UM PRIVILÉGIO – Plataforma do Emissário Submarino pode ter projeto de Oscar Niemeyer.
O objetivo é que a Cidade tenha uma obra nos moldes da Ópera de Arame, de Curitiba,
ou do Teatro da Ópera, de Sidney
Foto: Anésio Borges, em 16/9/2004, publicada com a matéria
Sábado, 12 de Março de
2005, 07:30
ARQUITETURA
Niemeyer assinará projeto para Emissário
Obra deve ser nos mesmos moldes do Teatro da Ópera, da Austrália
Da Reportagem
A Plataforma do Emissário Submarino pode receber um
projeto de Oscar Niemeyer. A informação foi revelada na tarde de ontem pelo prefeito João Paulo Tavares Papa (PMDB) e confirmada pelo arquiteto. O
objetivo é oferecer à Cidade uma obra nos moldes da Ópera de Arame, de Curitiba, ou do Teatro da Ópera, de Sidney, capital da Austrália.
Os estudos já foram iniciados, segundo Niemeyer. "Mas ainda é cedo para entrar em
detalhes. Nada foi definido. Acredito que dentro de 15 dias já teremos um esboço sobre o assunto", disse ontem o arquiteto, por telefone, em seu
escritório no Rio de Janeiro.
O prefeito lembrou que o equipamento tem mais de 20 anos, e vários projetos para o
local não foram levados adiante. Papa ainda ressaltou que, com a suspensão da construção do Museu Pelé, ele busca uma obra que valorize o Emissário
Submarino, que possui 43 mil metros quadrados de área.
De acordo com o prefeito, o arquiteto "está motivado em fazer um projeto de peso, uma
marca forte para a Cidade e para o Brasil, aqui no Emissário Submarino".
Segundo o arquiteto, que confirmou ter tido dois contatos com o prefeito santista,
ainda não há em sua agenda uma data definida para uma visita a Santos.
Papa disse que, nos contatos com Niemeyer, o arquiteto se mostrou bastante interessado
pelo projeto. "Eu acho importante uma marca com a assinatura do Niemeyer, porque ele é um ícone da arquitetura mundial hoje. Seria importante para
Santos essa obra."
Desfavelamento - Papa revelou também que esteve na última quinta-feira em
Brasília mantendo contatos com representantes do Banco Mundial para buscar recursos para a continuação das obras de infra-estrutura e construção de
habitações populares no Dique da Vila Gilda e Vila dos Criadores, na Zona Noroeste. Papa disse que o objetivo do financiamento é erradicar as
favelas da Cidade. "Esse é o grande desafio dos próximos anos."
Segundo o prefeito, a obra é estimada em mais de US$ 45 milhões, e a verba pode ser
liberada dentro de um ano. "Esse é um prazo ambicioso, pode ser um prazo maior. Mas representantes do Banco Mundial me disseram que gostaram da
proposta feita por Santos e que o banco tem condições de colocar o programa como prioritário."
"Quando você pega esse tipo de financiamento", continua o prefeito, "em que a obra é
muito grande e tem fases bem definidas, o importante não é você terminar em um governo, mas garantir a continuidade da obra".
O programa irá beneficiar cerca de 4.500 famílias na Vila Gilda e outras 300 famílias
na Vila dos Criadores, segundo a Companhia de Habitação da Baixada Santista.
Depois de ver frustrada a idéia de construir o Museu Pelé no Emissário,
Papa quer obra "de peso"
Foto: arquivo, publicada com a matéria
Sábado, 12 de Março de 2005,
07:31
Uso da área gera polêmica desde 1996
O Emissário Submarino já foi alvo de outras tentativas de utilização de seu espaço.
Entre elas, a instalação do Museu Pelé e de um parque temático do empresário Beto Carrero. Porém, as tentativas esbarraram em contestações de
munícipes e do Ministério Público para o uso da área, que tem restrições ambientais.
No final de 1996, o empresário Beto Carrero assinou contrato com a Prefeitura para a
construção de um parque temático na Plataforma do Emissário. Mas, em janeiro de 1997, a concessão da área foi suspensa e a licitação cancelada no
final daquele ano.
Em janeiro de 2003, as obras para construção do Museu Pelé chegaram a ser iniciadas,
mas um mês depois o Ministério Público Federal moveu uma ação pedindo a paralisação dos trabalhos, alegando que o local é de uso coletivo e não
contava com Estudo de Impacto Ambiental. |