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TRILHOS (12)
... passando pelo bonde fúnebre...

As máquinas fixas que tinham sido usadas pela Light & Power, em São Paulo, em 1899, foram adquiridas pela Empresa Ferro Carril Santista. Em meados de 1903, essa empresa foi reorganizada, quando passaram a diretores Júlio Conceição e James Mitchell. Nesse mesmo ano apareceram os "bondes fúnebres", que se encarregavam de levar o caixão e seus acompanhantes, até o cemitério.

Em 20 de fevereiro de 1904, a The City of Santos Improvements Company Ltda. - a City - adquiriu os bens e direitos da Empresa Ferro Carril Santista.

Em 18 de fevereiro de 1905, foi organizada nova empresa para ligar o José Menino a São Vicente, por meio de bondes.

Foto antes da construção da Ponte Pênsil em 1914, com o trilho do bonde junto à areia da praia em S.Vicente, área da atual Av. Pedro de Toledo

Foto de 1910 (antes da construção da Ponte Pênsil em 1914), com o trilho do bonde junto à areia da praia em S.Vicente, área da atual Av. Pedro de Toledo

Em sessão extraordinária de 19 de março de 1905, a Câmara Municipal deu concessão aos srs. Antônio de Freitas Guimarães, Dr. Ewbank da Câmara, Alberto Drummond e Antônio Augusto dos Santos, para a construção de uma linha de bondes, partindo de São Vicente até o Itararé. A empresa denominou-se Cia. Ferro Carril Vicentina, sendo instalada no dia 6 de maio de 1905.


Bonde passa pela Pedra dos Ladrões, em 1915 (a rocha foi depois demolida)

A 14 de agosto desse ano - 1905 - os trilhos da Ferro Carril Vicentina já estavam com uma extensão de 4 quilômetros, com o assentamento de trilhos "no local denominado Pedra dos Ladrões, aquém da Ilha Porchat". Esta linha foi inaugurada em 19 de setembro de 1905.

Três anos depois, em 8 de janeiro de 1908, a assembléia geral dos acionistas da Ferro Carril Vicentina deliberou vender todo o seu acervo. A Cia. City adquiriu todos os bens em 6 de maio de 1908.

Quiosque usado pelos funcionários da Cia. City na Vila Mathias, em 1928
Quiosque usado pelos funcionários da Cia. City na Vila Mathias, em 1928

Bondes elétricos - A Cia. City inaugurava a 13 de maio de 1905 a linha de Vila Macuco. Pela lei nº 228, de 1º de agosto de 1906, a Prefeitura de Santos foi autorizada a contratar com a Cia. City os serviços de bondes elétricos, na cidade de Santos, que não implantou, de pronto, esse sistema.

Em meados de 1907, foi apresentada à Câmara Municipal uma proposta dos srs. Edgard de Souza e Clóvis Glicério, que se propunham a estabelecer linhas de bondes elétricos em Santos. O coronel Cincinato Costa, na época Intendente Municipal, não permitiu a assinatura desse contrato, devido à Lei nº 228, de 1906, que outorgara tal concessão à Cia. City.

Praia do Itararé e região de Boa Vista, em 1912, logo após a Pedra dos Ladrões, vendo-se ainda a baía e os morros do Tumiaru e Barbosas
Praia do Itararé e região de Boa Vista, em 1915, logo após a Pedra dos Ladrões, vendo-se ainda a baía e os morros do Tumiaru e Barbosas

Foto: álbum Exploração do Littoral - 1ª secção - Cidade de Santos á fronteira do Estado do Rio de Janeiro, da Commissão Geographica e Geologica do Estado de S. Paulo, impresso por Typographia Brazil de Rothschild Co., S. Paulo, 1915.

Acervo da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio (SHEC) de Santos

Foto enviada a Novo Milênio pelo jornalista Miguel Netto

A primeira linha de bondes elétricos a trafegar em Santos foi a nº 2 - São Vicente via Praia - inaugurada a 28 de abril de 1909, que saía do centro de Santos, passava pela Vila Mathias, descia a Av. Ana Costa e seguia pela praia, subia a Rua Frei Gaspar (São Vicente), fazendo ponto final na Estação da City, na praça, hoje Barão do Rio Branco, em São Vicente. O primeiro carro foi dirigido pelo sr. Augusto Batista.


Bonde 2 na divisa de municípios Santos/São Vicente, na praia do José Menino,
vendo-se ainda a ilha Urubuqueçaba
Foto: Acervo José Carlos Silvares/Santos Ontem

Fora da ordem - As linhas de bondes elétricos nºs 1 e 2 tomaram essa numeração pela ordem das datas programadas para suas respectivas inaugurações. A primeira linha a ser inaugurada, obviamente, seria a nº 1, que ligava o centro de Santos ao centro de São Vicente, por trás dos morros (hoje avenidas N.Sa. de Fátima e Antônio Emmerich), cujos trabalhos sofreram atrasos imprevistos, superados pela antecipação dos serviços da linha nº 2, que, assim, foi inaugurada primeiro, alguns meses antes apenas da linha nº 1.

O número de carros para o serviço elétrico era, na data da inauguração, de 18 bondes de passageiros, 3 vagões fechados para bagagens e carga, e 6 carros abertos para carga.

Nessa época, a força elétrica para o serviço de bondes era gerada por um motor fixo a vapor, que consumia carvão, localizado na Vila Mathias e que havia sido comprado pela Cia. Ferro Carril Santista em 1903, quando pretendeu instalar bondes elétricos em Santos. Esse gerador funcionou até 1913, quando a Cia. City passou a se utilizar da usina da Cia. Docas de Santos, em Itatinga.


Bonde da linha 3 em 1939, na Praça Rui Barbosa, em Santos

Em 1910, foi inaugurada a linha nº 3, que fazia o mesmo trajeto da linha nº 2 mas não ia até São Vicente, parando no José Menino, na Rua Santa Catarina, contornando a quadra pelas ruas Newton Prado, Cruzeiro do Sul, Santa Catarina, retornando à Av. Presidente Wilson (praia).

Nessa época, ainda estavam trafegando as seguintes linhas de bondes de tração animal: Boqueirão, São Francisco (Circular), Paquetá (Circular), Vila Mathias, Xavier da Silveira, Mercado, Nova Cintra, Amador Bueno, Estrada de Ferro e Ponta da Praia.

Em 1912, a 1º de janeiro, foi inaugurada a linha elétrica Boqueirão, como linha nº 4. Na mesma data, foram inauguradas as linhas elétricas Vila Macuco, com o nº 5, e a Vila Mathias, com o nº 6.

Santos já teve bondes irrigadores de ruas e fabricou a primeira locomotiva elétrica do Brasil...

Carlos Pimentel Mendes