No
final do beco denominado Rua Tiro Naval (travessa da Avenida Senador Feijó, no Centro), existe
um local que a memória santista já esqueceu, mas que tem grande importância para a história de Santos, pois é um dos marcos
citados já nos primeiros documentos da vila recém-criada por Braz Cubas em 1543.
É a fonte das Duas Pedras, situada na encosta do Monte Serrat,
e que - por ser de uso público - nos primeiros séculos de Santos tinha importância até maior que a fonte do Itororó (já que
as águas desta última eram usadas apenas por Braz Cubas em seu curtume).
Durante a segunda metade do século XX, com a desativação da fonte,
até a sua memória desapareceria, e mesmo consultas feitas no local em princípios do século XXI
mostraram que as pessoas que ali vivem também não lembram de outra referência próxima, citada na crônica histórica santista, a
Pedra da Feiticeira.
Em 1943, exatos quatro séculos depois dos primórdios do povoamento de Santos, a
fonte já estava desativada, quando foi publicada esta foto:
ANTIGA FONTE DAS DUAS
PEDRAS - Vêem-se os bancos remodelados que serviam para os aguadeiros e lavadeiras esperarem a sua vez. Este trecho corresponde atualmente à
extremidade, sem saída, da Rua do Tiro Naval. Esta extremidade da rua é fechada por uma caixa d'água. Mais para o alto do morro ainda jorra a fonte
que forneceu água aos nossos antepassados de quatro séculos idos. Era um fonte pública. A outra, existente no fim da Rua Itororó, era de propriedade
de Braz Cubas e fornecia água para seu curtume
Imagem e legenda
publicadas em Santa Casa de Misericórdia de Santos - Primeiro hospital fundado no Brasil -
Sua origem e evolução - 1543-1943, de Ernesto de Souza Campos, impresso em 1943 na
capital paulista na tipografia de Elvino Pocai (página 65) |