Pedra de Teffé está localizada entre os berços dos arm. 25 e 26
Foto: Carlos Nogueira, em 2/7/2004, publicada com a matéria
DRAGAGEM
Docas prepara estudos para aprofundar canal
Hidrotopo irá analisar rochas que atrapalham ampliação de calado
Da Reportagem
A Codesp deu início
aos preparativos para a realização da dragagem de aprofundamento do canal de navegação do Porto de Santos. Os primeiros estudos vão contemplar as
três grandes pedras existentes no estuário e que precisarão ser derrocadas para permitir o aumento do calado do cais, dos atuais 14 metros para 15
metros, em uma primeira etapa. A empresa escolhida para fazer as análises - a Hidrotopo - terá seis meses para apresentar os resultados à estatal.
De acordo com o superintendente de Atracação e Serviços da Codesp, Pedro Mauro Lopes,
os estudos sobre as três pedras - Teffé, Itapema e Barroso - têm a finalidade de identificar suas características, como tamanho e consistência. Os
levantamentos vão complementar o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto no Meio-Ambiente (EIA-Rima), necessários para a obtenção das
licenças ambientais para a dragagem de aprofundamento do estuário.
"Quando a Codesp se preparar para fazer a dragagem de aprofundamento, os dados para a
derrocagem já vão existir. Esses levantamentos também vão dar subsídios à Codesp na hora de fazer a licitação do serviço de aprofundamento",
explicou Lopes, sobre os motivos que levaram a estatal a adiantar as análises das rochas.
Segundo o superintendente da estatal, a firma Hidrotopo Consultoria de Projetos Ltda.
foi escolhida através de licitação. Ele disse que a empresa irá receber R$ 876 mil pelo serviço. "O prazo para fazer o estudo e apresentá-lo à
Codesp é de seis meses", contou.
A assinatura do contrato entre a Codesp e a Hidrotopo deverá acontecer entre 10 e 15
dias, previu o superintendente. Ele afirmou que o prazo é necessário para o diretor-presidente da companhia, José Carlos Mello Rego, referendar a
decisão e convocar a firma para o ato.
Sem a derrocagem, a Autoridade Portuária não pode autorizar a entrada de navios com
calado superior a 14 metros no porto. Essa medida obriga os cargueiros a trafegarem no cais sem a capacidade máxima de armazenamento a bordo,
tornando o frete mais caro e a visita dos modernos graneleiros e conteineiros inviável no porto.
Das três pedras, a que causa mais problemas à navegação é a Teffé, que fica entre os
berços de atracação dos armazéns 25 e 26 do porto. Ela é parte da formação rochosa que serve de pilar de sustentação do Cais de
Outeirinhos e, por isso, sua remoção é considerada complexa. As demais são a Itapema, localizada junto ao costado do
Forte do Itapema, em Guarujá, e que se estende ao centro do canal, e a Barroso, que fica no mar, na direção
da Ilha Barnabé.
Formação rochosa em frente ao Forte do Itapema será avaliada
Foto: Carlos Marques, em 2/5/2004, publicada com a matéria
Transatlântico - A Codesp também contratou a Hidrotopo para realizar a
batimetria nos berços de atracação próximos ao Armazém 25 do porto, onde funciona o Terminal de Passageiros, administrado pela operadora portuária
Concais. A idéia da estatal, segundo seu diretor de Infra-estrutura e Serviço, Arnaldo Barreto, é identificar quais berços terão profundidade
suficiente para receber transatlânticos durante a próxima temporada de cruzeiros, que será iniciada em 10 de outubro.
Conforme Barreto, a empresa foi escolhida por meio de carta-convite, uma das
modalidades para a contratação do serviço. A firma receberá R$ 21 mil para realizar o trabalho, com duração estimada de 30 dias.
O diretor explicou que a Autoridade Portuária pretende saber a capacidade de recepção
de transatlânticos dos píeres entre os armazéns 23 e 33. Habitualmente, sempre que o cais do Armazém 25 esgota suas vagas para atracação de navios,
a Concais direciona as embarcações aos galpões 23 e 32.
A preocupação quanto aos espaços para as embarcações decorre, principalmente, da
movimentação diária de navios prevista para a próxima temporada. Em uma das datas, a operadora vai atender sete transatlânticos simultaneamente. "Em
função dessa quantidade de navios que está sendo projetada, a gente precisa estar preparado. Por isso, a Hidrotopo foi aprovada na Direxe (reunião
semanal da diretoria executiva da estatal) da última quarta-feira", explicou Barreto.
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