No final dos desfiles carnavalescos
da tradicional festa Dona Dorotéia, Vamos Furar Aquela Onda?, que existiu em Santos durante boa parte do século XX, a praxe era o banho de mar com os foliões fantasiados de mulher.
Um homem vestido de "noiva" pulava, junto com o "noivo", do último estágio do trampolim montado em madeira nas águas da Ponta da Praia. Depois, foi instalado no
local um trampolim em cimento, visto no detalhe ao lado e no centro desta foto de 1951, do cartofilista Laire José Giraud:
Foto publicada no jornal A Tribuna de 27 de fevereiro de 2004, seção Imagem do passado
O esquema do trampolim foi divulgado pela revista Flama, em 1945:
Imagem enviada a Novo Milênio pelo historiador Waldir Rueda
A mesma revista Flama de 1945 publicou um anúncio da Prefeitura Municipal de Santos, mostrando a fase final das obras na Avenida Almirante Saldanha da
Gama. Dentro da água, as obras do trampolim:
Imagem enviada a Novo Milênio pelo historiador Waldir Rueda
No início da década de 1950, o trampolim estava em plena atividade, em meio às comemorações de mais uma festa de Dona Dorotéia, no momento em que passava pelo local um navio cargueiro
da armadora norueguesa Ivaran lines:
Foto: reprodução de livro comemorativo da Ivaran Lines,
no acervo do despachante aduaneiro Laire José Giraud
Em 29 de setembro de 1937, o jornal santista A Tribuna registrava, na página 9 (ortografia atualizada nesta transcrição):
Reparado, o trampolim do Saldanha
Construída há muitos anos, ultimamente a torre de saltos do Saldanha já não vinha oferecendo grande segurança
aos elementos do clube, campeões desse esporte no Brasil.
A diretoria do clube da Ponta da praia, tendo em vista o início da temporada aquática, que se aproxima, e ainda com o objetivo de intensificar os treinos de grande número de novos
simpatizantes do esporte que celebrizou Maninho, resolveu promover os reparos necessários, tendo obtido da Cia. Docas de Santos o material de que carecia para tal fim.
Aquela poderosa empresa, que muito tem auxiliado o esporte náutico em nossa cidade, também forneceu o pessoal necessário para os consertos na torre de saltos.
Domingo estivemos em visita à Ponta da Praia e pudemos constatar de visu os reparos feitos nos soalhos e nas diversas plataformas e pranchas, os quais deram novo aspecto ao
trampolim, tornando-o eficiente para as sessões de treinos e competições que ali venham a realizar-se.
À hora em que lá estivemos, mais de 30 nadadores e saltadores, como se pode ver pela gravura, faziam da torre de saltos, quase que inteiramente reformada, o seu alegre "pombal"...
A torre de saltos do C. R. Saldanha da Gama
Foto publicada com a matéria
Esta fotografia, medindo 13,5 x 8,5 cm, mostra a Ponta da Praia por volta de 1950, com o trampolim no mar, à esquerda:
Imagem: reprodução de foto negociada no site de leilões
Ebay-EUA, em 15/12/2010
O trampolim é visto ainda na foto publicada em 4 de abril de 1967, na página 14 do 1º caderno do jornal santista A Tribuna, junto com matéria sobre a XXIX Travessia do Canal a
Nado, ocorrida no domingo anterior, dia 3. A reprodução parcial dessa página foi enviada a Novo Milênio pelo internauta
Pedrolandi F. Sestari, em novembro de 2012:
"AMPLA VISÃO - O novo percurso da Travessia, como era de esperar, levou plateia excepcional à Ponta da Praia, postada ao longo das avenidas Saldanha da Gama e Bartolomeu de Gusmão. A foto, numa
visão ampla, permite aquilatar quanto interesse a prova despertou"
Imagem: reprodução parcial da página 14/1º caderno de A Tribuna de 4/4/1967
|