italcable (Cia. Italiana dei Cavi Telegrafici Sottomarini); Western Telegraph Co.  e das ferrovias S. Paulo Railway e Estrada de Ferro Sorocabana.

Por essas empresas, bem instaladas e possuidoras de material adequado e pessoal competente, obtém-se as mais rápidas comunicações com todo o País e com qualquer parte do globo.

As empresas telegráficas estrangeiras, prestam, por sua vez, serviços eficientes ao alto comércio santista, que se comunica diariamente com as mais importantes praças européias e americanas, no intercâmbio informativo dos negócios cafeeiros, cambiais e marítimos.

Existe, ainda, a estação oficial radiotelegráfica Morse, instalada na Avenida Rei Alberto, na Ponta da Praia, para o serviço de telegrafia sem fio, com um raio de ação de 200 milhas.

Não menos eficiente é, também, a estação de Rádio-Patrulha da Polícia do Estado, instalada no edifício em que funciona a 1ª Delegacia e que muito contribui para o serviço de comunicações oficiais. O seu prefixo é P.Y.H.7.

O Telégrafo Nacional é subordinado à Agência Postal de Santos. O seu movimento durante o ano de 1937 foi o seguinte: despachos expedidos, 84.432 telegramas e 614 rádios, sendo a sua renda de 308:989$800.

No mesmo período, a estação local recebeu 139.327 telegramas, o que nos dá uma média de 378 telegramas diários.


Anúncio publicado na revista O Cruzeiro, do Rio de Janeiro, em 4/7/1931

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