Herança da época áurea das exportações de café pelo porto
santista, e uma das primeiras casas não-geminadas de Santos, a
edificação que abriga a Pinacoteca Benedito Calixto desde
o final do século XX tem detalhes arquitetônicos clássicos misturados com art nouveau. Situada na Av. Bartolomeu de Gusmão, e conhecida como
Casa Branca da praia, pertenceu à família Pires. Estas fotos, de 1998, são da Prefeitura Municipal de Santos:
A história da casa é contada pela própria Pinacoteca, em sua página Web:
A casa foi construída por um alemão, Sr. Dick, em 1900, que a deixou em 1910,
retornando para a Alemanha para prestar cuidados médicos a sua esposa. A casa foi vendida mobiliada para o Sr.Francisco da Costa Pires, exportador
de café, que se mudou com esposa e sete filhos. Em 1913, devido a problemas financeiros, a família Pires teve que se desfazer do imóvel, que passou
a ser a sede do Asilo dos Inválidos.
Em 1921, os Pires recompraram a casa e realizaram uma grande reforma. O estilo
arquitetônico da casa é eclético, e a decoração interna é art noveaux. A escada é de mármore italiano (Carrara) e o corrimão de ferro maciço
confeccionado pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Originalmente não era tão luxuosa. Não havia o pequeno cômodo no pavimento intermediário
(o quarto de costura); não existiam os afrescos nem o jardim de inverno. Todos esses ornamentos e cômodos foram adicionados na reforma de 1922.
Essa construção foi uma inovação por ser uma das primeiras casas construída totalmente
isolada. Em Santos, a maioria das residências era geminada. Havia outro sobrado no terreno que servia de alojamento aos criados e mantinha também
duas salas de aula onde as crianças recebiam os professores. No jardim, havia também uma quadra de tênis e um pomar.
Os Pires viveram no casarão até 1935 quando, devido a problemas derivados pela quebra
da bolsa, tiveram que vendê-lo definitivamente. Durante dois anos, foi pensionato de moças. Em 1937, a família Canero, de espanhóis, comprou a casa
e foram seus últimos donos até esta ser considerada como patrimônio histórico e de utilidade pública, em 1979, através do Decreto 5645. Finalmente,
em 1986, com a emissão de posse garantida pela prefeitura, esta pôde iniciar uma completa restauração do casarão, que só terminou em 1992.
Agora funciona como uma homenagem a Benedicto Calixto,
pintor de Itanhaém. A casa, apesar de atualmente levar seu nome, jamais o teve como morador: ele, na verdade, passou a maior parte de sua vida em
São Vicente.
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