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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - NECRÓPOLES - 5
História e histórias dos cemitérios santistas

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Se não bastassem as lendas como a do Fantasma do Paquetá, e as crenças sobre os milagres obtidos com a intercessão de alguns mortos neles sepultados, os cemitérios santistas têm sua própria história, que foi apresentada neste ensaio publicado na História de Santos/Poliantéia Santista, de Francisco Martins dos Santos/Fernando Martins Lichti (1ª edição, 1996, Ed. Caudex Ltda., S.Vicente/SP):

Cemitérios Santistas

Historiadora Eulâmpia Requejo Rocha


[...]

MEMORIAL NECRÓPOLE ECUMÊNICA

A 20 de março de 1983, foi lançada a pedra fundamental do cemitério vertical Memorial Necrópole Ecumênica, projeto idealizado por José Altstut, que se tornou também um pólo turístico para a cidade, possuindo um moderno sistema de aspiração de gases e drenagem, ficando assim livre de insetos e mau cheiro. Esse empreendimento foi construído na Av. Nilo Peçanha, nº 50, Marapé.

José Salomon Altstut, o Pepe, idealizador do projeto, teve que pedir a permissão da Diocese de Santos, porque não queria entrar em conflito religioso. O bispo não se opôs, mas os moradores da vizinhança achavam uma aberração ter como vizinho um prédio onde se enterram mortos.

A finalidade do projeto foi - além de resolver o problema da falta de espaços dos cemitérios da região - também a de desmistificar a imagem que se tem de um cemitério, que é lembrado como uma cousa macabra. Tanto que no Memorial, além de missas, fazem-se eventos, como corais e apresentações de cantores famosos, por exemplo. O plano paisagístico deu vida ao local, que possui também lagos com carpas e cachoeiras.

Cemitério vertical Memorial fica no bairro do Marapé
Foto: Prefeitura Municipal de Santos/InvestSantos

O Memorial tem infra-estrutura para o atendimento aos visitantes: um ambulatório com enfermeiros para emergências, seguranças com guaritas e cães; espaços para eventos culturais, lanchonete e estacionamento para cem veículos.

O projeto conta com a construção de três prédios, e quando a terceira edificação estiver pronta contará com 9 mil lóculos. Hoje conta com dois prédios, num total de 7 mil lóculos, num total de 10 andares. A área do Memorial conta ainda com uma capela e salas para velórios. Os lóculos são comercializados em três tipos de módulos: urna com cinco ossuários; duas urnas com dez ossuários e quatro urnas com vinte ossuários.

A Memorial Necrópole Ecumênica de Santos é reconhecida como a necrópole mais alta do mundo pelo Livro Internacional dos Recordes, o Guiness Book. E ainda baterá um recorde maior, quando seu terceiro prédio estiver pronto, com treze andares e 46 metros de altura. Concluídos em 1984, foram registrados no Livro Guiness de Recordes, edição de 1990, editado na Inglaterra.

De acordo com José Altstut, a questão ambiental tem merecido cuidado especial da Necrópole Memorial, pois os lóculos recebem tratamento interno com impermeabilizante e os caixões são guardados com uma proteção plástica. Há um sistema exclusivo de dutos que conduzem os gases à atmosfera através de exaustores com telas, impedindo a entrada de insetos.

A Necrópole Memorial desenvolve programa cultural em cada 4º domingo do mês, ou último, com apresentação de corais e poesia, além de outros eventos culturais.

O Memorial localiza-se numa área de 18.000 m² e, por ser um edifício onde os corpos não entram em contato com a terra, a necrópole construída no [sopé do] Morro do Marapé afasta qualquer tipo de poluição ambiental. Fica aberto 24 horas, sob a proteção de cães e segurança.

Cemitério vertical Memorial, em 1991
Foto: jornal santista Perspectiva - março/abril-1991

BIBLIOGRAFIA

Monografia Memória Viva no Paquetá, de autoria de Eulâmpia Requejo Rocha.
Jornal A Tribuna de 29/8/1994.
Jornal A Tribuna de 9/4/1992.
Jornal A Tribuna de 30/8/1953.
Jornal A Tribuna de 21/3/1993.
D.O.Urgente de 2/11/1991.
D.O.Urgente de 13/6/1991.
D.O.Urgente de 2/11/1990.
Jornal Diário Popular de 22/3/1993.
Jornal O Estado de São Paulo de 20/12/1990.
Jornal O Estado de São Paulo de 2/8/1989.
Jornal Entrevista de outubro de 1992.
Livro: Rodrigues, Olao, No Tempo de Nossos Avós.

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