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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - INCLINADOS...
Prédios inclinam mais que Pisa... e caem! (1)

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Devido às características do subsolo santista e à imprevidência de alguns construtores, muitos edifícios sofreram fortes recalques, ao ponto de inclinarem mais que a famosa torre italiana da cidade de Pisa. Os procedimentos para a recuperação desses prédios inclinados, aliás, foram estudados pelos técnicos italianos encarregados de recuperar aquela torre medieval européia. Outros prédios nem chegaram a se inclinar: desabaram durante a construção.

Quando ocorreu o desabamento do edifício Moulin Rouge, em 1990, o jornal santista A Tribuna relembrou os desastres anteriores, na edição de 24 de março de 1990:

Último edifício caiu há 23 anos

Pesquisa A Tribuna

A última vez que desabou um prédio em Santos foi no dia 6 de dezembro de 1967, às 23h15. Era um edifício de três andares em fase final de construção, na Rua Paraná, 145, e que, em 13 dias, seria entregue à habitação. Não houve vítimas, mas duas casas ao lado ficaram interditadas, uma porque foi atingida e a outra porque seria alvo, caso caísse o restante.

Etienes Avelino Pereira, Antônio Manoel dos Santos e Gabriel Robeiro Matos trabalhavam e dormiam na construção. Um dia antes do desabamento, transferiram-se para a parte dos fundos, que continuou em pé. Segundo pessoas da vizinhança, na época, o motivo da mudança de local para dormir teria sido um tremor sentido um dia antes.

O prédio havia passado por vários responsáveis e, pouco tempo antes, tinha sido interditado pela Prefeitura por não preencher vários requisitos necessários para o andamento da obra. O desabamento foi investigado pela Polícia Técnica de São Paulo e, segundo o perito Hercílio Macelano, a mistura usada na construção nem parecia concreto, uma vez que se quebrava na mão.

Um ano antes - No dia 23 de dezembro de 1966, havia desabado o Edifício Vista Linda, próximo à Ponte Pênsil, em São Vicente. Às 17h28, o sargento Jaime de Miranda, da Polícia Rodoviária, ouviu um estalo na direção do prédio. Quando percebeu que era um deslizamento de terra e pedras do Morro dos Barbosas, junto ao zelador, conseguiu que os 38 ocupantes distribuídos nos 10 andares saíssem em cinco minutos. Logo depois ele caiu.

O prédio tinha 66 apartamentos e já havia sido interditado antes pela ameaça do mesmo motivo. O único ferido do sinistro foi o zelador, atingido no pé. Outros seis edifícios das imediações foram isolados.

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