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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ENSINO
A educação... e as antigas escolas (4-f)

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Tradicionais colégios, que muito santista recorda com saudade, independentemente de serem públicos ou particulares, marcados por professores que se destacaram na Cidade, e por eventos que também fizeram história. Continua o relato do Almanaque de Santos 1971 (de Olao Rodrigues, editado por Ariel Editora e Publicidade, Santos/SP, 1971):
 


A banda musical do Instituto, ao receber a visita do sr. Manoel Augusto de Oliveira Alfaya, provedor da Santa Casa de Misericórdia, após a sua volta da Europa
Foto e legenda publicadas na revista santista A Fita, nº 43, de 12 fevereiro de 1914

(exemplar no acervo da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio - SHEC)

Os grandes colégios de Santos na atualidade

[...]

Instituto Dona Escolástica Rosa - O Instituto Dona Escolástica Rosa é obra de um benfeitor da Cidade, João Otávio dos Santos, que em testamento traçou sua criação e lhe deu recursos para manter-se, outorgando à Santa Casa da Misericórdia de Santos sua administração e orientação.

Foi inaugurado em 1º de janeiro de 1908 em prédio próprio, que é o atual, no n. 111 da Avenida Bartolomeu de Gusmão, em cerimônia presidida pelo Dr. Primitivo de Castro Rodrigues Sette, juiz de Direito da 1ª Vara da Comarca de Santos, à qual também compareceram os srs. Dr. Ramos de Azevedo, representando a Secretaria de Justiça do Estado; coronel Almeida Morais, Dr. Luís Pôrto Moretz-Sohn de Castro, juiz de Direito da 2ª Vara da Comarca; João Furtado da Rocha, vice-provedor da Santa Casa de Misericórdia; Monsenhor José Benedito Moreira; comendador Júlio Conceição; Dr. Francisco Xavier Moretz-Sohn, diretor do Instituto Dona Escolástica Rosa; prof. Delfino Stockler de Lima e Dr. Agenor Silveira, que serviu como secretário.

Houve discursos. Quem primeiro falou foi Júlio Conceição, que fez exposição de seu trabalho como único inventariante e testamenteiro de João Otávio dos Santos, seguindo-se com a palavra, como orador oficial, o Dr. Martim Francisco Ribeiro de Andrada. O menino Bell Leopoldino, dirigindo-se ao pequeno Mauro Conceição, filho de Júlio Conceição, pôs em destaque o trabalho árduo e desinteressado do testamenteiro. Em seguida, a menina Laura Leopoldina recitou poesia em homenagem à memória do fundador do Escolástica Rosa, e ainda se ouviu o prof. Stockler de Lima, que dissertou sobre a Caridade. Por último, o Dr. Primitivo de Castro Rodrigues Sette, por cujo Juízo tramitara o processo de inventário, fez entrega do Instituto à Santa Casa da Misericórdia, em nome da qual agradeceu o Sr. João Furtado da Rocha.

Monsenhor Benedito Moreira benzeu as novas instalações, que foram percorridas pelas autoridades e outras pessoas de representação local.

O primeiro diretor nomeado do Instituto foi o Dr. Francisco Xavier Moretz-Sohn, juiz aposentado, ex-diretor do Colégio Culto à Saudade, de Campinas, e fundador do antigo Colégio Moretz-Sohn, de São Paulo, mas verdadeiramente coube ao prof. Artur Porchat de Assis administrá-lo na fase inicial, em que se desdobrou em esforço, dedicação e operosidade.

Quem projetou o educandário foi o Dr. Ramos de Azevedo, cabendo sua construção a Angelo Del Débio, que teve a colaboração do seu irmão Silvério Del Débio, ascendendo a 458:377$395, ou Cr$ 458.378,00 atuais, o custo total da edificação.

Segundo Júlio Conceição, em sua monografia sobre João Otávio dos Santos, foi o seguinte o pessoal administrativo que nos primeiros instantes serviu o Instituto: secretário e guarda-livros, Joaquim de Toledo; corpo docente: Francisco de Paula Caiaffa, Manuel Emílio da Costa (porteiro-almoxarife), Dr. Manuel Maria Tourinho (médico), comendador Manoel Homem de Bittencourt (dentista), Patrício Adriano Soares (professor), Paul Crocine (professor de Ginástica), Foto Ercolani (mestre-alfaiate), Bernardo Antônio de Almeida (mestre-sapateiro), Bento de Menezes (mestre-cozinheiro e confeiteiro), Francisco de Oliveira (mestre-marceneiro) e Properzio Nuti (mestre-copeiro).

Em seu testamento, fielmente observado por Júlio Conceição, assinado em 12 de dezembro de 1899, João Otávio dos Santos declarou ter 69 anos de idade, ser solteiro, filho natural de D. Escolástica Rosa de Oliveira, falecida em 1858, e não possuir nenhum herdeiro nem ascendente nem descendente. Nesse documento, manifestou a vontade de criar um "instituto destinado à educação intelectual e profissional de meninos pobres, semelhante ao de D. Ana Rosa, existente na Capital do Estado". Para esse fim especial, o educandário deveria ser construído na chácara de sua residência, no Ramal da Ponta da Praia, onde também deveriam morar o diretor e sua família.

Em outro trecho: "Declaro que é minha vontade legar, como lego, à Santa Casa da Misericórdia de Santos os meus bens, direitos e ações constitutivas do meu patrimônio para serem especialmente aplicados na ereção do Instituto Dona Escolástica Rosa, que ora deixo criado, sua instalação, seu custeio e sua manutenção perpétua".

Júlio Conceição elaborou o primeiro regulamento da escola, segundo o qual ela deveria ser "organizada, construída e mantida exclusivamente com a renda do seu patrimônio, com a finalidade de dar educação gratuita, moral, cívica e profissional, a meninos pobres, sem distinção de nacionalidade, de preferência órfãos, em regime de internato, fixado inicialmente em 50 o número de educandos".

O Escolástica Rosa cresceu. Em 18 de dezembro de 1933, o interventor federal no Estado, Dr. Armando de Sales Oliveira, assinou o Decreto n. 6.222, que criou a Escola Profissional Secundária Mista de Santos, a primeira, por sinal, no Município, para ser instalada no Instituto.

Segundo aquele decreto, o secretário da Educação e Saúde Pública, que era o Dr. Valdomiro Silveira, ficava autorizado a celebrar contrato com a Irmandade da Santa Casa de Santos para instalação e funcionamento da unidade escolar então criada. E o Artigo 6º dispunha que junto à nova escola seria estabelecida uma colônia de férias para alunos de outros estabelecimentos profissionais do Estado.

O contrato entre o Estado e a Santa Casa de Santos foi celebrado no dia seguinte, isto é, em 19 de dezembro de 1933, assinando-o os srs. coronel Evaristo Machado Neto, Lino Vieira e Samuel Bacarat, respectivamente provedor, secretário e consultor jurídico da Irmandade; pelo Governo do Estado, apôs sua assinatura o secretário da Educação e Saúde Pública.

Foi nomeado diretor da Escola Profissional Secundária Mista o sr. Nicolau Prioli, que de imediato assumiu as funções. Um ano depois, ou em 1934, assumiu a administração da Escola Dona Escolástica Rosa, como 1º diretor efetivo, o comendador Pedro Crescenti, que se manteve no posto até 1954, quer dizer, durante vinte anos, com assinalados serviços prestados ao estabelecimento, dedicado, operoso e probo que era esse educador e cidadão de peregrinas virtudes morais, cívicas e cristãs.

O atual diretor, prof. Antônio José de Almeida Queirós, o 2º efetivo, que tomou posse no dia 13 de setembro de 1955, também se evidencia pela energia criadora e senso de operosidade, pois o Instituto cresceu muito e hoje ocupa posição de relevo no campo do Ensino Profissional do Estado e do País.

Eis os cursos que ministra: Ginasial Diurno, Ginasial Noturno; Aprendizado Diurno; Aprendizado Noturno e Colégio Técnico, freqüentados por 2.022 alunos de ambos os sexos.

No dia 15 de abril de 1970, em prédio de grandes dimensões na área escolar, começou a funcionar o Colégio Técnico, que é verdadeiramente uma escola industrial, de cuja falta tanto a Cidade se ressentia.

O Instituto Dona Escolástica Rosa, que passou por algumas reformas e teve há pouco inteiramente construído o setor de dormitórios, corresponde plenamente aos desígnios do fundador e patrono, como estabelecimento de envergadura no campo da especialização pedagógica, passando de simples educandário, como nos primeiros anos, e de unidade formadora de artesãos industriais, como até há pouco, a escola genuinamente instrutiva e preparadora de técnicos industriais.


Apresentação da banda do Escolástica Rosa no Desfile da Independência, no Gonzaga,
em 7 de setembro de 1951
Foto de Oswaldo da Costa Lima, na seção Imagem do passado do jornal A Tribuna, em 17/10/2004

 


FORMATURA - A foto é de 29 de dezembro de 1970 e foi enviada pelo advogado santista Paulo Afonso Gonçalves. Mostra uma turma da Escolástica Rosa, antigo Ginásio Estadual e Industrial D. Escolástica Rosa. No centro, padre Paulo Horneaux de Moura
Foto e legenda publicadas na seção Foto do Passado, do jornal santista A Tribuna,

 em 4 de abril de 2009, página A-10


"DIPLOMANDOS DA 8ª TURMA DO INSTITUTO D. ESCOLÁSTICA ROSA - Fotografia tirada durante a solenidade de formatura da 8ª turma, de 199 alunos, do Instituto D. Escolástica Rosa, presentes as autoridades civis, militares e religiosas da cidade"
Foto-legenda: revista Flama, janeiro de 1944 (ano XXIII, nº 1)


Primeira turma formada em Santos no antigo curso de Steno-Datilografia do Instituto Dona Escolástica Rosa, escola profissional secundária
Foto: acervo de Olívia Lopes Tuna, publicada em 24 de junho de 2005 na seção Imagem do passado do jornal santista A Tribuna


ESCOLÁSTICA - Em julho de 1937, a turma de internos do curso Técnico Industrial da Escola Escolástica Rosa estava em Jacareí, conhecendo o interior paulista num projeto de intercâmbio. A foto pertence a Alexandre Silva, então com 12 anos, que está sentado atrás do professor João Guido Negrelli (de terno e gravata)
Foto e legenda publicadas em 23 de janeiro de 2009 na seção Foto do passado do jornal santista A Tribuna, página A-13

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