Ela é pioneira do ensino santista
Vitalina Caiafa Esquivel é
uma mulher símbolo em Santos, pelo que fez pelo Ensino e ainda faz pela assistência social. Adotando Santos como terra de sua predileção e amor,
aqui vive há cerca de 70 anos, depois de formar-se pela Escola Normal, da Praça da República, em São Paulo.
Casou com Edgard Suplici Esquivel, teve 12 filhos, dos quais 7 ainda vivos, e lecionou
na Escola Barnabé, onde se manteve durante largos anos; foi professora da
Associação Instrutiva José Bonifácio e
Liceu Feminino Santista.
Nessas casas, tradicionais centros propagadores da instrução, Vitaliana Caiafa Esquivel foi mais do que uma educadora, pois ultrapassava os limites
de simples mestra para colocar-se ao lado de suas alunas, ouvi-las, aconselhá-las, pesar-lhes as alegrias e tristezas, sentir-lhes, enfim, as almas.
Antes de educadora foi mulher. Tantas e tantas criaturas que se fizeram grandes no lar e no trabalho dela receberam a luz do saber e do civismo.
Pioneira do Ensino santista, essa veneranda dama também se distinguiu pelo amor ao
próximo e era de vê-la, solícita e carinhosa, pelos xadrezes da Cadeia Pública, assistindo moral e materialmente os presidiários e os familiares,
com todos eles proferindo palavras de conforto e humildade cristã, estimulando-os e confiando na sua regeneração moral e social. Ainda hoje, a
despeito dos seus 84 anos de idade, Vitalina Caiafa Esquivel muito se interessa pela criatura pobre e desprotegida, à qual propicia o tributo do Bem
e da Caridade, que é o apanágio das almas fortes e munificentes.
Muito justa, pois, a homenagem que a Câmara Municipal de Santos lhe consagrou no dia
23 de agosto de 1968, quando lhe outorgou o título de Cidadã Emérita e foi saudada pelo vereador Fernando Dias Oliva, que assim encerrou seu
discurso de elogio à veneranda senhora: "Permita, insigne mestra, que as palavras finais deste
desataviado discurso sejam uma oração a Deus pela conservação de sua preciosa existência, modelo de virtudes nas quais as gerações presente e futura
deverão mirar-se e sejam estas palavras ao mesmo tempo, comovido agradecimento de todos os seus ex-alunos e mui especialmente dos ex-detentos
recuperados. Da esposa que recebeu o marido, da mãe que acolheu o filho, do filho que renovou ao pai as esperanças, após os dias tortuosos do
cárcere, que a sua ação ajudou a suportar. Beijo respeitosamente, excelsa dama, suas mãos, significando com isso o reconhecimento e a gratidão de
toda Santos pelo muito que recebeu". |