Companhia City

Setenta e cinco anos a serviço da terra de Braz Cubas

Autorizada a funcionar no Brasil pelo Decreto Imperial nº 8.087, de 7 de maio de 1881 - Obra de verdadeiro pioneirismo os encargos iniciais da Empresa - Ampliação e Desenvolvimento dos diversos setores da Companhia

Santos, desde os seus primórdios até mais da metade do século passado (N.E.: século XIX), lutou com problemas sanitários e urbanísticos, enfrentando durante largo período o assédio de terríveis epidemias que ceifavam preciosas vidas.

Em 1870 era, ainda, uma cidade acanhada, com seus velhos trapiches, suas vielas, sem iluminação pública e transportes urbanos, não possuindo, mesmo, sequer um serviço de abastecimento da água à população.

Foi nessa época que se formou a "Cia. de Melhoramentos da Cidade de Santos", orientada por Thomas Cochrane e Everett Bennet, a qual contratou com a Municipalidade a execução dos serviços de abastecimento de água e iluminação pública a gás de hulha, sendo lavrado um contrato para execução desses serviços a 21 de fevereiro de 1870.

Nesse mesmo ano, foi concedido a Domingos Moutinho privilégio para exploração dos serviços de transportes de gêneros e mercadorias "sobre trilhos", de conformidade com indicação apresentada à Câmara por esse ilustre edil de então. Em maio desse mesmo ano, lavrou-se o respectivo contrato, tendo a Câmara nele incluído a obrigação do transporte de passageiros.

Pouco depois, Domingos Moutinho transferia à "Cia. de Melhoramentos" todos os direitos e privilégios concedidos pela Municipalidade, ficando assim a referida Companhia incumbida dos serviços de abastecimento de água, iluminação pública e transportes urbanos na Cidade de Santos.

Dez anos passados, entretanto, isto é, em 1880, possuindo cerca de 12 mil habitantes, já se tornavam insuficientes os sistemas de abastecimento de água, o fornecimento de gás e os transportes locais. Novos capitais eram requisitados, a fim de se possibilitar as melhorias imprescindíveis.

A fundação da Cia. City - Um grupo de ingleses corajosos, conhecedores da situação de Santos, resolve fundar em Londres, por essa altura, uma companhia com a finalidade de adquirir o acervo da "Cia. de Melhoramentos".

Entabuladas as negociações, que foram levadas a bom termo, no dia 7 de maio de 1881, pelo decreto nº. 8.087, foi concedida à "The City of Santos Improvements Company Limited" autorização para funcionar no Brasil.

Inicia-se então uma nova época nos serviços públicos da Cidade. Novas captações, com o abandono gradativo das velhas fontes situadas dentro do perímetro urbano, novas linhas de adução e distribuição vieram aumentar sensivelmente as disponibilidades de consumo de água.

O serviço de bondes, com o assentamento de várias linhas e a construção de novas estações, ampliava os limites da Cidade, levando o progresso e a facilidade dos transportes urbanos aos bairros mais afastados.

O fornecimento de gás também teve aumento substancial.

Dessa maneira, graças aos esforços conjugados de seus dirigentes e empregados, enfrentando, algumas vezes, alguns tropeços que dificultam o ritmo de seus serviços, a Cia. City evoluiu, chegando a fazer jus ao grande conceito que ainda agora desfruta, pelo vulto dos serviços que tem realizado nestes setenta e cinco anos de existência.

Expansão dos serviços a cargo da City - Das antigas concessões, duas não mais pertencem à City, pois o serviço de bondes foi encampado pela Municipalidade em dezembro de 1951 e o abastecimento de água pelo Governo do Estado, em 28 de novembro de 1953.

Quanto aos serviços de eletricidade e gás, damos abaixo um quadro comparativo do seu desenvolvimento.

Expansão dos serviços de eletricidade - O Serviço de Eletricidade teve, sem dúvida, a maior expansão, bastando aludir às cifras seguintes:

Expansão do serviço de gás - A expansão do serviço de gás pode ser analisada pelas cifras seguintes:

Durante longo período a Cidade foi iluminada a gás, chegando a existir em funcionamento cerca de 1.300 lâmpadas, tendo o último lampião a gás sido retirado em 1944, isto é, em época relativamente recente.