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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Naufrágios
Embarcações naufragadas (2)

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Em cinco séculos de história recente, pelo menos, inúmeros foram os acontecimentos que provocaram o afundamento de embarcações de todos os tipos no estuário do porto e na baía de Santos: tempestades, ataques piratas, incêndios, colisões etc. Um desses navios foi encontrado 53 anos após o naufrágio, conforme relata o jornal santista A Tribuna, na edição de 13 de maio de 2010 (seção Porto & Mar, página C-8):

HISTÓRIA PROFUNDA - No fundo do Canal do Estuário, os destroços do cargueiro Vernia, que naufragou em 1957. Os restos da embarcação foram encontrados por mergulhadores em busca de sítios arqueológicos subaquáticos. O naufrágio ocorreu após choque com o navio norueguês Peter Jebsen

Foto: Rogério Soares, publicada com a matéria, na primeira página da edição

 

Inspeção localiza o Vernia, naufragado há mais de 50 anos

 

Destroços do navio estão a 25 metros de profundidade no estuário

 

Lyne Santos

Da Redação

Mergulhadores acreditam ter encontrado no fundo do Canal do Estuário restos do cargueiro Vernia, naufragado há 52 anos no Porto de Santos. A embarcação está afundada a 25 metros de profundidade, entre os píeres da Marinha e da Praticagem, na Ponta da Praia.

Vapor brasileiro que fazia cabotagem, o Vernia afundou em 22 de outubro de 1957, em apenas 10 minutos, na direção da praia da Pouca Farinha, em Guarujá, após uma colisão com o navio Peter Jebsen, norueguês.

Os restos do navio foram observados na manhã de ontem, durante uma inspeção no canal em busca de sítios arqueológicos subaquáticos. O trabalho integra um dos programas ambientais das obras de dragagem de aprofundamento do Porto. Essa foi a terceira vez que a inspeção aconteceu. Em todas houve a interdição do tráfego de navios.

"A última vez que fizemos a inspeção foi na semana passada, quando identificamos esses vestígios positivos, que são os restos de uma embarcação. Hoje (ontem), viemos detalhar esse ponto", explicou a arqueóloga e coordenadora geral do programa, Érika Marion Robrahn Gonzalez. A pesquisadora é diretora da empresa Documento Patrimônio Cultural, contratada pela Codesp para o serviço.

Para o trabalho, além dos mergulhadores profissionais, foram utilizados robôs para o rastreamento subaquático. Com câmeras e operados por controle remoto, eles são uma ferramenta segura para áreas muito profundas.

Pesquisas arqueológicas

Duas pesquisas arqueológicas subaquáticas serão feitas no Canal do Estuário, na próxima semana. Na segunda-feira, será entre o Forte do Itapema e a Ilha Barnabé. Na terça, da ilha à Alemoa

 

A procura por artefatos no trecho foi originada após testes geofísicos, feitos com a utilização de um navio equipado com um sonar. O material permite que seja feito um raio-X do fundo do estuário, indicando com precisão a presença de sítios arqueológicos no subsolo.

"Através da análise das fotos, foram indicadas anomalias, ou seja, manchas, objetos que pudessem ter algum significado arqueológico. Um dos pontos identificados foi justamente aqui (onde está a embarcação). Então, começamos os mergulhos", detalhou Erika.

De acordo com a pesquisadora, a embarcação está enterrada a 25 metros de profundidade. Além disso, está mais próxima ao território de Guarujá do que de Santos. Pela descrição, é o mesmo local onde ocorreu o naufrágio do Vernia.

Mergulhadores encontraram os restos do Vernia

durante uma inspeção arqueológica no porto de Santos

Foto: Rogério Soares, publicada com a matéria

Dragagem - Apesar da localização do navio, a dragagem de aprofundamento - que aumentará a distância entre a linha d'água e o leito, de 13 metros para 15 metros - não será prejudicada. No entanto, as dragas deverão trabalhar a uma distância de 150 metros da área onde está o navio.

"Como o projeto da dragagem prevê o aprofundamento apenas até 15 metros, então, justamente, não se espera que a obra atinja este ponto (25 metros), onde já existe uma profundidade maior do que a draga necessita operar", afirmou Erika.

Após a descoberta, a intenção é fazer uma dragagem monitorada no trecho. "Está sendo traçado, pela empresa contratada para a dragagem, um plano de controle. Vai ser uma dragagem cirúrgica visando não ter qualquer tipo de impacto na embarcação", definiu a arqueóloga.

Já o resgate do navio está fora dos planos. Para a pesquisadora, a remoção seria o pior dos cenários, já que o cargueiro provavelmente sairia em pedaços. Contudo, o assunto será discutido com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que acompanha todo o trabalho.


O ACIDENTE - Com capacidade para 800 toneladas e 52 metros de comprimento, o Vernia foi atingido, ao entrar no Canal do Estuário, vindo de Porto Alegre (RS), pelo navio norueguês Peter Jebsen, com carga total de 4 mil toneladas e 108 metros. O acidente teria sido causado porque os respectivos comandantes não avistaram a outra embarcação

Foto: reprodução, publicada com a matéria

O Vernia. em  1957

Foto: reprodução, publicada com a matéria

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