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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - URBANISMO (F)
Solução vertical? (4)

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Metropolização, conurbação, verticalização. Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas. O processo de verticalização se tornou tão agudo que a cidade, em 2011, é a mais verticalizada do Brasil, como registrou nesta matéria o jornal santista A Tribuna, edição de 2 de setembro de 2011, página C-4:
 

Cidade de Santos é seguida por Balneário Camboriú (SC) e Porto Alegre (RS) em termos de verticalização

Foto: Sérgio Furtado/Imagens Aéreas – 18/8/2010, publicada com a matéria

Santos é a cidade mais verticalizada do País

Levantamento do Ibope aponta Camboriú (SC) e Porto Alegre (RS) na 2ª e 3ª posições

De A Tribuna On-Line

Santos lidera a lista de cidades com maior índice de verticalização, de acordo com pesquisa do Ibope Inteligência. Com 63%, a Cidade é seguida por Balneário Camboriú (SC), com 57%, e Porto Alegre (RS), com 47%.

O índice de verticalização equivale ao percentual de imóveis do tipo apartamento sobre o total de imóveis ocupados. No Brasil, este índice é de 11%. A região mais verticalizada é a Sudeste, com um índice de 14%.

Ainda de acordo com o estudo, durante este ano, o País deve ganhar mais 1,5 milhão de novos domicílios, que irão se somar às 67,6 milhões de unidades residenciais que existiam até dezembro de 2010.

As regiões que apresentaram maior crescimento médio anual foram Norte (3,24%) e Centro-Oeste (2,9%). O Nordeste cresceu 2,5% e a região Sul, 2%. O Sudeste, por sua vez, cresceu 1,8%.

Embora o número total de imóveis residenciais tenha crescido 24% na última década, o número de unidades vagas permaneceu praticamente estável, pois em 2000 eram 6,03 milhões, e, em 2010, 6,10 milhões, um aumento de apenas 0,11%.

Isso acontece porque o número de imóveis alugados cresceu a uma taxa média anual de 5% entre 2000 e 2010, e, atualmente, representam 18% do número total de imóveis.

Outro dado do estudo que merece destaque é a taxa de crescimento do número de apartamentos, que é superior ao de casas em todas as regiões do País. Apesar disso, as casas ainda representam 89% do total de unidades habitacionais ocupadas.

Aluguel – Em relação ao aluguel, as cidades com maior percentual de imóveis alugados estão no Mato Grosso. Lucas do Rio Verde e Nova Mutum estão no topo da lista, com 45% e 42%, respectivamente.

Já as cidades que apresentam maior taxa de crescimento anual de imóveis são Luís Eduardo Magalhães (BA), com 14,6%, Rio das Ostras (RJ), com 12,7%, e Nova Ubiratã (MT), com 12,6%.

Artigo publicado no jornal santista Diário do Litoral, em 16 de agosto de 2011, página 2:

O avanço das torres

Paulo Schiff
Colaborador

Você se assusta com a multiplicação de espigões na Baixada Santista? Agora eles são chamados de torres. Mas o nome do efeito que eles provocam continua igual: verticalização.

O jornalista Rodolfo Amaral se especializou em números. Tornou-se um craque desses levantamentos. E extraiu do censo de 2010 do IBGE uma referência importante em relação a esse avanço das construtoras de prédios no litoral.

Vamos aos dados. A média brasileira de apartamentos em relação ao total de domicílios é de 10,7%. Na Baixada essa proporção mais do que dobra: 28%. E na parte insular de Santos, explode: 66%. De cada 100 famílias de Santos, 66 moram em apartamentos.

Faz alguns anos, um passeio de barca mostrava uma barreira de prédios na orla da praia santista. Trata-se de um efeito de um primeiro boom imobiliário, o das décadas de 50 e 60.

Nesse início de século 21, a travessia Guarujá-Santos pela balsa permite ao motorista e aos passageiros a contagem de dezenas de "torres" de mais de vinte andares só na Ponta da Praia. Já é o resultado, muito rápido, dessa explosão imobiliária de agora.

Estaria a Santos-ilha se transformando numa rica e elegante Manhattan, como defendem os otimistas? Ou estaria colecionando problemas para o futuro, como juram os pessimistas? Pode ser que em algum mix dessas duas situações extremas esteja o futuro da cidade.

O certo é que o abastecimento de água e a coleta e o tratamento de esgotos, numa cidade extremamente verticalizada como a que se desenha, precisam ser reprojetados em relação ao atual. Os poucos quintais de casas desaparecem. A drenagem num solo cada vez mais impermeabilizado também apresenta novas necessidades. E o abastecimento de energia elétrica. E a destinação do lixo em terrenos que vão rareando…

Mais visível e mais imediata é a degradação do trânsito.

De todas essas carências, entretanto, a que mais preocupa as pessoas que se debruçam sobre essa questão é a de planejamento.

Quem está projetando o futuro de Santos: os construtores ou os urbanistas?

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