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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ESCOLÁSTICA
Foi a 1ª escola profissionalizante nacional - 1

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O grande prédio escolar defronte à praia guarda muitas histórias pouco conhecidas dos santistas e mesmo alguns segredos. Poucos sabem, por exemplo, que o Instituto Escolástica Rosa foi a primeira escola profissionalizante do Brasil, muitos não lembram que sua finalidade original era funcionar como orfanato, outros nem sabem que ali existe uma capela em homenagem a Dom Bosco - restaurada em 2003, depois de anos sem uso. Sobre o local, informa a Prefeitura Municipal de Santos, em páginas publicadas na Internet em 2003:


Fachada do Instituto Escolástica Rosa
Foto: Prefeitura Municipal de Santos

Escolástica Rosa

Primeira escola profissionalizante do País, tem cursos de nutrição, metalurgia e extensão do ensino médio. O projeto do engenheiro Ramos de Azevedo previu uma divisão em cinco blocos, semelhante a pavilhões hospitalares. Hoje eles são interligados por galerias com arcos, criando um pátio interno. Em ambos os pavimentos, a madeira domina assoalhos, forros saia-e-camisa, portas de duas folhas e vidraças tipo guilhotina.

Na parte externa, as janelas contam com molduras em vergas, umbrais e parapeitos, e distribuem-se com simetria na fachada principal. Esta possui pórtico como elemento de ressalto, originando um abrigo no acesso central, arrematado por frontão ondulado. Tal coroamento, próprio do estilo neocolonial conferido por reformas realizadas entre 1936 e 1951, repete-se nas laterais e no centro do prédio.

Inaugurado em 1908, o instituto foi criado por João Octávio dos Santos, filho bastardo do Conselheiro João Octávio Nébias e da escrava Dona Escholástica Rosa. Superando os preconceitos e dificuldades de sua condição, o comerciante enriqueceu com a exportação de banana. Exerceu diversos cargos públicos e tornou-se conhecido pela honradez e caridade. Fundou o orfanato com o objetivo de assegurar educação, cultura e profissão a órfãos e bastardos.

O regulamento da escola proibia castigos físicos e estipulava um enxoval para cada aluno, com uniformes de gala e de uso diário. Determinava que alguns funcionários, professores e o diretor residissem no local, cabendo a este último a tarefa de fazer todas as refeições com os internos, comendo da mesma comida e ensinando-lhes bons modos à mesa, em substituição à figura paterna.

Deixou 74 imóveis, para que os aluguéis garantissem a manutenção da escola. Até 1931 esta ficou sob a administração da Santa Casa, época em que foi assinado um convênio com o governo do Estado, por um período de 50 anos. Por volta de 1980 o internato foi fechado e o Estado firmou com o hospital, mantenedor da escola, um contrato de locação. Tombado em 1992, o prédio acha-se em processo de restauração. Av. Bartolomeu de Gusmão nº 111.


Uma estátua de João Octávio lendo um livro está localizada no pátio interno do prédio
Foto: Prefeitura Municipal de Santos

João Octávio dos Santos

O sonho de Dona Escolástica Rosa era criar um internato e escola profissional para abrigar meninos órfãos e carentes e propiciar-lhes o aprendizado de uma profissão. Seu filho, João Octávio dos Santos, levou a vontade da mãe adiante. Quando morreu, em 1900, o negociante de sucesso deixou expresso em testamento a construção do Instituto Dona Escolástica Rosa.

Nascido em Santos, João Octávio era solteiro e não possuía herdeiros. Determinou que a escola seria administrada pela Santa Casa de Misericórdia, da qual foi provedor e, ainda, todas as regras de funcionamento e bens para manter a instituição para sempre.

A unidade foi inaugurada em 1908. Para ingressar nela, era preciso ser de família sem recursos e ter entre nove e 14 anos. Os meninos viveriam por quatro anos no instituto e teriam alimentação, roupas, banho e assistência médica.

Com o tempo, o internato foi desativado, bem como as determinações de João Octávio. Hoje, a EEPSG Escolástica Rosa fica na Av. Bartolomeu de Gusmão, 111, na Ponta da Praia, e atua como escola profissionalizante. Foi construída no local onde ficava a chácara da família de Octávio. Funcionam neste espaço a EESG. Aristóteles Ferreira e a Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista (Fatec).

Em homenagem a João Octávio, há uma estátua no jardim da praia, bem em frente à Escolástica Rosa, representando o negociante conduzindo um aluno. Dentro da escola, encontra-se o mausoléu dele e mais uma estátua, mostrando Octávio lendo um livro.

Em 21 de maio de 2004, o Diário Oficial de Santos publicou, na seção Memória Santista:


Instituto Escolástica Rosa na década de 1940
Foto: Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS), publicada com a matéria

Escolástica Rosa

Criado em 1908, o Instituto Escolástica Rosa tinha como objetivo assegurar educação, cultura e profissão a meninos órfãos e carentes. O idealizador do instituto, o comerciante João Octávio dos Santos, falecido oito anos antes da construção da escola, deixou esta vontade expressa em seu testamento e escolheu este nome para homenagear sua mãe, Dona Escholástica Rosa.

Os procedimentos que deveriam ser adotados pelos administradores da escola já estavam estipulados. Uma das normas dizia que os alunos não poderiam sofrer agressões físicas por parte de funcionários. Outra determinava que o diretor deveria realizar todas as refeições com os internos, comendo da mesma comida e ensinando boas maneiras à mesa, pois cabia a ele substituir a figura paterna.

A manutenção da escola era garantida por meio dos aluguéis de 74 imóveis deixados por João Octávio e o prédio foi construído em um terreno que também pertencia a ele. Até 1931, a escola ficou sob a administração da Santa Casa e, a partir de 1980, passou a ser responsabilidade do Estado.

O prédio do Escolástica Rosa foi tombado em 1992. Atualmente, a escola mantém 360 alunos cursando o Ensino Técnico nas áreas de Nutrição, Metalurgia e Administração.


Instituto Escolástica Rosa em 2006, cogitado para funcionar como escola regional de hotelaria
Foto: Alberto Marques, publicada no jornal santista A Tribuna em 24 de fevereiro de 2006

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