HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Satyro comandava o serviço fúnebre, em 1879
Bens, como a Igreja do Rosário, passaram para a Mitra Diocesana
Até a metade do século XIX, os
mortos eram enterrados nas igreja, e foi só em 1851 que Santos começou a pensar na construção de seu primeiro cemitério. Até então, as irmandades
religiosas cuidavam dos enterros de seus associados, e só mais tarde começaram a surgir os serviços especializados em cerimonial fúnebre, venda de
caixões e locação de outros complementos. Aliás, houve época no Império em que os caixões não podiam ser confeccionados no Brasil: teriam de ser
importados obrigatoriamente da Inglaterra... Assim, o mais comum era que os cadáveres fossem apenas amortalhados e assim enterrados.
Na metade do segundo império, os serviços fúnebres começaram a ser regulamentados em todo o País, com leis autorizando
a formalização de convênios entre as cidades e os concessionários de tais serviços. Assim é que em 31 de março de 1879 foi assinada a lei nº 24, dando o
"privilégio" do exercício dessa atividade em Santos e seu distrito a Satyro Alves de Azevedo, por dez anos. Na mesma época, leis semelhantes definiam
tais contratos em Sorocaba, Pindamonhangaba, na capital paulista e em outras cidades.
A informação foi encontrada por Ricardo Pinto de Oliveira Neto, de Capão Bonito/SP, no livro Repertório das leis
promulgadas pela Assembléia Legislativa Provincial de São Paulo, publicado em 1898 por Alberto Rodrigues de Sousa e José Jacintho Ribeiro. Ricardo
enviou a Novo Milênio (em 30/6/2008) a reprodução da página 332 dessa obra:
Imagem: reprodução da obra de 1898, página 332
[...] "SERVIÇO
FUNERÁRIO. Foi o governo autorizado a conceder a Satyro Alves de Azevedo, ou quem
melhores condições oferecer, privilégio por 10 anos para manter uma empresa fúnebre na cidade de Santos e seu distrito.
"Na concessão de compreenderão: os veículos de transportes de cadáveres, caixões,
armação e os objetos próprios para constituírem as salas mortuárias.
"Lei n. 24 de 31 de março de 1879."
[...]. |
Anúncios de funerárias santistas através dos tempos: |
Casa funerária de João Alberto dos Santos
Publicado
na edição especial da Revista da Semana/Jornal do Brasil de janeiro de 1902
(exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda)
O Relâmpago, de Innocencio Augusto Corrêa Portugal
Publicado na revista
Santos Illustrado nº 3, de 19
de janeiro de 1903
(acervo do historiador Waldir Rueda)
Casa de Flores Artificiais (A. B. de Oliveira)
Publicado na revista
Santos Illustrado nº 16, de 20
de abril de 1903
(acervo do historiador Waldir Rueda)
Casa Coimbra - funerais
Publicado no jornal
santista A Tribuna em 15 de janeiro de 1914, página 7
A Religiosa - Grande Empresa Funerária - atende a
chamados noturnos
Publicado no jornal
santista A Tribuna, em 24 de julho de 1917, página 4
Casa Santa Isabel - José G. do Couto Netto
Publicado na revista
santista Flama de dezembro de 1943
(imagem cedida pelo historiador Waldir Rueda)
Casa Rosário, tradicional estabelecimento funerário santista, na Praça José Bonifácio, andar térreo do
palacete da SHEC, em 12/10/1979, quando esta Sociedade festejava seu centenário
Foto: Revista
Comemorativa ao Centenário da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos - 1879 - 12 de outubro - 1979, Santos-SP, 1979
Casa Rosário - Irmãos Rodrigues Ltda.
Publicado no jornal santista A Tribuna em 27 de março de 1951 - página 16 |
|