A condição de própria ou imprópria para o banho das praias, como a do Gonzaga,
é definida pelo número de coliformes fecais
Foto: Nirley Sena, de arquivo, publicada com a matéria
IBGE
Radiografia mais apurada
Na parte de balneabilidade dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, lançado pelo instituto, uma praia de Santos é citada
Da Reportagem
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou ontem, no Rio de Janeiro, mais uma edição dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável.
Esta versão de 2004 traz um mapeamento detalhado e retrata panoramas relacionados ao meio-ambiente, a fatores sociais, econômicos e institucionais do País.
Segundo o supervisor estadual de comunicação do IBGE em São Paulo, Luiz Leme, a divulgação desses indicadores pelo instituto teve início, na realidade, em 2002.
"A compilação destes indicadores é resultado de um movimento internacional, intensificado a partir da ECO-92, que conta com a coordenação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da
ONU e visa a consolidação dos chamados indicadores internacionais compatíveis. Tal procedimento permite o monitoramento detalhado do desenvolvimento sustentável em escala mundial", explicou o supervisor paulista do IBGE.
O mapeamento do instituto concentra ao todo 59 indicadores. Entre os principais temas retratados estão dados sobre as áreas protegidas, o uso de agrotóxicos, as queimadas, o
desflorestamento da Amazônia Legal, a qualidade das águas, os investimentos em pesquisas, a proteção do meio-ambiente, o consumo de energia per capita, a concentração de poluentes atmosféricos em áreas urbanas e as doenças relacionadas à
falta de saneamento.
Gonzaga - A praia do Gonzaga, em Santos, compõe o relatório no capítulo de balneabilidade das áreas costeiras do Litoral Paulista. "Foram coletados dados, principalmente da Cetesb,
onde retratou-se o estado de qualidade da água do mar para fins de recreação, em um determinado período de tempo", observou Leme.
A variável utilizada neste indicador foi a quantidade de coliformes fecais presentes na água das praias, mensurada como número mais provável de coliformes fecais em 100 ml de água (NMP/100
ml).
A quantidade de coliformes fecais na água é usada para construir dois indicadores de balneabilidade: o percentual de amostras durante o ano em que a água da praia apresentou menos de
1.000 coliformes por 100 ml e a concentração média anual de coliformes fecais na água em NMP/100 ml.
A condição de própria ou imprópria para o banho nas praias é definida pelo número de coliformes fecais encontrados nas amostras de água analisadas. Quando mais de 20% das amostras de uma
praia apresentam mais de 1.000 coliformes por 100 ml ou quando o valor é superior a 2.500 coliformes fecais por 100 ml de água para qualquer das amostras, a praia está em condição imprópria para o banho.
59
|
indicadores foram compilados pelo instituto nesta edição da publicação
|
|
Litoral Norte - Além da Praia do Gonzaga, outras duas praias do Litoral Paulista foram inseridas na publicação: a da Enseada, em Guarujá, e a de Toninhas, em Ubatuba, no Litoral
Norte.
"Em cada um dos estados costeiros do País foram selecionadas três praias e um dos critérios de seleção foi a proximidade de grandes centros urbanos e afluxo populacional", avisou o
supervisor do IBGE. As fontes das informações foram os órgãos estaduais de meio-ambiente.
A publicação Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2004 do IBGE apontou, no capítulo de balneabilidade, que de forma geral no Brasil as praias mais próximas de portos e
centros urbanos, especialmente aquelas de locais mais abrigados e com menor renovação de água (estuários, interior de baías) apresentam pior qualidade da água.
Nesses casos, os valores médios anuais de coliformes na água sempre se apresentam mais altos. É importante lembrar que o relatório do IBGE não traz, na sua essência, conclusões.
Exatamente porque só retrata situações já existentes e até divulgadas individualmente por órgãos estaduais de Meio-Ambiente do País. |