À PROCURA DE OSTRAS
Com a chegada do verão, aumenta a procura pelas ostras, e mergulhar em busca desse
molusco tem sido uma estratégia de sobrevivência para alguns pescadores de São Vicente. Afinal, os turistas apreciam ostras cruas com limão para
acompanhar a tradicional caipirinha
Foto: João Vieira, publicada com a matéria
Ostras garantem sustento de pescadores em SV
Da Sucursal de São Vicente
Mergulhar em busca de ostras tem sido uma estratégia de
sobrevivência para alguns pescadores de São Vicente. Com a chegada do verão, aumenta a procura pelo molusco, considerado rico em cálcio e proteínas.
Afinal, os turistas apreciam ostras cruas com limão para acompanhar a tradicional caipirinha de vodka ou pinga.
As ostras vivem fixadas nas pedras, em galhos de árvores de mangue, em estruturas de
concreto e até de ferro das pilastras de sustentação das pontes. Ontem pela manhã, o mergulhador Nildo da Silva pegava ostras nas pedras próximas ao
Porto das Naus, no Mar Pequeno.
Nildo vende a dúzia de ostras frescas a CR$ 800,00. Ele está sempre no trecho
compreendido entre a Ponte Pênsil e o Porto das Naus, geralmente em um bote extremamente rudimentar. Nildo mergulha há,
pelo menos, 10 anos naquela área, de fortes correntezas.
Peixões - O mergulhador, nas suas descidas para o fundo, já encontrou pela
frente peixes de bom tamanho, como robalões e miraguaias. Mas, há alguns meses, levou um susto ao dar de frente com um mero de consideráveis
proporções exatamente sob a Ponte Pênsil. "Antigamente, havia muito peixe grande aqui", disse.
Nildo não gosta de pegar ostras em pilastras de pontes como a do Mar Pequeno ou a dos
Barreiros. "As ostras que vivem em ferros não são saborosas e saudáveis como as que vivem nas pedras. O freguês não percebe ao vê-las, mas depois
volta e reclama comigo. Por isso, só ofereço o que também gosto de comer", explicou.
Só limpas - A ostra é um molusco acéfalo (daí a expressão QI de ostra) e
hermafrodita (tem os dois sexos) que vive em uma concha bivalve. Quando se fere, costuma produzir secreção que dá origem às cobiçadas pérolas. Certa
vez, no Restaurante Boa Vista, em São Vicente, um funcionário da Câmara mordeu uma pérola, enquanto saboreava uma ostra, fato registrado em A
Tribuna.
Os consumidores devem comer ostras capturadas em águas limpas, uma vez que o molusco,
como o marisco, se alimenta de nutrientes que filtra da água do mar. Assim, há o risco de reter coliformes fecais e, mais grave, metais pesados.
Nildo da Silva captura ostras entre a Ponte Pênsil e o Porto das Naus
Foto: João Vieira, publicada com a matéria
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