A sede social da SHEC, em 1979
Foto: Revista Comemorativa ao Centenário da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio
de Santos - 1879 0 12 de outubro - 1979, Santos-SP, 1979
Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio
Desde algum tempo antes da fundação da Sociedade, o
jornalzinho denominado O Caixeiro vinha defendendo a idéia de se fundar uma entidade que congregasse os empregados no comércio da cidade de
Santos, com fim de propiciar amparo e socorro a seus associados, a chamada "classe caixeiral".
Desta forma, no dia 12 de outubro de 1879, participantes do Clube Literário Xavier da
Silveira (Xavier da Silveira fora também caixeiro na sua juventude) e componentes da classe dos empregados no
comércio fundaram, nas dependências da Escola do Povo - no Largo da Coroação, nº 11, atualmente
Praça Mauá -, a Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio.
Foi aclamada, nesse dia, a diretoria provisória, sendo assim constituída: presidente
Augusto Vieira - fundador e presidente da Escola do Povo; secretário, José Bento Fernandes, e tesoureiro, José Bernardes de Oliveira.
A primeira diretoria definitiva ficou assim formada, posteriormente: presidente,
Floriano dos Santos Castro; vice-presidente, João Nepomuceno Freire, e ocupando os demais cargos os srs. José Francisco Pinto Martins, José
Bernardes de Oliveira, Antônio Domingues Martins, Manoel Joaquim Borges Júnior, José Bento Fernandes, Antônio Rodrigues Lopes, Fernando do Amaral
Ribeiro, Francisco Antônio de Souza Júnior, José Domingues Martins e Pedro Alcântara de Souza Aranha.
Em 30 de outubro de 1880, era aprovado um projeto de José Francisco de Paula Martins,
que criava a Biblioteca, que, em pouco tempo, tornou-se a maior da cidade.
O Dr. Manoel Gomes de Argolo Ferrão foi o primeiro médico da Humanitária e foi
substituído pelo Dr. Manoel Maria Tourinho, quando este teve que se ausentar de Santos.
A 27 de novembro de 1894, ficou determinada, em assembléia geral, a criação de uma
banda de música - filarmônica -, realizando-se o primeiro ensaio no dia 28 de agosto de 1895, sendo a primeira apresentação no dia 9 de outubro de
1895, quando das comemorações do 16º aniversário da fundação da Sociedade. Esta Banda apresentou-se - a convite - em São Paulo e Mogi das Cruzes.
Esta filarmônica manteve-se em atividade durante 5 anos.
O ambulatório da Humanitária, tendo em plena atividade
o médico Augusto César de Castro Rios
Foto: Revista Comemorativa ao Centenário da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de
Santos - 1879 0 12 de outubro - 1979, Santos-SP, 1979
Em 1897, a Humanitária formou um grupo teatral e, em 1902, publicou a Poliantéia,
constituída de uma coleção de textos em homenagem à Sociedade.
A Humanitária realizou, durante algum tempo, suas sessões no consistório da
Santa Casa. Por volta de 1880, não podendo mais realizar as suas sessões na Santa Casa, instalou a sua secretaria em uma
das salas da Sociedade Musical Luso-Brasileira, no Largo do Carmo. Em 1883, devido ao aumento do pessoal, foram alugadas duas salas na Rua 28 de
Setembro, nº 1. Em 1887, a secretaria achava-se localizada na Rua General Câmara, nº 77.
Tendo a Câmara Municipal de Santos necessidade do terreno para formar a atual
Praça da República, teve que desapropriar e demolir as casas do quarteirão que ia do largo da Matriz até o Largo da
Cadeia. Em 1886, a demolição das casas estava completa, com exceção da que abrigava a biblioteca da Humanitária - o sobrado do Largo da Cadeia (ou
Largo do Carmo, depois da demolição da Cadeia). Finalmente em 1888, a biblioteca estava localizada na Rua Santo Antônio
nº 55, em casa alugada.
Coube ao presidente Adolfo Ferdinand von Sydow a iniciativa da construção da primeira
sede própria, na Rua Amador Bueno, 256, em terreno que a Sociedade havia adquirido anteriormente (por volta de 1885). A
1º de junho de 1890, era colocada a pedra fundamental, sendo inaugurada a nova sede em 7 de setembro de 1891. Este prédio foi vendido mais tarde,
para ser instalada, ali, a Cúria Diocesana, passando a Sociedade Humanitária a ter a sua sede na Rua 15 de Novembro.
O desenvolvimento da Sociedade, porém, exigia novas acomodações. Foi assim que em
1923, na presidência de José Abelardo Monteiro de Barros, se determinou a construção de uma nova sede, onde permanece até hoje.
A pedra fundamental foi colocada em fevereiro de 1929, sendo inaugurada esta nova sede
em outubro de 1931. Os arquitetos foram Frederico de Sabóia e Silva e Paulo da Silva Costa.
Este prédio está localizado na Praça José Bonifácio e nele foram instaladas diversas
salas de aula, onde eram ministrados cursos de Português, Francês, Inglês, Alemão, Escrituração Mercantil e Aritmética aos associados. Estes cursos
foram encerrados, devido à intensificação dos cursos regulares no Município de Santos.
A Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio é a primeira entidade assistencial
fundada em Santos e no Brasil, tendo participado em todos os eventos santistas, desde a sua criação, como a assistência aos feridos da
Revolução de 1932. Continua prestando serviços assistenciais, sociais e culturais, através do seu Gabinete Dentário,
Assistência Hospitalar, ambulatório médico e sala de enfermagem, e de sua biblioteca, que conta atualmente (N.E.: 1996)
com aproximadamente 40 mil volumes, além de arquivo de documentos, jornais e revistas, cujo acervo se constitui em um dos mais importantes da cidade
de Santos.
Ocuparam a presidência da Sociedade: Augusto Vieira, Floriano dos Santos Castro,
Alfredo Ramires Esquivel, Manoel Barbosa da Silveira, Laureano José de Oliveira, Antônio Ferreira Duarte, Luiz José de Matos, Francisco Portuense
Machado Reis, Ernesto Cândido Gomes, Adolpho Ferdinand von Sydow, Ângelo de Souza Ramos Júnior, Manoel Joaquim Borges Júnior, Francisco Máximo de
Oliveira, Manoel de Jesus Belmarço, Firmino Ferreira Leão de Moura, Arthur Thomaz Coelho, João Belarmino de Lima, Antônio da Silva Azevedo Júnior,
Manoel Lopes Leal, José Augusto Teixeira, Antônio Benedito de Oliveira, Benedito Pinheiro, Francisco Monteiro da Silva, Arnaldo Ferreira de Aguiar,
José Pinto da Silva Novais, João de Freitas Guimarães, Guilherme Santos, Armando Luiz dos Santos Dias, João Guilherme Cruz, Eduardo Áureo Vahia de
Abreu, Antônio Cândido Gomes da Silva, Esaú Silveira, José Abelardo Monteiro de Barros, Edistio Camargo Santos, Manoel Elias Ruiz, Graciliano
Oliveira Fernandes, Synval de Barros Coelho e Mello, Antônio Domingues Martins, Oscar Martins Pinheiro, Floriano de Freitas Guimarães, Manoel Neves
dos Santos, Dilermando Cecere Vidal, Olympio Requião, Nelson Prieto Blanco, João Evangelista de Almeida, Sebastião Maurílio Alves e, atualmente
(N.E.: 1996), o dr. Nuno Martins Costa. Na presidência do seu Conselho Deliberativo está o
jornalista Hamleto Rosato.
No Salão de Festas da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos
aconteceram marcantes eventos sociais, culturais e políticos. Nele, durante muitos anos, se reuniu a juventude santista, através das tradicionais
vesperais promovidas pelo Centro dos Estudantes de Santos e outras agremiações estudantis, com as melhores orquestras da cidade, das décadas 50 e
60: Cabral Júnior, Haroldo Moura, Hamleto, J. Pinto, Simonei, Mário Folganes e outras de grande sucesso.
A Sociedade tem 261 sócios contribuintes e 437 sócios beneméritos, honorários e
remidos. A Humanitária adquiriu mais dois imóveis, enriquecendo seu patrimônio e ensejando a ampliação de suas atividades. São eles: na Rua Joaquim
Távora nº 252, com 12 m de frente por 30 m de fundos e na Av. Pinheiro Machado nº 706, com 13 m de frente por 25 m de fundos.
O "Dia do Centenário" (12/10/1979) começou com revoada
de pombos, diante da sede social
Foto: Revista Comemorativa ao Centenário da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de
Santos - 1879 0 12 de outubro - 1979, Santos-SP, 1979
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