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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CITY
Santos e a City (1)

Uma empresa que ajudou a transformar a cidade...

Serviços de transporte, iluminação, água e gás, durante décadas, fizeram com que a City tivesse um papel fundamental na transformação da realidade urbana santista. Em pleno decurso da Segunda Guerra Mundial, na edição comemorativa do cinqüentenário do jornal A Tribuna, (exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda), em 26 de março de 1944, foi incluída esta matéria (ortografia atualizada nesta transcrição):


Nesta composição fotográfica, expressiva sob todos os pontos de vista, porque demonstra o papel que a Companhia City vem desempenhando no progresso de Santos, vemos no alto aspectos de Santos antigo: à esquerda, um trecho de rua, no sítio onde presentemente está a Praça Rui Barbosa, e à direita, a Praça da República, vendo-se ao fundo a Praça Barão do Rio Branco; ao centro, o clássico bondinho a burro e, embaixo, remodelada e alinhada com os confortáveis bondes-reboques da linha 3 e seus prédios modernos, a aristocrática Praça Visconde de Mauá
Imagem: reprodução parcial da matéria

A Cia. City na evolução de Santos

Os notáveis melhoramentos executados pela grande empresa de serviços públicos, no decorrer destes cinqüenta anos

Os serviços públicos executados pela "Cia City" tiveram a sua origem na Cia. Melhoramentos de Santos, que iniciou os serviços de gás e água, por concessão municipal, em 1870. Na mesma época, outras empresas se formaram para executar os serviços de transportes urbanos de passageiros, sob regulamentação municipal.

Existiam, em certa época, quatro diferentes empresas que executavam o serviço de "bondes de burro" nos municípios de Santos e São Vicente, e essas empresas se fundiram em uma só, sob a direção da atual "Cia. City", que iniciou os seus serviços em 1881.

Em 1894 - há, portanto, 50 anos - naturalmente não existia o serviço de eletricidade; a diminuta iluminação pública que se via era feita por meio de volumosas e inestéticas lanternas do tipo acima ilustrado no clichê 1. No início, estas lanternas possuíam simples bicos de gás abertos, porém, mais tarde, foram estes bicos substituídos e munidos de "véus", modificação essa que marcou o início do sistema de iluminação conhecido por "incandescente". A iluminação da cidade a gás está agora em vias de ser eliminada em favor da luz elétrica; somente alguns poucos exemplos dos "combustores" a gás, como o acima ilustrado, existem atualmente, para nos lembrar os tempos de outrora.

Em 1894 já existiam 300 lampiões a gás, que tinham de ser acesos um por um ao pôr do sol, e novamente visitados pelos "lampistas" ao amanhecer. É interessante recordar que o contrato da Companhia com a Câmara Municipal, para a iluminação a gás, diz: "O serviço de iluminação se fará em todas as noites, mesmo nas de luar" - constituindo, assim, um grande melhoramento.

Em 1894 já existiam 982 casas que se utilizavam do gás, principalmente, senão exclusivamente, para fins de iluminação. Os fogões e aquecedores de água a gás, como hoje os conhecemos, são relativamente modernos.

Existem hoje em Santos e São Vicente 6.360 lanternas de iluminação pública, todas, porém, a eletricidade, e 8.900 prédios estão ligados aos canos gerais de gás.

Extraordinários melhoramentos urbanos têm se verificado nestes últimos 50 anos, o que se verifica pela fotografia n. 3, que somente dá uma pequena idéia dos enormes melhoramentos efetuados nas áreas que compreendem Santos e São Vicente. A fotografia n. 2 foi tirada em 1904; a Praça Mauá sofreu mais de uma remodelação completa nestes últimos 40 anos, e os serviços de utilidade pública também acompanharam o progresso da cidade.

Iluminação a eletricidade tem substituído a de gás, e bondes elétricos tomaram o lugar dos "trenzinhos a vapor" e "bondes de burro". O transporte pela atual linha 1, de Santos a São Vicente, como os velhos santistas hão de estar bem lembrados, era feito por trenzinhos a vapor.


O derradeiro combustor de iluminação a gás, retirado há pouco da urbe
e que era a maravilha de Santos no princípio deste século...
Foto publicada com a matéria

No ano de 1888 - seis anos antes da fundação da A Tribuna - os "bondes de burro" em Santos transportaram 370.880 passageiros; em 1905, um ano após a transferência dos serviços de bondes para a atual Cia. City, já o movimento crescera, sendo nesse ano transportados 5.185.369 passageiros. O serviço de carris urbanos foi totalmente eletrificado entre 1909 e 1912; o seu crescimento tem sido contínuo, e, no ano de 1942, foram transportados 76.000.000 de passageiros, sendo de 9.160.000 os quilômetros percorridos.

Os serviços de luz e força elétrica - os mais novos da família de serviços de utilidade pública - são de origem mais recente. No começo deste século foram instalados diversos pequenos geradores de eletricidade, para uso interno da empresa, porém logo depois a eletricidade se apresentava ao público sob a forma de iluminação nos logradouros públicos.

Os serviços de eletricidade foram regulamentados em 1902, e em 1905 já existiam 180 lanternas de iluminação elétrica nas ruas da cidade, e 192 munícipes possuíam instalações elétricas em suas casas. A utilização da eletricidade tem tido um incremento formidável, porque são ilimitadas as possibilidades do seu emprego para fins domésticos, comerciais e industriais. Hoje existem 28 mil prédios ligados à rede elétrica, e nesses lares não se utilizam da eletricidade apenas para iluminação, como acontecia nos primeiros anos.

Em 1894, a cidade de Santos era provida de água potável por meio de chafarizes públicos e carros "pipas"; entretanto, já naquele ano 3.009 casas eram abastecidas pelos canos gerais da Companhia. Dois anos antes, a terceira fonte de suprimento - a conhecida "Caixa 10" - fora inaugurada, e mesmo assim já estavam sendo estudados planos para novamente aumentar o suprimento. Alguns anos depois, em 1897, o rio Pilões entrava em função, para vir a ser, como é hoje, a principal fonte de suprimento.

Existem hoje 24.300 casas ligadas à rede de distribuição, que também fornece água às instalações do porto, aos navios atracados, às diversas indústrias e à municipalidade de São Vicente. A água fornecida em Santos é notoriamente pura, e os responsáveis pela sua excelente qualidade se orgulham, com zelo, da boa reputação da água de Santos, e mantêm padrões de pureza que satisfazem as mais rigorosas exigências do mundo de hoje.

Os melhoramentos, durante os atuais anos de guerra, têm sido forçosamente restritos, mas a Cia. City está confiante em poder manter os seus serviços sempre um passo adiante das necessidades e acompanhar, assim, a vigorosa vida e o crescente progresso das cidades de Santos e São Vicente, com as quais as suas atividades estão tão intimamente ligadas.

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Veja mais:
Usina de gás da City no bairro do Valongo
Um anúncio da City em 1939
The City of Santos Improvements Company
O Bonde
O último lampião de gás (Largo Dona Tereza Cristina) em 1944
O "Quebra Lampiões"

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