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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - EMISSÁRIO
O emissário de esgotos (10-A)

Desde 1978, uma polêmica se formou: o que fazer com a plataforma?
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Origem de uma polêmica que atravessou as décadas seguintes - o que fazer com a plataforma resultante do enrocamento protetor das tubulações - o emissário submarino de esgotos na praia do José Menino foi inaugurado solenemente em 1978. Só 30 anos depois a Prefeitura conseguiria enfim dar uma solução de uso para a área, conforme registrado no jornal santista A Tribuna, em 16 de janeiro de 2009 (na página A-3):
 


ATRAÇÃO - Parque no Emissário abre dia 26 - O parque público sobre a plataforma do Emissário Submarino, na Praia do José Menino, em Santos, será inaugurado no próximo dia 26, aniversário da Cidade. Ato contará com a presença do governador José Serra. Espaço receberá o nome de Roberto Mário Santini, que foi diretor-presidente de A Tribuna, falecido em 2007
Imagem: Nirley Sena, publicada com a matéria, na primeira página

HOMENAGEM

Parque do Emissário vai ser inaugurado no dia 26

Local terá o nome do ex-presidente de A Tribuna, Roberto Mário Santini

Rafael Motta

Da Redação

Para marcar as comemorações dos 463 anos de fundação de Santos, a Prefeitura vai inaugurar, às 11h30 do próximo dia 26 - aniversário da Cidade -, o parque público da plataforma do Emissário Submarino, no José Menino, em solenidade que terá a presença do governador José Serra (PSDB). O espaço receberá o nome de Roberto Mário Santini, que foi diretor-presidente de A Tribuna de 1990 a 2007, quando faleceu, em 2 de janeiro.

O parque ocupa uma área de 42.766 metros quadrados, e sua construção demandou R$ 6.722.784,00, oriundos do Governo Estadual, Sabesp e Prefeitura. O prefeito João Paulo Tavares Papa (PMDB) espera que o parque se torne "o novo cartão-postal de Santos".

Um dos atrativos do local é a escultura em aço idealizada pela artista plástica Tomie Ohtake. A peça foi instalada na plataforma em junho do ano passado, como referência ao centenário da imigração japonesa ao Brasil.

Com a urbanização, Papa considerou que, agora, a plataforma do Emissário está "estruturada com extensão do jardim da praia, em linguagem contemporânea".

Detalhes

6,7 milhões de reais

custará a reurbanização da plataforma do Emissário Submarino,

no José Menino

42,7 mil metros quadrados

tem a plataforma onde ficará o Parque Público Roberto Mário Santini

 

Esportes - O prefeito citou como exemplo de adaptação aos novos tempos a estrutura do parque para atividades esportivas, em especial a que se destina a surfistas (inclusive, com a abertura de um museu) e skatistas.

"A história do surfe no Brasil surgiu em Santos, naquele quebra-mar (do José Menino). A pedido dos surfistas, construímos amplas arquibancadas de madeira, uma torre projetada para jurados, nova iluminação direcionada ao mar e às ondas, para competições e treinos à noite, e recuperamos a escolinha de surfe", destacou Papa.

Em relação à prática de skate, o parque contará com uma "Pista projetada para competições internacionais" e área de apoio aos praticantes do esporte, sala de enfermaria, sanitários e vestiários.

O prefeito ainda destacou a existência de um heliponto, para operações de salvamento pelo Corpo de Bombeiros, pousos e decolagens de helicópteros da Polícia Militar e recepção de autoridades.

História - A plataforma do Emissário Submarino foi inaugurada em 21 de julho de 1978, em cerimônia prestigiada pelo então presidente da República, Ernesto Geisel.

O emissário consiste num interceptor oceânico pelo qual o esgoto de Santos e de São Vicente é conduzido para alto-mar, em tubulação com 4,9 quilômetros de comprimento.

Após várias tentativas de ocupação da plataforma - como um parque temático, aquário municipal, centro de entretenimento e o Museu Pelé -, a Prefeitura obteve autorização da Justiça Federal para executar o projeto As Ondas, Santos 21, para a recuperação da área.


O parque público é a mais nova atração da plataforma do Emissário

Foto: Nirley Sena, publicada com a matéria

Novamente o jornal A Tribuna, em 25 de janeiro de 2009 (nas páginas A-4 e 5 ):


PARQUE ROBERTO MÁRIO SANTINI - Santos ganha novo cartão-postal - Implantado na plataforma do emissário, o parque será inaugurado amanhã, aniversário da Cidade. Ontem, já como parte da programação, foi realizada regata que teve a participação de 100 embarcações. O veleiro Cisne Branco, da Marinha de Guerra, deu o tiro de largada
Imagem: Paulo Freitas, publicada com a matéria, na primeira página

URBANIZAÇÃO

Um novo cartão-postal

Parque Municipal Roberto Mário Santini será inaugurado amanhã, às 12h30, na plataforma do Emissário Submarino; o governador comparecerá

Rafael Motta

Da Redação

Amanhã, quando se completará o 463º aniversário de Santos, estarão encerrados 30 anos de incerteza sobre o destino de um espaço de caráter provisório que, com o tempo, se tornou definitivo na paisagem da Praia do José Menino: a plataforma do Emissário Submarino, alvo de projetos que não deram certo e, nesse ínterim, da presença de desocupados que perturbavam o sossego público.

Esta segunda-feira será o dia da inauguração do Parque Municipal Roberto Mário Santini, marcada para as 12h30, com presenças do governador José Serra (PSDB); do arquiteto Ruy Ohtake, idealizador do projeto, denominado As Ondas, Santos 21; e da artista plástica Tomie Ohtake, autora da escultura instalada no local em junho passado, em alusão ao centenário da imigração japonesa ao Brasil.

"Após uma polêmica de três décadas, o arquiteto conseguiu harmonia (da plataforma) com o jardim da orla e conciliar forças contrárias a esse espaço de múltiplas atividades e contemplação", diz o prefeito João Paulo Tavares Papa (PMDB).

Na opinião de Ruy Ohtake, a concepção do parque soluciona o "desperdício urbano" de se deixar sem uso um lugar tão bonito e, socialmente, tão interessante. Uma plataforma que avança para o mar, em meio a um jardim tão extenso, é uma coisa única no mundo".

No parque, haverá ênfase à prática de esportes, como surfe, skate e cooper. Outro destaque é a interligação com a ciclovia da orla, somada a um estacionamento para 100 bicicletas.

A plataforma tem 42.766,10 metros quadrados (m²). Do total, 10 mil m² equivalem à recomposição de um trecho da praia, conforme acordo judicial entre Ministério Público Federal, União (que cedeu a área ao Município), Sabesp (responsável pelo emissário) e Prefeitura.


Em meados dos anos 1980, um terreno vazio e de utilização esporádica

Foto: Arnaldo Giaxa, em 14/3/1987, publicada com a matéria

Tecnologia e segurança - O prefeito João Paulo Papa revelou que o parque servirá como piloto de uma rede pública de Internet sem fio. "Qualquer pessoa com um laptop ou palmtop, no raio de abrangência da plataforma, poderá trabalhar lá".

Será possível a conexão simultânea de 200 computadores, em data a ser confirmada. O mesmo está planejado para a Fonte do Sapo (Aparecida) e a Praça Mauá (Centro).

O parque também abrigará o primeiro heliponto não particular do Litoral Paulista fora da Base de Radio-patrulhamento da Polícia Militar, em Praia Grande, segundo o chefe da unidade, capitão Maurício Rocha de Oliveira.

Há a pretensão de que, desta semana até 1º de março, sejam mantidos, permanentemente, um helicóptero e equipes na plataforma. Elas serão compostas por dois bombeiros "de solo" e outros dois que, ao lado de três PMs, sobrevoarão a orla, entre as cidades de São Vicente e Bertioga, em ações de busca e salvamento de banhistas.

Investimento - A construção do Parque Municipal, para a qual foi contratada a Terracom Construções Ltda., custou R$ 6.722.784,09.

A verba é oriunda da Prefeitura, da Sabesp, do Governo Estadual, por meio do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade).


Na última semana, transcorria a fase final das obras do espaço público

Foto: Davi Ribveiro, em 20/1/2009, publicada com a matéria

Roberto Mário Santini, o homenageado

Presidente do Sistema A Tribuna de Comunicação, entre 1990 e 2007, Roberto Mário Santini foi a personalidade escolhida para a denominação do parque por sua atuação como "homem público", segundo o prefeito João Paulo Papa.

"Ele não foi político, mas era um homem público, por liderar um sistema que é a essência da Comunicação em nossa Cidade", explicou Papa. Para ele, o Parque Municipal "é um local de boa visibilidade, à altura do que representou sua trajetória".

Roberto Santini, nascido em Santos, em 8 de junho de 1928, foi o segundo filho de Giusfredo Santini e Yara Nascimento Santini. A convite do pai, ingressou em A Tribuna aos 20 anos, em 1948.

No ano seguinte, viajou para os Estados Unidos, onde completou o curso de Administração de Empresas na Miami University, em Ohio.

Em 1954, Roberto Mário Santini foi promovido a assistente de gerência; em 1959, a gerente auxiliar. No mesmo ano, em 29 de maio, tornou-se superintendente do jornal e, em 1990, com a morte de Giusfredo Santini, diretor-presidente.

Daquele ano até 2 de janeiro de 2007, quando morreu, Roberto Santini modernizou o parque gráfico de A Tribuna, inaugurou redações e lançou o jornal Expresso Popular.

Família - Roberto Mário Santini foi casado com Regina Clemente Santini. Tiveram os filhos Roberto, Marcos, Renata, Flávia e Paulo (falecido) - a terceira geração da família Santini, que integra a direção da empresa.


Santini: quase 60 anos de atuação

Foto: Carlos Marques, em 2/12/2004, publicada com a matéria

Um final positivo, exaltam filhos

Diretor-presidente de A Tribuna, Marcos Clemente Santini considera a inauguração do Parque Municipal Roberto Mário Santini "uma vitória" dos moradores de Santos e região.

Para o dirigente, a obra também representará benefício aos "milhões de turistas" que freqüentam as praias de Santos.

"Felizmente, a Prefeitura e o Governo do Estado, representado pela Sabesp, foram suficientemente competentes na condução da questão na Justiça", lembrou Marcos Santini. Ele se referiu às ações judiciais impetradas pelo Ministério Público Federal, defensor da desmontagem da plataforma.

"Vitória para Santos" - Roberto Clemente Santini, diretor-superintendente de A Tribuna, classifica a obra como "uma vitória para Santos".

"Quantos e quantos anos tivemos de indefinição sobre a ocupação da plataforma do Emissário? O custo de sua retirada seria muito mais alto do que o da urbanização", ponderou.

Roberto Santini citou o destaque à prática de esportes no parque. Sobretudo, do surfe, do qual "surgiram grandes nomes" no Quebra-Mar do Emissário.

Gratidão - Em nome da família, os diretores se dizem gratos ao prefeito João Paulo Tavares Papa pela escolha do nome de Roberto Mário Santini para o parque.

"É uma honra ver o nome de meu pai figurar numa área tão nobre, que é um verdadeiro cartão-postal da cidade onde ele viveu durante toda a vida", afirma Marcos Santini.

"É uma estrutura de frente para o mar, do qual meu pai sempre gostou", acrescenta Roberto Clemente Santini.


Roberto Mário Santini, na década de 1960, na antiga gráfica do jornal

Foto: arquivo, publicada com a matéria

Surfe: muito mais do que as ondas no Quebra-Mar

Houve tempo em que era proibido pegar onda no trecho entre o Canal 1 (Avenida Pinheiro Machado) e a Praia do Itararé, em São Vicente. Mas, com a popularização do surfe, o Quebra-Mar do Emissário foi tomado por praticantes.

Entre eles, campeões de nível internacional, como o renomado santista Picuruta Salazar - coordenador da escolinha da modalidade, que passará a ficar instalada no Parque Municipal Roberto Mário Santini.

"A área do emissário já foi local de assassinato, tráfico, bandido sendo preso. Essa recuperação vai dar tranqüilidade para quem freqüenta o espaço", comemorou Salazar, que desafia o mar há 40 anos.

Museu do Surf - O parque também terá o Museu do Surfe, idealizado pelo surfista Diniz Iozzi, o Pardhal. Ele adiantou que o local terá obras de arte feitas por surfistas, pranchas de diversas épocas e exposições interativas. "História viva, para pegar na veia".


Um novo cartão-postal

 


Heliponto - Será a primeira base pública para helicópteros, além da existente em Praia Grande, no litoral paulista. Nela, basicamente, pousará e decolará o aparelho que sobrevoará o trecho entre São Vicente e Bertioga

 


Pista de skate - Tem piso apropriado para competições e, devido à iluminação do parque, poderá receber provas noturnas

 


Museu do Surfe - Maior instalação coberta do parque, conterá obras de arte de surfistas e cerca de 80 pranchas, como a réplica de um modelo da década de 1930, com 4,30 metros e 45 quilos. Também haverá exibições de filmes, palestras e exposições

 


Escultura de Tomie Ohtake - Produzida pela artista, a peça, confeccionada em aço de alta durabilidade, tem 15 metros de altura e pesa 80 toneladas. Foi inaugurada em junho de 2008, em alusão ao centenário da imigração japonesa ao Brasil

 


Arquibancada - Construída em madeira e ladeada por grades semelhantes às instaladas nas novas pontes de concreto, do Canal 1 ao 6, tem capacidade para aproximadamente 600 pessoas

 


Torre de vigilância - É destinada para jurados, que acompanharão o desempenho de surfistas em competições. No andar superior, fotógrafos podem registrar imagens das competições

 


Outras atrações no espaço

Imagem e seus detalhes, publicados com a matéria

História do Emissário
O projeto

As obras do Emissário Submarino de Santos começaram em 1974. Inaugurado em 21 de julho de 1978, tem quatro quilômetros de extensão, diâmetro interno de 1,75 metro e vazão de 3,5 metros cúbicos (3,5 mil litros) por segundo.

Integração

O Emissário faz parte do Sistema Integrado de Esgotamento da Sabesp e recebe, por mês, 3.058.670 m³ de esgoto oriundo de Santos e São Vicente. O produto é lançado em alto-mar, a 3,9 quilômetros de distância da costa, na Baía  de Santos.

Tratamento

De acordo com a Sabesp, o esgoto é enviado por um interceptor oceânico para uma Estação de Pré-Condicionamento, no José Menino, onde é tratado, para lançamento no mar.

Outras idéias
Projetos

Desde 1996, expuseram-se planos de ocupação permanente da plataforma, mas nenhum deu certo. O primeiro, para um parque aquático, dos empresários Beto Carrero e Pepe Altstut.

Mais três

Em 1998, tentou-se instalar o Museu Pelé, mas a Justiça anulou o edital de licitação. Em 2000, a Prefeitura anunciou um Aquário Municipal. Em 2003, tentou-se novamente fazer o Museu Pelé, mas houve intervenção judicial.

Três décadas de indefinição e problemas

O Emissário Submarino de Santos foi inaugurado em 1978 pelo então presidente da República, general Ernesto Geisel (na foto 1); anos depois, a plataforma foi relegada ao abandono (2), à presença de turistas de um dia (3) e à existência de brinquedos quebrados (4); um dos projetos com os quais se pretendia ocupar a área era o do Museu Pelé, que não vingou (5), e o local continuou sem dispor de equipamentos públicos (6).


Foto 1: arquivo, em 21/7/1978

 


Foto 2: Carlos Nogueira, 26/1/1988


Foto 3: Roberto Konda, em 1/5/1989


Foto 4: Irandy Ribas, em 2/12/1995


Foto 5: Walter Mello, em 20/11/1998


Foto 6: Sílvio Luiz, em 28/9/1999

Fotos publicadas com a matéria

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