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SANTOS DE ANTIGAMENTE
Rua do Sal (José Ricardo) em 1865
Ainda nos tempos coloniais, o sal era mercadoria preciosa, como no tempo do Império Romano, que criou a palavra salário para designar o pagamento dos soldados com sal. Santos também teve uma rua com o nome desse produto. A Rua do Sal, que depois se chamaria Rua José Ricardo, terminava no Porto do Bispo. E foi da área portuária que esta cena foi fotografada por Militão Augusto de Azevedo, em 1865, tendo ao fundo o atual Monte Serrat.


Foto: História de Santos/Poliantéia Santista, de Francisco Martins dos Santos/Fernando Martins Lichti, publicada em 1986 pela Editora Caudex Ltda., de São Vicente/SP

A mesma foto, em outra coleção, apresenta mais detalhes e melhor conservação:


Rua do Sal em 1865, em foto de Militão Augusto de Azevedo
(albúmen com 10,7 x 14,2 cm – Acervo Instituto Moreira Salles)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004

Sobre essa foto, escreveu o arquiteto Gino Caldatto Barbosa, no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, em 2004: "Eixo viário de pequenas dimensões, ficava restrito às ruas da Praia e Santo Antônio, com acesso direto ao Porto do Bispo. Foi importante local de estocagem de sal para abastecimento da capitania de São Vicente e da região Sul, entre os séculos XVII e XIX, em decorrência do monopólio da mercadoria imposta pelo rei de Portugal ao Brasil. O traçado, cujas dimensões permanecem até hoje, era o mesmo desde o início do século XVIII, segundo revelam antigos mapas da cidade de Santos (conforme Nestor Goulart Reis em Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial, publicado em São Paulo pela Edusp/Fapesp/Imprensa Oficial do Estado, 2000, páginas 195 a 201).

"Os velhos armazéns de sal foram sendo adquiridos pelo comendador Manoel Joaquim Ferreira Neto, no início de 1860, como parte de um complexo imobiliário que o comerciante pretendia reunir no logradouro. Investimentos que se incorporavam à ponte sobre o mar, no prolongamento da Rua do Sal, para a ancoragem do navio Santista, que o empreendedor encomendara aos estaleiros da Cidade do Porto, em Portugal (citado no jornal santista Revista Comercial, em 30 de março de 1865, página 2; e em 10 de junho de 1865, página 3).

"A foto de Militão faz parte das cinco vistas tiradas da faixa portuária, obtidas da ponte da Rua do Sal. Infelizmente, a ausência de duas fotografias complementares impede a leitura visual completa do contorno linear do porto, interrompendo a possível seqüência de sete tomadas, que reunidas possibilitariam um panorama da cidade em 180 graus".

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