Canal da Jovino de Melo deve ganhar comportas para conter maré
Foto: Édison Baraçal, publicada com a matéria
ZONA NOROESTE
Remando contra a maré
Para combater enchentes, Prefeitura investirá R$ 20 milhões em obras de
drenagem. Solução, entretanto, depende de ação conjunta
Da Reportagem
A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos
elaborou um plano de obras para toda a Zona Noroeste para os próximos quatro anos. Excluída a construção do túnel ligando a região à Zona Leste, as
demais obras têm custo estimado em cerca de R$ 53 milhões - praticamente o mesmo valor do orçamento da secretaria para este ano (R$ 55,7 milhões).
Apenas os serviços de drenagem têm custo estimado inicialmente em cerca de R$ 20
milhões, conforme informou a secretaria. O objetivo da Prefeitura com a drenagem é resolver de uma vez o problema das enchentes que atingem os 12
bairros da Zona Noroeste em épocas de fortes chuvas.
Além do combate às enchentes, vários projetos fazem parte do plano a ser executado
pela Prefeitura. Porém, ainda não há um plano para o início e a entrega das obras, de acordo com o secretário de Obras e Serviços Públicos, Antônio
Carlos Silva Gonçalves. Segundo ele, o plano será desenvolvido ao longo dos quatro anos de mandato do prefeito João Paulo Tavares Papa.
De acordo com o secretário, todos os recursos para a execução do plano ainda não estão
previstos no orçamento e deverão ser adequados ao longo do mandato. "No primeiro ano, algumas coisas a gente consegue fazer e as outras a gente vai
fazer um planejamento para ver de que maneira poderão ser executadas as obras".
O Plano de Obras, divulgado na última quinta-feira, contempla a pavimentação de várias
ruas da região, construção de novas policlínicas, urbanização de praças, com espaços para lazer e prática de esportes.
Entre eles, a construção, em parceria com o Governo Estadual, de um conjunto
poliesportivo no Dale Coutinho com piscina, quadras cobertas, campo de futebol e salão de múltiplo uso.
Pavimentação prioritária
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Local |
Custo estimado (em R$)
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Avenida Jovino de Melo (1.500 metros) |
1.800.000,00
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Avenida Hugo Maia (800 metros) |
980.000,00
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Avenida Eleonor Roosevelt (750 metros) |
920.000,00
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Avenida Francisco Ferreira Canto (320 metros) |
580.000,00
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Avenida Álvaro Guimarães
(alargamento da via de 8 para 12 metros) |
900.000,00
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Rua Gercino Hugo Caparelli (650 metros) |
300.000,00
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Rua Francisco Di Domênico (1.513 metros) |
800.000,00
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Rua João Fracarolli (630 metros) |
370.000,00
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Rua Maria Patrícia (750 metros) |
450.000,00
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Rua Boris Kauffmann (530 metros) |
380.000,00
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Fonte: Secretaria de Obras e Serviços Públicos |
Ação conjunta
- O plano prevê também a construção de comportas e sistemas de bombeamento para conter marés ao longo do canal da Avenida Jovino de Melo. De acordo
com o secretário, algumas das bacias de drenagem da região estão interligadas com São Vicente e a solução passa por uma ação conjunta dos dois
municípios.
Segundo Gonçalves, uma reunião entre as prefeituras de Santos e São Vicente prevista
para este mês (ainda sem data definida) terá como assunto a questão da drenagem nos dois municípios.
De acordo com ele, um grupo de trabalho será criado e os recursos para a obra deverão
ser provenientes do Governo do Estado e da União, além de investimentos feitos pelos próprios municípios, conforme informou Gonçalves.
"Eu vejo a questão da drenagem como prioritária para a Zona Noroeste. Não adianta você
fazer nada por aquele povo se você não resolver o problema da enchente na porta da casa deles".
Ele informou ainda que a região também ganhará obras viárias, como uma rotatória na
Praça Júlio Dantas, no cruzamento das avenidas Nossa Senhora de Fátima e Jovino de Melo.
Para evitar os alagamentos na entrada da Cidade, o secretário informou que o plano
prevê o desassoreamento do Rio Lenheiros, que passa pelo conjunto habitacional Mário Covas, no Saboó, "e precisa ser limpo, pois hoje em dia a
sujeira cobre todo o rio assim que ele corta a linha do trem, provocando alagamentos".
Desassoreamento do Rio Lenheiros é fundamental
para pôr fim a alagamentos na entrada da Cidade
Foto: Édison Baraçal, publicada com a matéria
Desapropriação de imóveis começa este mês
O levantamento topográfico para a construção do túnel que interligará as zonas Leste e
Noroeste da Cidade já está pronto, segundo o secretário de Obras e Serviços Públicos do Município, Antônio Carlos Silva Gonçalves. No entanto, os
processos de desapropriação dos imóveis da área onde passará o túnel só poderão ser iniciados no final deste mês.
Gonçalves disse que o estudo foi encaminhado para a Procuradoria Geral do Município,
onde um avaliador realiza o levantamento do valor de cada imóvel que será desapropriado para as obras do túnel.
Sem revelar detalhes, o secretário afirmou apenas que alguns locais a serem
desapropriados são residências e outros, terrenos.
Segundo ele, em razão da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), as indenizações
precisarão ser pagas no decorrer do atual mandato. A LRF impede que o pagamento seja efetuado em períodos posteriores.
"As desapropriações serão feitas com a Prefeitura ouvindo a comunidade, para não ter
grandes problemas", afirmou o secretário.
Além da construção do túnel, a secretaria planeja ainda obras de drenagem na região do
Jardim Castelo, na Zona Noroeste, e do Jardim Guassú, em São Vicente, para evitar enchentes na área.
A obra tem custo estimado em cerca de R$ 147 milhões e, segundo o secretário, depende
de recursos da União para ser executada.
Gonçalves diz que estudo topográfico do túnel já está pronto
Foto: Édison Baraçal, publicada com a matéria
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