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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Navios diferentes
Embarcações curiosas visitam o porto (1)

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Porto de centenária significação mundial, Santos tem recebido ao longo do tempo a a visita dos mais diversos tipos de navios, curiosos por sua estrutura ou mesmo pela sua funcionalidade. A notícia da chegada do "primeiro cargueiro do mundo movido a energia eólica" (ignorando séculos de viagens das caravelas, também movidas pela energia dos ventos) foi dada pelo jornal santista A Tribuna, de quinta-feira, 13 de janeiro de 2011, na seção Porto & Mar:

O E-Ship 1 chegou a Pecém na noite da última terça-feira. Na manhã de ontem, partiu para Rio Grande

Foto: divulgação, publicada com a matéria, em 13/1/2011

Navio eólico fará escala em Santos

Lyne Santos

Da Redação

Está previsto para atracar no Porto de Santos, no próximo dia 24, o E-Ship 1, o primeiro cargueiro do mundo movido a energia eólica (dos ventos). A data foi confirmada pela assessoria da Enercon Shipping GMBH, proprietária do navio. A empresa alemã ainda não tem informações sobre o horário e o local de atracação.

A embarcação, de 22,5 metros de largura, partiu em sua viagem inaugural em 17 de agosto do ano passado, do porto de Emden, na Alemanha.

Em setembro, ele passou pelo Porto de Leixões, em Portugal. No Brasil, o E-Ship 1 escalou em Pecém, no Ceará, de onde zarpou ontem em direção a Rio Grande (RS). O próximo destino do cargueiro será o complexo santista.

Nesta primeira vinda ao País, o navio traz componentes para turbinas eólicas, que são produzidas pela subsidiária da Enercon, a Wobben Windpower, com unidades instaladas em Sorocaba (SP) e Pecém.

O E-Ship 1 navega graças a quatro rotores imponentes instalados no convés principal e ligados às hélices. As quatro torres cilíndricas, de 27 metros de altura e quatro metros de diâmetro, são capazes de captar a energia do vento para auxiliar a propulsão a diesel da embarcação, sem interferir com as operações de carga e descarga.

O mesmo jornal A Tribuna, no domingo, 23 de janeiro de 2011, publicou na seção Porto & Mar (página C-4):

Nos mares, ao sabor dos ventos. É o navio E Ship 1

Assim como na época dos descobrimentos portugueses e espanhóis, o vento pode "retomar" uma posição de destaque na movimentação de grandes embarcações. É o que prova o navio alemão E Ship 1, um cargueiro considerado revolucionário, movido por energia eólica. Ele chegará a Santos amanhã

A RETOMADA

Desde os anos 20 não se ouvia falar nesse tipo de embarcação

 

A embarcação (na foto, em porto grego) é capaz de reduzir em até 40% a emissão de gases poluentes

Foto: divulgação, publicada com a matéria, na página A-1

Movido a energia eólica, cargueiro E Ship 1 chega a Santos amanhã

Capaz de reduzir em até 40% a emissão de poluentes, embarcação utiliza tecnologia considerada revolucionária

Lyne Santos

Da Redação

Após levar caravelas portuguesas para diferentes cantos do mundo nos séculos 15 e 16, o vento pode se tornar novamente um dos elementos principais na movimentação de embarcações. A empresa alemã Enercon Shipping GMBH apostou na técnica e desenvolveu o E Ship 1, um cargueiro considerado revolucionário por ser movido por energia eólica. Ele chegará ao Porto de Santos amanhã.

Na sua primeira vinda ao Brasil, o navio traz componentes para as turbinas eólicas que são produzidas pela sua subsidiária Wobben Windpower, com unidades em Sorocaba (SP) e Pecém (CE). Ele já fez escalas nos complexos cearense e do Rio Grande (RS). A viagem inaugural começou em agosto último no Porto de Emden, na Alemanha. Antes do Brasil, o navio passou por Portugal.

Desde a década de 20 não se ouvia falar nesse tipo de embarcação. A primeira ousadia aconteceu em 1920, pelo engenheiro alemão Anton Flettner, que projetou o navio batizado inicialmente de Buckau, que depois seria Baden-Baden. Seu diferencial era a utilização de cilindros em substituição às velas. Com vida curta, o navio, que fez uma viagem pelo Atlântico e chegou a Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 1926, foi destruído por uma tempestade no Caribe, em 1931.

Desde então, o E Ship 1 é o primeiro a utilizar a força dos ventos. "A Enercon quer provar que existem outros meios de usar o vento para a redução da emissão de poluentes e também utilizar o navio para benefício da empresa, que tem um grande volume de aerogeradores a serem transportados entre vários países", explicou o diretor-presidente da Wobben Windepower, Pedro Angelo Vial.

O E Ship 1 é capaz de reduzir em até 40% a emissão de gases poluentes, como o CO2, e o consumo de combustível, em uma velocidade de 16 nós, quando comparado aos cargueiros tradicionais.

"Chamamos o navio de classe green (verde, em inglês), pois polui pouco. Pode-se dizer que a questão ambiental é o benefício principal, até porque hoje existem mais normas internacionais para controle da poluição que precisam ser cumpridas", disse od iretor da Germanischer Lloyd, classificadora do navio, e engenheiro naval, Marcus Vinicius Moreira.

Armadora garante viabilidade comercial do navio. Especialistas, não

Foto: divulgação, publicada com a matéria

Viabilidade - Para Moreira, o projeto foi viável apenas porque a Enercon já conta com a tecnologia. "Para a Enercon foi vantajoso construir o navio, pois eles já têm a tecnologia, mas para outra empresa não seria, pois o valor dos rotores é muito alto".

O engenheiro naval e professor da Universidade de São Paulo, Claudio Mueller Prado Sampaio, também observou que a construção deste tipo de navio envolve um maior capital inicial. "É preciso entender qual o tempo de retorno desse capital. No caso do transporte de granéis líquidos, por exemplo, onde o valor agregado é pequeno, o custo alto de um navio deste tipo inviabilizaria a operação", disse Sampaio.

Ele lembrou ainda da importância de fazer um estudo preliminar dos ventos para que os benefícios sejam alcançados. "Às vezes, vale a pena mudar a rota do navio para que se possa usar mais os ventos, do que ir direto usando só o diesel".

O engenheiro naval Manoel Chaves ressaltou que a vantagem atual do navio é limitada à pesquisa. "Em condições especiais pode gerar até 30% e empuxo para a sua propulsão. Em condições adversas pode gerar uma ineficiência do mesmo percentual", opinou, sem esquecer de mencionar o custo da embarcação. "Existe um custo inicial considerável, aspectos de estabilidade, arranjo estrutural e de disposição de cargas nos conveses", completou.

Em contrapartida, o diretor da Enercon garantiu que o investimento disponibilizado foi equivalente ao de um cargueiro convencional, e reiterou a viabilidade comercial.

"A construção de um navio com certeza tem um custo elevado, mas a necessidade de exportação torna esse meio de transporte totalmente viável, sendo assim o custo-benefício é favorável", afirmou Vial, sem descartar a hipótese de construir outras embarcações. "Se comprovada a sua eficiência, o que já está ocorrendo, deverão ser produzidos outros navios".

O Buckau foi o primeiro navio eólico a substituir as velas por cilindros

Foto: divulgação, publicada com a matéria

Rotores e efeito Magnus fazem a propulsão

Que o cargueiro E Ship 1 navega utilizando parcialmente os ventos - a propulsão diesel elétrica é a fonte principal de energia - já ficou claro. O difícil é entender como a natureza é capaz de ajudar a movimentar um navio de 12,8 mil toneladas, 130 metros de comprimento e 22,5 metros de boca.

O segredo está nos quatro rotores cilíndricos, de 27 metros de altura por quatro de diâmetro, localizados no convés. Isso sem falar no chamado efeito Magnus, o grande responsável pela navegação.

"Uma corrente de vento (força transversal) sobre um corpo girando gera o efeito Magnus. Cada um dos rotores tem um motor atuando embaixo. O efeito do vento sobre os rotores em movimento proporciona a propulsão", explicou o diretor da Germanischer Lloyd, classificadora do navio, e engenheiro naval, Marcus Vinicius Moreira.

De acordo com o especialista, os ventos vindos a bombordo (esquerda) e boreste (direita) são os mais vantajosos. "Os de proa e popa não servem para nada", completou.

Moreira relacionou o processo Magnus à chamada bola com efeito no futebol. "A força que altera a trajetória da bola, que faz uma curva, nada mais é do que esse feito Magnus causado pelo 'vento' sobre a bola girando rápido, quando chutada 'de três dedos' com o lado externo do pé pelo jogador", detalhou.

Nesse processo, há uma diferença de velocidade e pressão entre as partes superior e inferior da bola. Os efeitos são os mesmos observados nos cilindros do navio.

Uma outra relação pode ser feita em casa, com uma bolinha de ping-pong e um secador de cabelos. "Com o secador ligado e o jato de ar voltado para cima, basta posicionar a bolinha no jato e soltá-la. Ela ficará girando, mas estática em relação ao ambiente. É só experimentar inclinar um pouco o secador (para ver a mudança)".

O engenheiro naval Manoel Chaves explicou ainda que o navio utiliza a alta temperatura dos gases de descarga dos motores diesel dos geradores (com potência total de 3,5 MW) para ter vapor.

"Este vapor move os quatro enormes cilindros verticais que provocam o efeito de empuxo vélico através da rotação dos mesmos. Este empuxo acontece sempre que um cilindro (ou qualquer outro corpo) gira contra um fluxo de ar. É o efeito Magnus".

POTÊNCIA

4 rotores

com 27 metros de altura e 4 de diâmetro tem o navio E Ship 1

 

Estrutura - A superestrutura do E Ship 1 está localizada na proa, onde há três conveses (pisos) e dois guindastes por bombordo, com longas lanças e capacidade de carga de 80 e 120 toneladas. O navio possui também uma rampa traseira e pode operar como uma embarcação de carga rodante.

O SEGREDO DA FORÇA DOS VENTOS

Imagem: Arte/Alex Ponciano, publicada com a matéria

O jornal A Tribuna destacou ainda, na sexta-feira, 28 de janeiro de 2011, na página C-6 da seção Porto & Mar:

Cargueiro com tecnologia revolucionária atracou no ponto 4 do Saboó, na noite da última quarta-feira

Foto: Carlos Nogueira, publicada com a matéria

No cais do Saboó, navio movido a vento embarca 56 pás eólicas

Da Redação

O cargueiro E-Ship 1, movido parcialmente a energia eólica, estava previsto para deixar o Porto de Santos entre o final da noite de ontem e a madrugada de hoje. Durante sua passagem pelo complexo santista, o navio embarcou 56 pás eólicas e desembarcou componentes para montagem de aerogeradores dos parques eólicos da Wobben Windpower.

A empresa, que possui unidades em Pecém (CE) e Sorocaba (SP), é subsidiária da Enercon Shipping BMBH, firma responsável pela embarcação.

Após deixar o cais santista, o E-Ship 1 seguirá para o Porto de Emden, na Alemanha, de onde partiu em agosto último, em sua viagem inaugural. No Brasil, o navio fez escalas ainda nos portos de Pecém e Rio Grande (RS).

O cargueiro atracou no ponto 4 do Cais do Saboó, na Margem Direita do Porto de Santos, por volta das 19 horas da última quarta-feira. A princípio, ele chegaria a Santos na segunda-feira, mas um atraso na operação no complexo gaúcho alterou sua programação.

Movido principalmente a diesel, o navio é considerado revolucionário por utilizar a força dos ventos em sua propulsão. A ajuda da natureza é possível graças aos quatro rotores cilíndricos, de 27 metros de altura por quatro de diâmetro, localizados no convés.

Essa é a primeira vez que o E-Ship 1 faz uma viagem atravessando o oceano e passa de um continente para outro.

A Tribuna, voltou a noticiar, na página C-5 da edição de 25 de março de 2011, na seção Porto & Mar:

O carregamento das pás eólicas ocorreu no cais do Armazém 32, onde o navio estava atracado desde 3ª-feira

Foto: Luigi Bongiovanni, publicada com a matéria

E-ship 1 conclui embarque de pás

Da Redação

Após mais de 50 horas de operação, o navio E-ship 1, primeiro cargueiro do mundo movido parcialmente por energia eólica, encerrou seus trabalhos no Porto de Santos. A embarcação, que chegou às 18h30 da última terça-feira, estava programada para partir às 23 horas de ontem.

Em sua segunda escala no cais santista (a primeira foi em 26 de janeiro último), o E-Ship 1 atracou no cais do Armazém 32. Lá, ele embarcou pás eólicas, peças fabricadas no Interior do Estado e que serão levadas a Emden, na Alemanha.

No transporte das pás, foram utilizadas 48 carretas. Devido às dimensões das cargas, sua passagem pelas vias internas do Porto acabou prejudicando o tráfego e, em alguns locais, criando congestionamentos.

O cargueiro tem feito viagens regulares entre o Brasil e a Alemanha, trazendo componentes para usinas eólicas que a empresa Wobbne Windpower está construindo no Nordeste e no Sul do País e levando aerogeradores e pás eólicas fabricados pela firma no Brasil. Antes de chegar a Santos, o navio estava no Porto de Rio Grande (RS).

O E-Ship 1 foi projetado e construído pela Enercon Shipping GmbH, uma das maiores fabricantes de turbinas eólicas no mundo e proprietária da Wobben. Com motores a diesel como principal fonte de propulsão, o navio é considerado revolucionário por utilizar a força dos ventos em sua navegação. A ajuda da natureza é possível graças aos quatro rotores cilíndricos, de 27 metros de altura por quatro de diâmetro, localizados no convés, que captam a energia eólica.

Em 7 de julho de 2011, o mesmo jornal santista A Tribuna, registrou nova escala desse navio, em uma foto-legenda na página C-6 (Porto & Mar):

NAVIO - Atracou na manhã de ontem, no cais do Armazém 25, o cargueiro alemão E-Ship 1. A embarcação, movida a diesel e pela energia dos ventos, ficará em Santos até esta noite, quando partirá carregada com 303 toneladas de equipamentos pesados

Foto: Davi Ribeiro, publicada com a matéria

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