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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SURFE
Os pioneiros

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Apesar das águas calmas que costumam morrer mansamente nas areias da praia, Santos e a Baixada Santista têm um papel de destaque na história do surfe brasileiro e mundial. Foi nessa área que o esporte começou a se desenvolver em terras brasileiras, e é de Santos o detentor dos principais títulos do surfe no Brasil. A cidade inclusive dedicou um importante monumento aos surfistas, nos jardins da praia.

Antes da criação do Dia do Surfe, já havia um movimento para a formação do museu desse esporte, com exposições pela Cidade. Nessa época, foi esclarecida uma questão: quem foi o pioneiro do surfe no Brasil. Em 15 de janeiro de 2002, o jornal santista A Tribuna publicou:

SURF
Museu Itinerante retorna com novidades

Da Reportagem

O Museu Itinerante do Surf volta a Santos de hoje até o dia 21 deste mês, com novidades. O evento será montado no Praiamar Shopping, no bairro da Aparecida, em Santos, no piso térreo, em frente à Sthill Wet Land Surf Shop. A mostra que tem o apoio cultural da Unimonte e Sthill, estará reunindo informações sobre o esporte, nomes que fizeram e ainda fazem a história, bem como a exposição de mais de 50 pranchas, desde o primeiros modelos, ainda de madeira, até as mais modernas.

Além de atrair um grande público, pelo surf ser considerado um dos esportes mais populares e praticados no Brasil (tem hoje 2 milhões de adeptos), muitos surfistas da antiga estarão no local, relembrando fatos do passado, como Picuruta Salazar.

Um dos pontos altos será a homenagem ao santista Thomas Rittscher Júnior, 84 anos, que foi confirmado como o pioneiro do surf no Brasil. Ele surfou entre os anos de 1934 e 36, na Praia do Gonzaga, antes mesmo do também santista Osmar Gonçalves, até então considerado o primeiro surfista do País. Thomas, que é americano, mas mora em Santos desde os 12 anos, receberá uma menção hoje, por volta das 17h, na abertura oficial do Museu.

A exposição é aberta ao público e pode ser visitada das 10h às 22h. O patrocínio é da Unimonte e Sthill, com apoio da Federação Paulista de Surf.

No dia seguinte, 16 de janeiro de 2002, no mesmo jornal A Tribuna:

SURF
Pioneiro da modalidade no País recebe homenagem

Da Reportagem

Quando ele pegou o modelo da revista norte-americana Popular Mechanics e construiu a primeira prancha de surf no Brasil, ainda em 1934, nem imaginava que o esporte chegaria a este patamar, sendo um dos mais populares do País e com mais de 2 milhões de adeptos e todo um mercado criado em volta desta cultura. Aos 84 anos de idade, bem lúcido e ainda mostrando uma saúde de ferro, o quase santista Thomas Rittscher Júnior foi homenageado ontem, pelo Museu Itinerante do Surf, que está montado no Praiamar Shopping, na Cidade.

Primeiro surfista do Brasil, Thomas estava feliz com a homenagem, que reuniu um grande público no andar térreo do shopping, e não cansava de lembrar a sua façanha. Junto de sua irmã, Margot, de 86 anos, comprovadamente, a primeira mulher a surfar, ele destacou o sucesso da prancha, na época chamada de tábua havaiana.

"O pessoal na praia falava: 'Olha, ele está andando no mar, em cima da onda'. O pessoal vinha ver a tábua", relembrou Thomas. Segundo ele, a única parte ruim era mesmo a de carregar o equipamento, que além de pesado, tinha mais de 3 metros de comprimento. "‘Ela pesava 60 quilos e eu a carregava sozinho, nas costas, três quadras. Era duro e chegava bufando"’, destacou o pioneiro.

Ele chegou a surfar até 1941, quando teve de servir na Segunda Guerra Mundial. Como é norte-americano (veio para o Brasil ainda criança) se apresentou ao exército daquele país, mas não precisou lutar.

Vela — Depois, começou a se dedicar à vela e, inclusive, foi um dos fundadores do Iate Clube de Santos. Sua história foi resgatada pelo pesquisador Diniz Iozzi, o Pardal, idealizador do Museu Itinerante.

"‘Temos toda uma cultura e fui procurando até saber mais sobre a nossa história do surf. Tornou-se um hobby pessoal, Acho que esta homenagem e muitas outras que virão são mais do que merecidas. Santos teve a primeira onda surfada do Brasil e a memória não pode ser perdida"’, disse Pardal, um dos técnicos da seleção brasileira desde 1988.

Na mesma edição de 16/1/2002:

'Feras' do esporte marcam presença

Da Reportagem

Várias personalidade do surf brasileiro estavam presentes no Museu, como o santista Picuruta Salazar, maior surfista brasileiro de todos os tempos. Coincidentemente, seu pai, Alexandre Salazar, o Bigode, trabalhou na casa de Thomas, como pintor, quando era jovem.

O Museu Itinerante do Surf, que tem o apoio cultural da Unimonte e Sthill, segue no Praiamar Shopping até a próxima segunda-feira. No local, o público pode conhecer toda a evolução das pranchas, desde o modelo usado por Thomas Rittscher Júnior, ainda na década de 30, até as mais modernas. O acervo conta com mais de 60 equipamentos.

Também há destaques, como as pranchas do roqueiro, líder da Banda Sepultura, Igor Cavalera, que também esteve prestigiando o evento.

Para o futuro, Pardal espera montar um museu fixo em Santos e manter a exposição itinerante. "‘Cada vez recebemos mais material, pranchas e as pessoas nos trazem informações importantes"’, comentou o organizador do evento.

A exposição é aberta ao público e pode ser visitada das 10 às 22 horas, no piso térreo do Praiamar Shopping, em frente à Sthill Wet Land Surf Shop. O patrocínio é da Unimonte e Sthill, com o apoio da Federação Paulista de Surf.

Também no jornal A Tribuna, edição de 16 de outubro de 2002:

HISTÓRIA 
Pioneiro do surf recebe homenagem da Câmara

Da Reportagem

O pioneiro do surf no Brasil, Thomas Rittscher, recebeu ontem à noite uma homenagem especial da Câmara Municipal de Santos. Nascido em New Jersey, nos Estados Unidos, Thomas, hoje com 85 anos, vive há 70 na região. A homenagem foi uma iniciativa do vereador Fábio Alexandre Nunes, por intermédio do Projeto de Decreto Legislativo nº 01/2002, ao qual confere o título de Cidadão Santista ao ex-surfista.

"Acho muito bonita esta iniciativa"’, comentou o homenageado, que no início dos anos 30, construiu uma prancha - com base em modelos da revista Popular Mecanic -e experimentou a sensação de deslizar pelas ondas. "Gostava de surfar entre a Ilha Porchat e a Praia das Vacas", emendou Rittscher.

O encontro contou com a participação de autoridades, como o secretário de esportes de Santos, Marcus de Rosis; além de surfistas de várias gerações da Baixada Santista, como o supercampeão, Alexandre Picuruta Salazar e Otaviano Taiú Bueno. Além do presidente da Federação Paulista de Surf, Silvério Silva.

Thomas teve que abandonar a prática do surf em 1941, por ter sido convocado pelo exército norte-americano para atuar na 2ª Guerra Mundial. O pioneiro do surf no País também é velejador e, inclusive, ajudou na criação do Iate Clube de Santos.

Thomas também trabalhou com o café, ao longo de sua vida, na Exportadora Paulista de Café. Mesmo aposentado, o ex-surfista afirma que ainda faz questão de acompanhar as negociações do produto.

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