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Andreazza visita a Santos-Jundiaí
Durante visita às obras de recuperação da ferrovia
Santos a Jundiaí, ontem, o ministro dos Transportes, Mário Andreazza, revelou que tão logo seja restabelecido o tráfego nesta linha, o que deve
ocorrer dentro de uns 25 dias, o ramal Jundiapeba-Ribeirão Pires, concluído há alguns meses, será colocado em funcionamento, possibilitando um
transporte mais rápido de minérios de ferro para a Baixada, sem passar pela Capital.
O ministro visitou os trabalhos de recuperação até o trecho da Serra do Mar
compreendido entre Paranapiacaba e a Baixada, onde se localiza o viaduto 4, que foi sensivelmente avariado pelas chuvas. Em seguida, disse que
brevemente voltará a visitar a ferrovia mas, desta vez, para ver os trabalhos de instalação do sistema de cremalheira, o mais importante do mundo,
tendo capacidade de tonelagem quatro vezes superior ao atual, que é de 120 toneladas por trem.
O ministro dos Transportes revelou ainda que já está em mãos do engenheiro Eliseu
Rezende, diretor do DNER, o projeto definitivo da estrada Rio-Santos. Um financiamento de 50 milhões de dólares para a execução da obra está sendo
solicitado ao BID - acentuou (N.E.: DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem; BID - Banco Interamericano de
Desenvolvimento).
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Tão logo seja restabelecido o tráfego da Santos a Jundiaí, o que deve ocorrer dentro
de uns 25 dias, o ramal Jundiapeba-Ribeirão Pires, concluído há alguns meses, será colocado em funcionamento, possibilitando um transporte mais
rápido de minérios de ferro para a Baixada, sem passar pela Capital.
A informação é do ministro Mário Andreazza, dos Transportes, que ontem esteve
visitando as obras de recuperação da ferrovia para Santos, paralisada desde o fim de fevereiro. Antes, na Estação da Luz, o ministro inaugurou o CTC
(Controle de Tráfego Centralizado), um novo sistema de sinalização automática capaz de sanar uma eventual falha humana. Viajando de trem, o ministro
dos Transportes visitou a Santos a Jundiaí, até o trecho da Serra do Mar compreendido entre Paranapiacaba e a Baixada, onde se localiza o viaduto 4,
que foi sensivelmente avariado pelas chuvas.
O trem em que viajava o ministro chegou até a uns vinte metros do viaduto. Depois,
toda a comitiva caminhou até o local dos trabalhos de recuperação, exatamente no momento em que uma das torres metálicas do viaduto era erguida.
Segundo o engenheiro Frederico Guilherme Castro Braga, da Regional Centro-Sul,
explicou ao ministro, os trabalhos de recuperação do viaduto 4, localizado no segundo plano inclinado, a pouco mais de 1 km do patamar 2, obedeceram
três fases distintas.
A primeira foi a da limpeza do canteiro das obras, consistindo em limpeza superficial
do viaduto e remoção das pedras de morros das proximidades que ainda ofereciam perigo. Esta fase exigiu 20 dias de serviços.
A segunda, realizada em igual período, compreendeu a reconstrução dos pilares, que
eram de alvenaria de pedra e passaram a ser de concreto armado, muito mais resistente.
Finalmente a terceira fase é a que está sendo desenvolvida agora, ou seja, a da
montagem da estrutura metálica do viaduto. Duas torres e cinco vãos de tabuleiro têm que ser instalados. Só depois é que os trilhos poderão ser
recolocados, permitindo então o tráfego normal de trens de Santos a Jundiaí.
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Voltará - O ministro Mário Andreazza, depois da visita ao viaduto 4, anunciou
que dentro de um mês aproximadamente voltará a visitar a Santos a Jundiaí, mas desta feita para ver os trabalhos de instalação do sistema de
cremalheira, que vêm sendo feitos no trecho que era o do antigo leito da ferrovia na Serra do Mar.
Segundo disse o general Antonio Adolfo Manta, presidente da Rede Ferroviária Federal
S.A., o sistema ora em instalação é o mais importante do mundo, tendo capacidade de tonelagem quatro vezes superior ao atual, que é de 120 toneladas
por trem.
A cremalheira está sendo instalada no trecho que era da primeira ligação ferroviária a
cortar a Serra do Mar, melhorado, pois foi traçado há 104 anos. Transportará tanto cargas como passageiros, na metade do tempo hoje exigido para a
viagem, que é de duas horas e vinte minutos. As locomotivas que servirão nesta linha são de fabricação da Itashi, do Japão. Com o tempo, após a
inauguração da cremalheira dentro de um ano e meio a dois, a Santos-Jundiaí paralisará os serviços pelo sistema atual.
Desde ontem, está funcionando o CTC (Controle de Tráfego Centralizado) da ferrovia. A
cabina do CTC na Estação da Luz - que atenderá inicialmente só a região do pátio, na Capital (trecho do Pari a Barra Funda) - foi ontem inaugurada
pelo ministro. O secretário de Transportes, eng. Paulo Maluf; o general Antonio Adolfo Manta, presidente da Rede Ferroviária Federal, estiveram
presentes à inauguração, entre outras autoridades.
Uma explicação de como funciona o CTC foi feita rapidamente ao ministro dos
Transportes, pelo ex-ministro Hélio de Almeida, da Companhia Brasileira de Sinalização, responsável pela montagem da cabineta da Luz. Em seguida
discursou o eng. José Teófilo dos Santos, chefe da 9ª Divisão da Santos-Jundiaí.
Disse ele: "A cabina que ora inauguramos constitui parte do conjunto da nova
sinalização eletro-automática, normalmente conhecida pela sigla CTC, que está sendo implantada na Santos-Jundiaí. O CTC permitirá, através deste
único Posto de Comando, o controle de todas as chaves e sinais do trecho Campo Grande-Jundiaí, estabelecimento de rotas de circulação, preferência
de circulação, retenção de trens, registro gráfico do percurso dos trens etc. A parte central do painel de comando controla todo o tráfego no pátio
da Estação da Luz e entre esta e as estações adjacentes de Pari e Barra Funda. Este painel indica, geograficamente, a posição de todos os trens ao
longo das linhas e rotas preestabelecidas".
O CTC da Santos a Jundiaí é dotado de "Cab-Signal" de "Speed-Control", que o torna o
mais moderno e eficiente dos diversos já instalados no país por outras ferrovias.
O "Cab-Signal" é um sinal que o maquinista recebe na própria cabina da locomotiva,
tornando dispensável a existência dos sinais externos da linha. Assim, o sinal verde significa "prossiga na velocidade máxima permitida no trecho";
o amarelo significa "prossiga à velocidade média", que é de 40 km/h, e o vermelho significa "prossiga a velocidade reduzida, pronto para parar
diante de qualquer obstáculo". Modifica-se assim também o conceito de interpretação de sinais, pois passa-se a ter agora uma sinalização de
velocidade.
O "Speed-Control" ou controle de velocidade é um dispositivo que trabalha conjugado
com o "Cab-Signal", e que fiscaliza o maquinista mediante aplicação de freios quando não é obedecida a indicação do sinal. Assim, uma eventual
distração humana será automaticamente corrigida, evitando-se a repetição de desastres ferroviários como o de Perus.
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Ponte Rio-Niterói - Com respeito à ponte Rio-Niterói, a expansão do porto de
Santos, a construção da estrada Rio-Santos, a via Dutra e seu tráfego, a duplicação da rodovia Curitiba-São Paulo - eis alguns dos assuntos tratados
pelo ministro Mário Andreazza com os jornalistas, durante a viagem de vistoria do viaduto 4, na Serra.
Com respeito à ponte Rio-Niterói, disse o cel. Andreazza que o grande problema
apontado pela imprensa, que era o da segurança da obra, não existe. "A nossa única preocupação foi com a parte executiva, problema também já
solucionado com a entrega da obra a um respeitável consórcio de construção, que conta com excelente corpo técnico", disse. E acrescentou: "Mas
problemas assim são decorrentes das grandes obras e só sente o prazer da vitória quem tem a coragem de enfrentá-los. Dia 4, com uma visita da
imprensa à ponte, reabriremos o canteiro de obras aos jornalistas, para que voltem a acompanhar o prosseguimento dos serviços".
"Contando com financiamento do Banco Mundial, o governo investirá 60 milhões de
cruzeiros nas obras de ampliação do porto de Santos, pela sua margem esquerda. Para que esta expansão seja realizada, porém, é preciso que antes se
crie uma infra-estrutura rodo-ferroviária na área. A rodovia já se encontra em conclusão. Com o financiamento do Banco Mundial, esperamos construir
o ramal ferroviário, no prazo de 2 anos aproximadamente", afirmou o ministro dos Transportes. A expansão do porto de Santos, pela sua margem
esquerda, virá acabar com os problemas de congestionamento hoje verificados.
Foto: acervo do jornal Cidade de Santos, feita na mesma data, mas não publicada
com a matéria
Imagem: pesquisa de Waldir Rueda nos arquivos do jornal,
mantidos no acervo da Unisantos
A Rio-Santos - Já se encontra em mãos do engenheiro Eliseu Rezende, diretor do
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, o projeto definitivo da estrada Rio-Santos, segundo disse ontem o ministro Andreazza. Um financiamento
de 50 milhões de dólares, para a execução da obra, está sendo solicitado ao BID. O custo total da estrada está estimado em 400 milhões de cruzeiros,
afirmou o ministro.
"As obras devem ser iniciadas no final deste ano e o prazo de construção da Rio-Santos
será de 24 meses. Contrataremos várias firmas especializadas para a execução de trechos diversos da obra, de modo a que no final de 1973 já possamos
contar com a rodovia, que virá aliviar o congestionamento da Dutra", esclareceu.
A Via Dutra - Falando da via Dutra, o ministro Mário Andreazza anunciou para
julho vindouro o início da cobrança do pedágio, "o que proporcionará uma renda anual de 30 milhões de cruzeiros, que serão revertidos em obras de
melhoramento da rodovia, exclusivamente".
A respeito do problema do congestionamento na Dutra, disse o ministro que ele será
solucionado em breve, no trecho da capital paulista, com a construção de ruas laterais, pela Prefeitura, à rodovia, "de modo que o tráfego urbano
não interfira no da estrada". Anunciou, também, que após a construção da Rio-Santos a Dutra será desafogada em parte. "Tornar a via Dutra uma
rodovia expressa, também está nos nossos planos", acrescentou.
"A duplicação deverá ser feita, mas não pelo atual traçado, que é uma obra
impraticável, dadas as condições do terreno. Estamos estudando outras alternativas. Uma delas seria o prolongamento da Rio-Santos até Garufa, no
Paraná".
Foto: acervo do jornal Cidade de Santos, feita na mesma data, mas não publicada
com a matéria
Imagem: pesquisa de Waldir Rueda nos arquivos do jornal,
mantidos no acervo da Unisantos
Ferrovia - Para o ministro Mário Andreazza, a rede ferroviária é o elemento
básico com que deve contar o país no setor dos transportes e por isso ele vê com bons olhos a recuperação de nossas ferrovias, bem como o seu
aperfeiçoamento.
Para assegurar o rápido escoamento da safra de 2 milhões de toneladas de trigo,
esperada este ano no Rio Grande do Sul, o governo está promovendo o melhoramento das estradas de ferro daquele Estado. Aliás, segundo disse o
ministro, no Rio Grande e no Paraná, o sistema ferroviário já não vem apresentando mais déficit. "Até o ano de 1974, esperamos que todas as
ferrovias do centro e Sul do país já estejam operando sem déficit", afirmou o cel. Andreazza, que vê na integração operacional das estradas de ferro
daquelas regiões a grande solução para os problemas atuais.
Além dos transportes de cereais, combustíveis e minérios, já executados pelas
ferrovias, é idéia do ministro que as estradas de ferro também transportem automóveis. Nesse sentido, já está em estudos a construção de um ramal
ferroviário servindo em São Bernardo do Campo, o grande centro automobilístico nacional. No Nordeste, dentro em breve, as ferrovias estarão
conduzindo todo o [palavras finais da matéria não impressas]
Foto: acervo do jornal Cidade de Santos, feita na mesma data, mas não publicada
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Imagem: pesquisa de Waldir Rueda nos arquivos do jornal,
mantidos no acervo da Unisantos
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