Ambas haviam mudado de nome no final do século XIX, mas entre 1919 e 1923 voltaram por algum tempo aos nomes antigos, antes de assumirem as denominações definitivas (a Rua de Santo Antônio ganhou a denominação oficial de Quintino Bocaiúva em 1889, mas continuou a ser chamada pelo nome antigo, só passando a ser Rua do Comércio em 1921, enquanto o Largo do Rosário passou a ser General Francisco Glicério em 1889 e Moreira César em 1897, voltando a ser Largo do Rosário de 1921 a 1923).

Em primeiro plano, o prédio do Lloyd Real Belga, onde também funcionou o Fórum, na esquina da Rua XV de Novembro. Ao fundo, já na praça, o prédio do Correio:

O mesmo cartão, reproduzido com outra técnica fotográfica:

O mesmo local, em 1939, em foto no acervo de Sophia Pretzel Waldheim:

Em 1902, a esquina das ruas do Comércio e Gonçalves Dias, em foto de José Marques Pereira:

Imagem: Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS)

Já este cartão postal alemão retrata outro trecho da rua, destacando a comissária de café Theodor Wille & Co., onde também funcionava o consulado alemão em Santos:

Possivelmente em meados da década de 20, a rua engalanada para um desfile, vendo-se ao fundo a Praça Rui Barbosa:

Esquina das ruas do Comércio e José Ricardo, na mesma época. O prédio vermelho era a sede da Companhia Bandeirantes de Armazéns Gerais:

Trecho inicial da Rua do Comércio, junto à Praça Rui Barbosa, possivelmente por volta de 1920:

Na mesma época e no mesmo local, multidão se aglomera para obter as últimas notícias de algum acontecimento, afixadas na porta de um jornal:

Já no início da década de 1930, o pormenor de uma imagem de cartão postal mostra a confluência da Rua do Comércio com a Praça Rui Barbosa, atravessada por um cartaz publicitário de lotérica, com a "mãozinha" apontando para a loja Vale Quem Tem, quase vizinha da Galeria Odeon:

O intenso movimento comercial e social dessa via é observado neste pormenor da imagem:

Também da década de 1930 este outro cartão postal, em que se destacam as promoções das lojas, com faixas estendidas de lado a lado. Entre elas "a casa dos Três Irmãos, a Casa Excelsior com sua 'liquidação annual', e outros comércios como a dos pianos Zeitter Winkelmann, uma loja dos automóveis Ford e a Hafers, Caiuby & Cia. 'agentes auctorisados'. Note o número de carros estacionados nos dois lados", como observa o jornalista e cartofilista José Carlos Silvares, de Santos/SP:

Cartão postal: José Carlos Silvares/Santos Ontem - perfil na rede social FaceBook

Em cartão postal enviado em 1933, a "Rua do Café", assim conhecida por concentrar inúmeras firmas exportadoras do produto, agências de navegação, escritórios de corretores de café, consulados, armazéns gerais, além de lojas e restaurantes. No lugar do Empório Sul Rio Grandense funcionaria a partir das décadas seguintes a loja Ao Camiseiro, na esquina da Praça Rui Barbosa, tendo à sua frente o já centenário Café Paulista:

Foto acervo do despachante aduaneiro e cartofilista Laire José Giraud

Nestas duas imagens, trechos da Rua do Comércio, tal como se apresentavam por volta de 1960:

SE ESTA RUA, SE ESTA RUA... - O charme parece o mesmo dos áureos tempos do café, quando a economia local fervilhava ao sabor do produto. O clima frio e as luzes de época ajudaram a temperar a atmosfera nostálgica, mas encantadora, da Rua do Comércio, no Centro de Santos, no final da tarde de ontem

Foto: Alberto Marques, publicada com a legenda em A Tribuna em 24 de junho de 2010, pág. A-1