Em foto de meados do século XIX, o trecho final da
Rua do Comércio, então chamada de Rua Santo Antonio, vendo-se delineada ao fundo a igreja do
Valongo e, à direita, a Capela da Graça, construída em 1562:
Foto: acervo M. Rodrigues
A mesma imagem, em outro arquivo:
Foto: Militão Augusto de Azevedo, arquivo Sead, publicada na
RevistaUSP nº 41, março/maio de 1999, pela Coordenadoria de Comunicação Social da Universidade de São Paulo, S. Paulo/SP
Ainda essa imagem, em outra coleção:
Rua Santo Antônio, vista desde junto à Rua do Sal, em foto de
Militão Augusto de Azevedo
Foto: coleção Arnaldo Aguiar Barbosa/IPHAN, reproduzida no livro
Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, de Gino Caldatto
Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004
Pormenor da foto acima permite observar mais detalhes da Capela da Graça
Sobre esse local e as fotos feitas em 1865, escreveu o arquiteto Gino Caldatto
Barbosa, no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, em 2004:
"A configuração da Rua Santo Antônio, atual Rua do
Comércio, reflete a expansão do povoado para o setor Oeste da cidade, sobretudo após a fixação da ordem franciscana, no bairro do Valongo, na
primeira metade do século XVII. Os assentamentos iniciais estabeleceram a vocação residencial que se consolidou até o final do século XIX, quando a
região sofreu transformação no uso dos edifícios, passando a acolher uma próspera zona comercial. Reuniam-se lá setores sociais distintos, agregando
parte das famílias ricas da cidade, postadas nas proximidades da Igreja de Santo Antônio, em contraposição aos mestiços e escravos alforriados,
situados na extremidade oposta da rua.
"Em 1865, a Rua Santo Antônio mostrava os primeiros sinais de prosperidade econômica,
acelerada nas décadas subseqüentes pela exportação cafeeira. O ano também marcou a construção do sobrado de Manoel Joaquim Ferreira Neto, imponente
edifício neoclássico, tombado atualmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, visto na fotografia de Militão em fase
final de obras, como os andaimes de madeira na fachada demonstram.
"A Capela de Nossa Senhora da Graça, que acolheu a ordem carmelita no século XVI,
seguida do sobrado que pertenceu à Irmandade do Santíssimo Sacramento, ostentando raro beiral com cachorro de madeira, e a Igreja e Convento de
Santo Antônio, no final da rua, comprovam o perfil religioso do logradouro: balizas edificadas que evocam proteção invisível aos imponentes casarões
dos arredores em meio ao incessante movimento de carroças e pessoas."
Esta outra foto foi feita no sentido oposto à anterior:
Rua Santo Antônio, vista da Rua do Sal, em foto de Militão
Augusto de Azevedo
Foto em albúmen 10,7 x 13,9 cm - Acervo Museu Paulista.
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de
Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004
Sobre ela, comenta ainda Gino Caldatto Barbosa em seu livro:
Esta foto "conduz o olhar para o ponto de inflexão
da rua, repleto de casinhas térreas onde se concentravam os escravos libertos. Sua presença se justificava em face da proximidade com o sítio de
devoção determinado pela Igreja de Nossa Senhora do Rosário, erguida por ex-cativos, hoje bastante modificada. À frente, no espaço rústico do
pequeno adro, em formato triangular, lavadeiras, quituteiras, engraxates eram atraídos pelo chafariz postado ao centro, configurando o espaço de
sociabilidade típico da cidades coloniais brasileiras, que Militão, infelizmente, não documentou.".
Também por volta do final do século XIX, outra imagem dessa via:
Foto: cartão postal da coleção de
Laire José Giraud
Em 1902, era publicada esta foto da então Rua Santo Antonio, obtida pelo fotógrafo
José Marques Pereira:
Foto publicada na edição especial da Revista da Semana/Jornal
do Brasil de janeiro de 1902
(acervo
do historiador santista Waldir Rueda)
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