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ESTRADAS DE RODAGEM
Via Anchieta
A construção da "Via Anchieta" – nova rodovia que liga a capital do Estado ao porto de Santos – é uma das mais expressivas vitórias da política de comunicações, levada a efeito em S. Paulo, sob a égide do Estado Novo, pelo sr. Adhemar de Barros.
O traçado da "Via Anchieta" obedece às mais rigorosas condições técnicas. Assim, no planalto, as curvas terão, em planta, raio mínimo de 300 metros e, na serra, 100 metros. Os motoristas terão, no planalto e na baixada, uma visibilidade mínima de
180 metros.
O comprimento total da estrada, a contar do largo da Sé até Saboó, em Santos, de cerca de 65,5 quilômetros.
Tem a "Via Anchieta" um sentido particularmente econômico e turístico. É que o enorme aumento de trânsito, verificado na estrada velha, impunha a construção da nova rodovia. Em 1934, na antiga estrada trafegaram 18.537 veículos, transportando
72.334 passageiros e 12.086 toneladas de carga. Em 1937, só o movimento de passageiros atingiu a soma de 988.055, ou sejam 2.l707 passageiros por dia.
No transporte de mercadorias, avaliado pelo número de toneladas líquidas, a rodovia suplantou, em confronto, 33 das 43 ferrovias de todo o país.
A "Via Anchieta" representa enorme força propulsora do progresso econômico de S. Paulo e do Brasil.
Via Anchieta - traçado
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A "Via Anhanguera" – A futura estrada de rodagem S. Paulo-Jundiaí, cuja construção está sendo levada a efeito pelo Governo de S. Paulo, constitui a segunda etapa de um grandioso empreendimento rodoviário, qual seja, o de
ligar Campinas ao nosso principal porto marítimo, por uma auto-estrada com as características das suas congêneres mais modernas.
A "Via Anhanguera" virá substituir a ligação rodoviária existente entre aquelas duas cidades, a qual, de há muito, tornou-se inadequada para o tráfego que suporta, em vista das suas condições técnicas precárias e da dificuldade de se manter em
boas condições o seu leito de terra, não obstante a dispendiosa conserva que recebe.
As suas características técnicas serão as mesmas da "Via Anchieta", no trecho do planalto, isto é:
Curvas, em planta, raio mínimo, 5.000 metros.
Declividade máxima, 6%.
Velocidade normal prevista, 120 km/hora.
Duas pistas de circulação de concreto, com 7,00 metros de largura cada uma, separadas por uma faixa central neutra de 3.000 m.
Largura total da estrada: no trecho em corte 25,20, nos aterros 21,40.
Faixa mínima de domínio da estrada, 50 metros.
Visibilidade mínima, 180 metros.
O desenvolvimento total da nova estrada, desde o seu início em Vila Jaguara -quilômetro 13 a contar da Praça da Sé – até a chegada em Jundiaí, quilômetro 66 da estrada atual, será de 43 quilômetros.
Nessas condições, a distância entre S. Paulo e Jundiaí, pela "Via Anhanguera", será de 57 quilômetros, o que em comparação com a estrada existente apresenta um encurtamento de 9 km.
É interessante notar que o traçado em perfil da "Via Anhanguera" mantém-se em toda a sua extensão entre as cotas 720 e 750, salvo na travessia da garganta de Jaraguá, onde atinge a cota 820.
Atualmente, os serviços de construção já está atacados até o km 33, sendo que os 6 primeiros estão sendo feitos por administração direta, e os restantes 27 por empreitadas, confiadas aos vencedores das concorrências públicas abertas para esse
fim, que apresentaram o resultado seguinte:
Trecho |
Escavação |
Transp. M³xDm |
Valestas m.1- |
Raspa-gem m² |
Da estaca 295 a 437 |
2$400 |
$050 |
$600 |
$400 |
Da estaca 437 a 566 |
(1ª cat.) 1$350 (2ª cat.) 4$300 |
$040 |
$450 |
$350 |
Da estaca 566 a 740 |
(1ª cat.) 1$330 (2ª cat.) 3$700 |
$040 |
$450 |
$450 |
Da estaca 740 a 935 |
(1ª cat.) 2$400 |
$040 |
$500 |
$700 |
Da estaca 935 a 1095 |
(1ª cat.) 3$480 |
$040 |
$500 |
$400 |
Da estaca 1095 a 1197 |
(1ª cat.) $870 (2ª cat.) 1$600 |
$030 |
$450 |
$450 |
Da estaca 1197 a 1330 |
(1ª cat.) 1$400 (2ª cat.) 3$900 |
$030 |
$450 |
$450 |
Da estaca 1330 a 1526 |
(1ª cat.) 2$340 |
$050 |
$500 |
$400 |
Da estaca 1526 a 1653 |
(1ª cat.) 2$000 |
$070 |
$600 |
$600 |
|
Dentro de alguns dias será posto em concorrência o trecho compreendido entre os kms 33 e 36, sendo que o trecho final, do km 36 ao km 43, será atacado por administração direta, em virtude das favoráveis condições topográficas do mesmo.
Até a presente data já foram removidos 600.000 m³ de terra, o que representa uns 20% de volume a ser escavado.
Os serviços de drenagem processam-se também com rapidez, já estando concluídos uns 70% dos serviços de assentamento de bueiros e obras de arte correntes.
Concomitantemente com a execução dos aterros, vamos levando a efeito a sua compactação por processos mecânicos, o que nos assegura a consolidação rápida dos mesmos, tornando-os aptos a receber imediatamente a chapa de concreto, cujo assentamento
deverá ser feito ainda nos primeiros do ano próximo.
Estradas em construção, em novembro de 1940 |
Estradas |
KM |
Assis-Maracaí-Iepê-Porto Alvorada |
96,200 |
Bauru-Garça |
72,820 |
Bauru-Pirajuí |
62,000 |
Variante de Limeira |
9,000 |
Vargem Grande-Casa Branca |
21,220 |
Porto João Alfredo-Termas de São Pedro |
21,630 |
Bauru-Iacanga |
50,000 |
Ramal Clube dos Oito |
1,280 |
São Bento-Rosas |
14,360 |
Piraju-Ipaussu-Ourinhos-Divisas do Paraná |
65,570 |
Fartura-Divisas do Paraná (Rio Itararé) |
11,600 |
Osorio-Itaporanga (parcial) |
8,000 |
Itaberá-Taquari (parcial) |
9,000 |
Banhado Grande-Pescaria-Minas do Espírito Santo |
12,000 |
Ramal de Lourdes (estrada Apiaí-Iporanga) |
2,630 |
Ariri-Colonia Santa Maria |
27,870 |
Via Anhanguera |
44,350 |
Via Anchieta |
57,580 |
Total |
587,110 |
Resumo: |
|
Quilometragem das estradas construídas até novembro de 1930 |
3.159,600 |
Quilometragem das estradas construídas de novembro de 1930 a novembro de 1940 |
2.701,140 |
Total |
5.860.740 |
Quilometragem das estradas em construção em novembro de 1940 |
ILEGÍVEL |
Via Anhanguera - KM 8
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