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Passeio de catraia terá percurso diferente do utilizado na travessia para Vicente de
Carvalho, mas também passará por baixo das pontes
Foto: Paulo Freitas, publicada com a matéria
ALTERNATIVA
Catraias podem ajudar a ressuscitar Mercado
Projeto prevê uso dos barcos em passeios turísticos
Da Reportagem
As catraias que transportam passageiros entre Santos e
Vicente de Carvalho podem contribuir para a recuperação da área onde fica o Mercado Municipal, na Vila Nova. Um projeto que começou a ser elaborado
no ano passado prevê a criação do Catraiatur - um passeio de barco pelo canal do maior porto da América Latina.
A iniciativa de utilizar as catraias também como equipamentos de turismo partiu da
Associação dos Catraieiros e da Fundação Victorio Lanza, ligada ao Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte).
A idéia é que pelo menos seis das 80 catraias que fazem a travessia entre Santos e o
distrito guarujaense sejam utilizadas nos passeios turísticos.
O Catraiatur deveria ter tido início em dezembro do ano passado, mas os idealizadores
não conseguiram arranjar patrocínios junto a empresas portuárias. Agora, a previsão é de os primeiros passeios sejam feitos a partir do segundo
semestre.
"O dinheiro é importante porque o projeto precisa de divulgação e as catraias precisam
ser adaptadas para transportar turistas", justifica o diretor da Fundação Victorio Lanza, Alexandre Nunes Affonso.
O início dos passeios foi adiado também porque havia dúvidas se o projeto não
esbarraria em exigências do ISPS Code - um código internacional de segurança válido para todos os portos do mundo. Segundo Affonso, não haverá
problemas quanto a isso.
Depois do Carnaval, os catraieiros que participarão do programa começarão a ser
treinados para lidar com turistas. Haverá até uma cartilha, que já foi confeccionada pela associação.
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Por ficar ao lado do terminal de catraias, Mercado poderá ser beneficiado
pelos turistas que optarem por fazer os passeios
Foto: Paulo Freitas, publicada com a matéria
Revitalização - Se sair do papel, o Catraiatur será um importante atrativo
turístico para uma região carente e abandonada do Centro. O entorno do Mercado Municipal sofre com a sujeira e a falta de segurança.
Para Affonso, o sucesso do passeio de catraia depende diretamente da revitalização da
área. "Sabemos que a Prefeitura tem interesse em recuperar o entorno do Mercado e isso já é um bom sinal".
O prefeito João Paulo Tavares Papa concorda que a área está deteriorada, mas afirma
que a recente reforma feita no prédio do Mercado valorizou a região da Vila Nova.
"Fisicamente, ele já foi recuperado. Agora, vem o mais difícil: trazer vida para o
Mercado e seu entorno. Temos que ressuscitar o Mercado. A idéia é transformá-lo em um pólo de novas atividades, não apenas de venda de frutas e
verduras, mas de artesanatos, antigüidades", explica o prefeito.
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Parceria envolve universidade e entidade de catraieiros
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Alternativas - A pedido de Papa, técnicos da Prefeitura já estão estudando
parcerias com organizações não governamentais visando encontrar alternativas capazes de atrair público e transformar o local em algo parecido com o
Mercado Municipal de São Paulo e de outras capitais brasileiras.
"O Beto (Mansur, ex-prefeito) conseguiu recuperar o Mercado. Ficou ótimo. Só que não
tem vida. Aqueles comerciantes estão sofrendo e só estão ali por causa de uma tradição que passa de pai para filho. Dá tristeza de ver as poucas
bancas que ainda estão funcionando".
Se conseguir, de fato, transformar a área do Mercado em um ponto de visitação
turística, a Prefeitura não descarta a hipótese de transferir o Restaurante Popular, que ainda não começou a funcionar, para outro lugar que não
seja o Mercado. "Faríamos isso para uma atividade não entrar em conflito com a outra", explica Papa.
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Catraieiros começam a receber treinamento em fevereiro
Foto: Paulo Freitas, publicada com a matéria
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