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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - URBANISMO (S)
Começa a guerra do (ao) lixo (3)

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Metropolização, conurbação, verticalização. Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas.

Um dos grandes problemas que a Baixada Santista sentia já então a necessidade de equacionar era o da destinação do lixo. A reciclagem do lixo começou a ser feita no início da década de 1990, chegou ao auge (em termos de século XX) na metade dessa década e foi quase abandonada pelo Poder Público municipal em fins desse século, para ser retomada - desde um patamar de coleta bem inferior aos índices anteriores - no início do século XXI. A matéria abaixo foi publicada na edição de 4 de março de 1997 do jornal santista A Tribuna e mostra um dos esforços para reverter esse quadro:


Material que poderia ser reciclado, como garrafa plástica,
muitas vezes é misturado ao lixo comum
Foto: Walter Mello, publicada com a matéria

LIXO RECICLÁVEL
Santista separa só 10% do que produz

Uma ampla campanha de conscientização sobre material reciclável vai ser lançada em abril

Da Editoria Local

Se as 415.602 pessoas atendidas pela coleta seletiva de lixo no Município separassem todos os materiais que podem ser reciclados, os caminhões da Prodesan levariam para a Usina de Separação do Lixo Limpo, na Alemoa, mais de 2.500 toneladas mensais de produtos reutilizáveis pelas indústrias. Porém, esse número não chega a 240 toneladas por mês, ou seja, menos de 10% do que se produz.

Recorrendo à Matemática, mais uma vez, para explicar o quanto é necessário separar e reciclar os materiais produzidos diariamente, chega-se à seguinte conclusão: se as prováveis 80 toneladas de lixo limpo produzidas diariamente pelo santista fossem devidamente separadas, o aterro da Alemoa certamente teria uma vida útil maior, pois receberia apenas o lixo domiciliar, volume que hoje chega a 470 toneladas por dia.

O aterro está saturado há três anos e a licença ambiental fornecida pela Cetesb deve vencer em pouco mais de dois meses. A Prefeitura estuda uma forma de prolongar a vida útil do aterro até que um novo local seja encontrado. A solução, qualquer que seja, deverá passar pela redução do volume diariamente levado ao aterro.

Lixo limpo é tudo aquilo que pode ser reaproveitado nos processos industriais, como vidros, papel, alumínio, garrafas plásticas, ferro.

"Santos tem tudo para ser modelo, comparado aos municípios do Primeiro Mundo. Basta apenas uma campanha de conscientização cultural", diz Rogério Picado, assessor da Secretaria de Meio-Ambiente, destacado para auxiliar com dados técnicos as campanhas a serem deflagradas.

Campanha - Picado refere-se ao quase completo atendimento oferecido aos munícipes (apenas a área continental não tem coleta seletiva) e ao engajamento da população em campanhas de preservação ambiental. A Secretaria de Meio-Ambiente e a Prodesan, empresa que operacionaliza a coleta, estão concluindo um amplo projeto ambiental que envolverá escolas, sociedades de melhoramentos, comerciantes e vários setores na conscientização e participação. A campanha estará pronta até o final do mês e será lançada em abril.

Em Santos, a coleta seletiva do lixo existe desde 90. Apenas 80 municípios no País dispõem desse serviço, mas é a segunda cidade, além de Curitiba, a estendê-lo por todo o perímetro urbano.

Atualmente, além do caminhão que passa uma vez por semana em todos os bairros, a Prodesan disponibiliza 44 Postos de Entrega Voluntária (PEVs), com quatro reservatórios de cores diferentes para despejo de vidro, plástico, papel e latas.

Assistir TV - Para exemplificar o quanto é importante separar os detritos domiciliares, Picado cita a economia gerada pela reciclagem de apenas uma latinha de refrigerante: "A energia economizada é suficiente para deixar uma televisão ligada por três horas".

Outra prerrogativa da campanha, segundo Picado, deverá ser o estímulo à redução do lixo diário, item que faz parte de várias convenções internacionais de proteção ao meio-ambiente. Reduzir essa quantidade significa utilizar ao máximo cada produto, cada mantimento.

Coleta de lixo limpo

Dia da semana

Bairro

Horário 
do início
2ª-feira Estuário - Área I/Piratininga/S. Manoel/Alemoa Boqueirão/Encruzilhada
8h00
14h00
3ª-feira Sta. Maria/Bom Retiro/Vila Belmiro
Valongo/Morro S. Bento/Vila S. Bento
Boa Vista/Pacheco/Gonzaga (zona comercial)
8h00
4ª-feira Vila Nova/Centro/Jd. Castelo
Marapé/Gonzaga (zona comercial)
8h00
14h00
5ª-feira Rádio Clube/Vila S. Jorge/Chico de Paula
Jabaquara/Monte Serrat
José Menino/Gonzaga (bairro)
Gonzaga (zona comercial)
8h00
.
14h00
.
6ª-feira Vila Mathias/Areia Branca
Gonzaga (zona comercial)
Embaré/Aparecida
8h00
.
14h00
sábado Caneleira/Saboó/Paquetá
Ponta da Praia/Gonzaga (zona comercial)/
Nova Cintra
8h00
14h00
 .
2ª a sábado Macuco - coleta feita pelos trabalhadores ecológicos
13h00
Fonte: Prodesan

Coleta seletiva atende todos os bairros

Desde o início do ano passado, todos os bairros da Cidade são cobertos pela coleta seletiva feita pela Prodesan. No entanto, as diferenças entre as quantidades recolhidas por mês variam de local para local.

O bairro que mais separa é o Marapé: números de janeiro indicam um total de 986 gramas/pessoa/mês; seguido do Paquetá, com 736 gramas/pessoa/mês. Em terceiro está o Campo Grande, onde cada morador separa 722 gramas por mês. José Menino e Boqueirão aparecem em quarto, com 710 gramas/pessoa/mês.

Em último lugar aparecem os moradores da Caneleira e Saboó, onde cada munícipe separa menos de 200 gramas por mês. Macuco e Estuário estão fora do ranking porque têm coletas feitas pelos próprios carrinheiros.

Sem adiantar muitos detalhes, já que está em fase de conclusão, Elizabete Romano, técnica envolvida com o trabalho na Secretaria de Meio-Ambiente, adianta que os dados obtidos por bairro deverão servir de base para que os coordenadores saibam onde existem as maiores deficiências e onde será necessário intensificar a campanha.

Na Usina de Separação do Lixo, na Alemoa, o trabalho de toda a Cidade é executado por 36 pacientes dos programas de saúde mental da Sehig e 10 são ex-carrinheiros.

A Prodesan e a Semam disponibilizam o telefone 235-4245, ramal 292, para sugestões, reclamações e esclarecimentos que os munícipes queiram fazer sobre o programa e a operacionalização.

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