HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS -
URBANISMO (X)
Porto disputa espaço com a cidade (2)
Metropolização, conurbação, verticalização.
Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo
de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas. Em todo esse tempo, como nos cem anos anteriores, o porto foi avançando sobre o
território urbano. Na mudança de milênio, inverteu-se a situação: a cidade passou a avançar sobre o espaço ocupado pelo porto. Tornou-se necessário um
longo debate entre Municipalidade e Porto sobre questões não apenas econômicas, mas também urbanísticas, ambientais e sociais. Como registrou em 12 de
julho de 2003 o Diário Oficial de Santos:
Imagem: PMS, publicada com a matéria
PORTO
Projeto turístico aguarda cessão de armazéns
A medida é parte do programa de revitalização e preservação do Centro Histórico
de Santos
O impasse criado pela Codesp na cessão de quatro armazéns localizados na área do
Valongo vem prejudicando nos últimos meses a integração Porto-Cidade. Com o impasse, a Cidade continua aguardando a liberação dos armazéns para
ganhar um novo complexo turístico, cultural e empresarial naquele local. Durante o Santos Export 2003, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu,
afirmou que o Porto é uma prioridade do Governo Federal.
Armazéns no Valongo fazem parte do projeto de
revitalização do Centro Histórico
Imagem: PMS, publicada com a matéria
PORTO
Prefeitura espera pela liberação de armazéns
A integração Porto à Cidade, uma luta que vem sendo
desenvolvida pela Prefeitura, está prejudicada nos últimos meses diante do impasse criado pela Codesp na cessão de quatro armazéns localizados na
área do Valongo, como parte do projeto de revitalização e preservação do Centro Histórico de Santos.
A transferência dos armazéns 1, 2, 3 e 4 permitirá que a Cidade ganhe um novo complexo
turístico, cultural e empresarial no local com a ocupação da área nos mesmo moldes dos projetos de Puerto de Madero, em Buenos Aires, e da Estação
Docas do Porto de Belém, que recuperou três velhos armazéns, cedidos pela empresa estatal do Pará, e transformou o local em um centro de arte,
preservação histórica, gastronomia, lazer e turismo.
Insistência - Em novembro do ano passado, a Codesp se manifestou, por meio de
sua assessoria de imprensa, que iria se pronunciar oficialmente em dezembro sobre o assunto, se cederia ou não os equipamentos. Apesar da
insistência por parte da Administração Municipal nesse sentido, nenhuma decisão foi tomada até agora, prejudicando a Cidade que não pode transformar
o local em um centro de entretenimento.
A Prefeitura já formulou um protocolo de intenções com a Codesp, desde o ano passado,
para caso os quatro armazéns serem cedidos, oficializar junto ao Governo Federal o modelo de transferência do equipamento para a Administração
Municipal, a fim de implementar o projeto de revitalização na área, que contará com a instalação de lojas, restaurantes, lanchonetes, escritórios e
outros atrativos turísticos e culturais.
Diante do impasse, a Cidade continua aguardando a liberação dos armazéns para ganhar
mais um pólo de atração turística que trará novos investimentos para o Município e gerar empregos diretos e indiretos. |
Em 6 de agosto de 2003 o Diário Oficial de Santos registrou:
A área pretendida pela Prefeitura:
transformação concretizará a recuperação do Centro Histórico
Foto: Marcelo Martins, publicada com a matéria
DESENVOLVIMENTO
PMS vai expor projeto dos armazéns à diretoria da Codesp e conselhos portuários
Ainda nesta semana ou início da próxima, a Prefeitura
estará apresentando o projeto de revitalização de quatro armazéns na área do Valongo à diretoria da Codesp e aos conselhos de Administração da
empresa (Consad) e de Autoridade Portuária (CAP).
O objetivo é que os três organismos que atuam no Porto santista cheguem a uma decisão
conjunta sobre a proposta da Administração Municipal, que pleiteia a cessão dos imóveis localizados no cais do Valongo para criação de
complexo de lazer, turismo e cultura.
A realização do encontro, que deverá ocorrer na sede da Codesp, foi acertada ontem, em
reunião ocorrida na Prefeitura, entre representantes do Executivo Municipal com os diretores da Codesp, Roldão Gomes Filho (administrativo e
financeiro) e Arnaldo Barreto (infra-estrutura e serviço).
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A atual diretoria da Codesp também tem interesse na revitalização do cais
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Encaminhamento - A Prefeitura pretende a assinatura de carta de intenção com a
Codesp, para que possa, posteriormente, encaminhar junto à União a cessão dos quatro armazéns. E, conforme explicaram os participantes do encontro,
por se tratar da cessão para um órgão público - diferente do arrendamento de espaços no cais para iniciativa privada - caberá ao Governo Federal a
autorizar a transferência dos armazéns pretendidos pela Administração Municipal.
A decisão de promover uma ampla reunião para exposição detalhada sobre a proposta de
aproveitamento do armazéns levou em conta que, apesar de o pedido de cessão ter sido apresentado à Codesp há mais de dois anos, a estatal teve
renovada a sua diretoria, assim como aconteceu com o Consad.
Revitalização - O diretor administrativo e financeiro da Codesp, Roldão Gomes
Filho, afirmou que a atual diretoria-administrativa também tem interesse na revitalização do cais e que a proposta da Prefeitura será avaliada. |
O mesmo Diário Oficial de Santos registrou, em 21 de julho de 2004:
MEDIDAS - Entre as prioridades para o porto estão a criação de bolsões de
estacionamento para caminhões e aumento da profundidade do estuário
Foto: Marcelo Martins, publicada com a matéria
PORTO
Prefeitura apresenta soluções para viabilizar desenvolvimento portuário
As soluções para problemas comuns que inviabilizam a
modernização do maior porto da América Latina e impedem o crescimento produtivo das operações foram debatidas durante reunião entre o chefe do
Executivo, integrantes da Câmara de Política de Infra-estrutura da União e do Conselho de Autoridade Portuária (CAP).
Após o encontro, realizado na manhã de ontem, no Paço Municipal, os técnicos do
Governo Federal revelaram otimismo e estão convencidos de que as medidas propostas atendem às necessidades reais do Porto. As propostas farão parte
do relatório a ser entregue ao chefe da Casa Civil, José Dirceu, que determinou uma avaliação completa e a adoção de medidas corretivas até o final
do ano.
Para a Prefeitura, esse encontro foi importante pois, pela primeira vez, o Governo
Federal veio ouvir e conhecer as sugestões de medidas para solucionar os problemas que impedem o perfeito entrosamento Porto-Cidade. As sugestões
foram apresentadas e essa nova determinação do Governo Federal em discutir os problemas e buscar as soluções, juntamente com o Estado e o Município,
poderá significar a correção de antigos problemas, como a dragagem, a criação de bolsões de estacionamento e o tráfego de vagões ferroviários.
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