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SANTOS DE ANTIGAMENTE
R.dos Açougues, Áurea ou General Câmara (2)
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Na foto abaixo, de 1912 (pertencente ao acervo de Rubens Corte Real, neto do dono do estabelecimento), vê-se o armazém de Albano Corte Real, situado na esquina das ruas General Câmara e Senador Feijó:


Foto publicada no jornal santista A Tribuna em 6/2/2004

O mesmo prédio é visto nesta foto de 1865, feita por Militão Augusto de Azevedo a partir do cruzamento das ruas General Câmara e Braz Cubas:


Foto: Almanaque da Baixada Santista 1976, de Olao Rodrigues (Prodesan Gráfica, Santos/SP, p.91)

No Almanaque da Baixada Santista, o local é erroneamente identificado como sendo a Rua Visconde do Embaré. O engano foi desfeito em 2004 pelo arquiteto Gino Caldatto Barbosa, no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo:

"Parte da continuação do eixo viário da Rua do Campo, que no final do século XIX havia sido incorporada, recebendo a denominação única de Rua Áurea, atual Rua General Câmara. Em 1865, principiava depois do Campo da Misericórdia e seguia até os limites do estuário, no bairro de Paquetá, concentrando ofícios diversos como o de sapateiro, alfaiate, pintor, fotógrafo, instalados em sobrados e estreitas casas térreas que delineavam a paisagem urbana do lugar.

"Esta imagem é parte da seqüência de vistas feitas por Militão quando posicionou a câmera no cruzamento com o antigo Caminho da Barra, atual Braz Cubas, que permitiu, desse ponto, obter cinco perspectivas do entorno. Para a documentação do extenso trajeto, estabeleceu contraponto com a imagem feita da Rua do Campo, na extremidade oposta, e assim, à distância, conseguiu uma leitura visual relativamente completa do eixo viário".


Rua Áurea na esquina com o Caminho da Barra, em foto de Militão Augusto de Azevedo
(reprodução – Coleção Arnaldo Aguiar Barbosa /IPHAN)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004


Montagem sugerida por Gino Caldatto 

Ainda Gino Caldatto, em seu livro de 2004:

"Militão realizou duas fotografias simultâneas da Rua do Campo, feitas a partir do Largo do Rosário, com intenção inicial de apresentar cada lado da via pública. Captada pelo fotógrafo em primeiro plano, a fábrica de refinação de açúcar, oposta ao Hotel Europa, é indicativo da diversificada atividade que a rua possuía, estranhamente retratada sem o cotidiano dos fregueses, numa atmosfera vazia e silenciosa.

"Em várias ocasiões, Militão empregou a correlação entre imagens, que unidas ganham novo sentido visual permitindo um enquadramento mais realista da cena":


Rua do Campo, em foto de Militão Augusto de Azevedo
(albúmen com 10,8 x 16,2 cm, no acervo do Museu Paulista)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004

Continua o arquiteto Gino Caldatto:

"A Rua do Campo fazia parte do eixo viário organizado no sentido Leste-Oeste, que mais tarde receberia a denominação de Rua General Câmara. No século XIX, era apenas um trecho da atual rua, que partia do Largo do Rosário e se prolongava em direção ao estuário para alcançar os fundos do Convento do Carmo, quando então seguia curso passando a chamar-se Rua Áurea.

"Sua expansão, na segunda metade do século XIX, estava subordinada a ocupações sucessivas de um segmento da população voltado à prestação de serviços, com ênfase em ofícios e práticas comerciais variados: barbeiros, sapateiros, alfaiates, pintores, açougueiros dividiam o espaço da rua, entre estreitas casas térreas e altos sobrados, em cuja atividade atendiam satisfatoriamente à demanda diária":


Rua do Campo, em foto de Militão Augusto de Azevedo
(albúmen com 11,7 x 16,5 cm, no acervo do Museu Paulista)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004

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