No período entre as duas guerras mundiais, apesar da Grande
Depressão econômica de 1929, o porto de Santos continuou sendo expandido. Na década de 50, já havia grande
variedade de cargas, como registrava o jornal santista A Tribuna em 9 de julho de 1954 (exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda):
O porto de Santos
A gravura mostra-nos um trecho de cais da Companhia Docas,
com seu moderno aparelhamento de carga e descarga
Foto publicada com a matéria
Entre as principais realizações terminadas no ano findo, no plano de ampliação das
instalações do porto de Santos, são dignas de menção as seguintes:
Ponte de
atracação do ferry-boat, em Saboó, inclusive muralhas de concordância com o cais e de sustentação do aterro,
linhas férreas e outras obras complementares;
Os últimos 200
metros do cais do Saboó com o aterro de retaguarda, as linhas férreas e as canalizações para descarga de produtos de petróleo, para o que está ele
destinado a servir;
Edifício com
quatro (4) pavimentos destinados ao almoxarifado, tipografia e seção de compras. Essas duas últimas repartições já se encontram aí instaladas e em
pleno funcionamento; o almoxarifado está dependendo das armações e estantes de aço para a transferência dos materiais;
O edifício
para Oficina de Eletricidade com a instalação de aparelhos e maquinismos modernos, na qual podem ser reparadas todas as partes de sua instalação,
desde os grandes alternadores até os aparelhos de medição e proteção;
Dois novos
tanques se concluíram em Alamoa para receberem óleo combustível, com a capacidade de 9.600.000 m³ cada um.
Mercadorias já desembarcadas dos porões de navios
Foto publicada com a matéria
Além dessas, outras obras, de grande utilidade, mas de menor valor, foram concluídas.
Em andamento, se encontram, como principais:
A construção
de mais 1.500 metros de cais de atracação para a profundidade de 11 metros em águas mínimas; obra constante de um termo de contrato entre o
Departamento Nacional de Portos, Rios e Canais e a Companhia;
Ampliação dos
silos de trigo a granel, com mais 18 células e uma nova torre elevatória, aumentando a capacidade de 12.000 para 30.000 toneladas;
Construção de
oleoduto desde o cais do Saboó até os terrenos da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, em Alamoa, destinado ao transporte de
óleo para as Refinarias de Cubatão e Capuava.
Instalação
para descarga de sal, com dois descarregadores mecânicos e esteiras transportadoras.
Além dessas obras de maior vulto, outras muitas tiveram execução durante o ano, como
as de aterro, drenagem, calçamento, assentamento de linhas férreas, canalizações de água, esgoto, luz, força e telefones, demonstrando grande
atividade em se aprestar o porto de Santos para sempre melhor servir.
Neste clichê, vê-se, à direita, um dos poderosos guindastes hidráulicos empregados
pela Docas, e à esquerda, junto ao costado de um barco cargueiro, o famoso guindaste flutuante Titan
Foto publicada com a matéria (N.E.: corrigida a informação
original sobre posição dos guindastes)
Com cerca de 6.200 metros de cais acostável, o porto de Santos movimenta anualmente
mais de 7 milhões de toneladas, com um coeficiente de utilização superior a 1.200 toneladas-metro-ano.
No último qüinqüênio, a carga movimentada no porto assim se expressou:
Anos
|
Importação (t)
|
Exportação (t)
|
Total (t)
|
1953
|
6.063.587
|
1.224.350
|
7.287.937
|
1952
|
5.804.796
|
1.181.290
|
6.986.086
|
1951
|
5.509.264
|
1.633.332
|
7.142.596
|
1950
|
4.352.512
|
1.356.302
|
5.708.814
|
1949
|
3.693.615
|
1.505.153
|
5.198.768
|
Ao término do 1º semestre do ano em curso, o movimento geral do porto atingiu a cifra
de 3.707.173 toneladas, sendo 3.075.131 t de cargas importadas e 632.045 t de exportadas. Neste ritmo o movimento anual excederá 7.400.000
toneladas, o que virá sobrepujar o "recorde" em vigor, correspondente ao total registrado em 1953.
Outro aspecto do cais do porto, quando se processavam as operações de descarga de um
cargueiro de grande tonelagem
Foto publicada com a matéria
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