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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - PREFEITURA
Um palácio para José Bonifácio (4c)

Instalações atuais do Paço Municipal foram inauguradas em 1939
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Em comemoração ao centenário da elevação da vila de Santos à categoria de Cidade, o município ganhou, em 26 de janeiro de 1939, as instalações atuais do Paço Municipal, reunindo Prefeitura e Câmara, com a inauguração do Palácio José Bonifácio, defronte à Praça Mauá. O assunto foi destacado em caderno especial do jornal O Estado de São Paulo, "em rotogravura", em outubro de 1939. As imagens da publicação foram cedidas a Novo Milênio pelo historiador Waldir Rueda (o exemplar reproduzido tem o carimbo de 14/10/1939 da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio - SHEC). A ortografia foi atualizada nesta transcrição:

[Acima] O salão nobre, todo em estilo Luiz XVI, obra que representa o trabalho e a inspiração de numerosos artistas. As suas cortinas, tapetes e decorações foram primorosamente executadas pelos artistas da Casa Alleman. Decorações a cargo da Sociedade Technica e Commercial Anhanguéra Limitada.

[Centro] A sala do diretor administrativo. É um confortável recinto todo mobiliado pela firma Antonio Palmieri, de Santos

[Abaixo] O Salão dos Vereadores, com portas de acesso para a Sala das Sessões e para a biblioteca especializada que funciona em sala contígua. Os tapetes e as cortinas são igualmente da Casa Alleman.

Página 9 da publicação especial de O Estado de São Paulo, de outubro de 1939

 


[Acima] Hall do terceiro andar. O hall do quarto andar oferece idêntica perspectiva. Tanto um como outro e ainda os corredores laterais são pavimentados com pastilhas Argilex fornecidas por Serva, Ribeiro & Cia. Ltda. à Sociedade Technica e Commercial Anhanguéra Ltda., que foi a contratante dos pisos cerâmicos.

[Centro] Arquivos de plantas da Divisão de Plano da Cidade. Trata-se de uma instalação única no gênero e foi realizada pela firma Nascimento & Filhos Ltda., de São Paulo

[Abaixo] Um ângulo do vasto salão em que funcionará o restaurante destinado aos funcionários da Prefeitura de Santos. O piso é de Argilex e os vitraux especialmente estudados e realizados pela Casa Conrado, de São Paulo.

Página 10 da publicação especial de O Estado de São Paulo, de outubro de 1939

 


[Acima] Uma das salas destinadas aos chefes de divisão. Ampla, clara, arejada, oferece um ambiente adequado ao trabalho. Essas salas são guarnecidas pela firma A Mobiliadora, de Isidoro Chansky & Cia.

[Abaixo] Protocolo e Fichário. É este um dos maiores salões do palácio municipal. Toma boa parte do quarto andar. É todo aparelhado pela firma Isidoro Chansky & Cia., com máquinas de escrever Remington, fornecidas pela Casa Pratt.

Página 11 da publicação especial de O Estado de São Paulo, de outubro de 1939


Quem visita o Paço Municipal de Santos não pode deixar de descer ao embasamento do edifício, para conhecer a caixa forte e os arquivos. Há aí muita coisa interessante. Basta dizer que essa caixa forte da Tesouraria, construída especialmente para a Prefeitura pela firma Nascimento & Filhos Ltda., desta capital, só por si representa uma pequena sala, uma sala metálica, convenientemente repartida, aonde não chegam nem mesmo os rumores externos. As paredes, o piso e o forro, bem como toda a estrutura, são de concreto armado, trabalho executado pelo engenheiro Antonio Bayma.

A porta pesa onze toneladas. No entanto, graças a um perfeito equilíbrio de pesos, essa muralha de aço poderá ser movida com dois dedos apenas e, sem ruído apreciável, encaixa-se admiravelmente nas portadas de aço, tornando-se, por assim dizer, um bloco gigantesco e inteiriço.

Desse salão passa-se a outro, onde estão instalados os arquivos. Não há, em toda a América do Sul, nesse gênero, trabalho que se lhe compare. Foi feito igualmente pela firma Nascimento & Filhos, de São Paulo, de acordo com o projeto elaborado pelo dr. Zenon Lotufo. Entra-se numa vasta galeria constituída por armação em forma de prateleira, onde se alinham, numa regularidade perfeita, nada menos de 15.000 caixas para arquivar 1.500.000 processos. Todas elas apresentam números de ordem e outras indicações, de modo que, sempre que for preciso retirar um documento a elas confiado, o arquivista irá direitinho à seção decimal e, desta, à caixa que lhe interessa. Um homem só, sem grande esforço, poderá, por assim dizer, reunir em sua mão todo o arquivo municipal. E quando for preciso retirar o conteúdo de uma caixa situada em prateleira superior, o arquivista arrastará a escada de rodas, que só por si representa uma novidade: com o peso do funcionário, as rodas desaparecem e a escada se torna fixa, fixa como as que mais o sejam. Terminada a tarefa, o homem desce e a escada volta a ser de rodas, e é facilmente empurrada de um lado para outro.

Mas o arquivo não consta apenas das 15.000 caixas para papéis de que acabamos de tratar. Ali estão 270 metros de estantes metálicas, 120 metros de estantes especiais para livros e numerosos dispositivos que contribuem para facilitar o trabalho nesse departamento. Além disso, pode-se acrescentar que o Paço Municipal conta 12 cofres Nascimento, 40 arquivos verticais, 25 fichários para cartões, 35 armários para plantas ou mapotecas, e algumas caixas fortes destinadas ao transporte de dinheiro, todos da marca Nascimento.


Página 12 da publicação especial de O Estado de São Paulo, de outubro de 1939

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