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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - COLISEU
Coliseu: teatro, cinema e elefante branco (12)

Após mais de uma década, enfim a reinauguração
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Chegou o dia da inauguração. Um caderno especial sobre o teatro foi publicado pelo jornal santista A Tribuna, em sua edição de quarta-feira, 25 de janeiro de 2006:
 
Retrospectiva histórica

Da Reportagem

Março de 1977 - O Coliseu corre o risco de se tornar uma loja de calçados, um estacionamento e, na melhor das hipóteses, um shopping.

Agosto de 1982 - A comunidade se mobiliza para impedir a destruição do teatro, já que os proprietários começaram a demolição.

Setembro de 1982 - Apesar de iniciado o processo de tombamento e do envio de notificação do Condephaat ao prefeito Paulo Gomes Barbosa, à Empresa Freixo Cine-Teatral, à Polícia e ao Instituto Histórico e Geográfico, dando conta da iniciativa, o Coliseu é parcialmente destruído, com a demolição do palco, camarins coxias e teto. A Prefeitura embarga a reforma.

Fevereiro de 1983 - Condephaat decide-se pela desapropriação. Entretanto, Carlos Augusto Corte Real, advogado da empresa, diz que a desapropriação não pode ser tomada como um fato definitivo. "Desapropriação só tem início efetivo a partir de um decreto declarando-se de utilidade pública o imóvel a ser desapropriado".

Agosto de 1989 - A prefeita Telma de Souza e Luiz Fernando Freixo se reúnem, para viabilizar a desapropriação do prédio.

Setembro de 1992 - O Coliseu é declarado de Utilidade Pública pelo Decreto nº. 1.734, assinado por Telma de Souza.

Fevereiro de 1993 - No dia 1º., acontece a cerimônia de desapropriação, pelo prefeito David Capistrano. A Freixo Cine-Teatral receberia um total de Cr$ 25 bilhões 500 milhões, pagos em 60 parcelas.

Março de 1994 - Tem início a restauração do Coliseu, com trabalhos de decapagem, que revelam as belezas originais do teatro.

Outubro de 1994 - Equipe da Prefeitura prepara novo projeto de restauração do Coliseu.

Dezembro de 1994 - Evento Noite dos Desesperados busca lembrar o antigo brilho do teatro. O novo projeto é apresentado aos santistas.

Dezembro de 1995 - A Empresa Akyo, de Salvador, vence licitação para executar o projeto de recuperação e restauração do Coliseu.

Agosto de 1996 - Exatamente no dia 15, a Akyo inicia os serviços no prédio, calculando que a primeira parte das obras — impermeabilização do terraço, recuperação da cobertura e estabilização da estrutura do palco — seria concluída em dezembro.

Maio de 1997 - O governador do Estado, Mário Covas, anuncia liberação de R$ 1 milhão para o Coliseu, através do Dade.

Agosto de 1997 - Estado atrasa verba e impede continuação dos serviços no Coliseu. Ocorre a primeira paralisação.

Dezembro de 1997 - As obras, retomadas, seguem em ritmo lento.
Julho de 1998 - Banco Real doa R$ 1 milhão para as obras do Coliseu, dinheiro esse pago em dez prestações.

Outubro de 1998 - O governador do Estado, Mário Covas, através do Dade, libera mais R$ 500 mil.

Novembro de 1998 - Secretaria de Cultura, através do secretário José Gondim, começa a reunir documentação para obter os benefícios da Lei Rouanet.

Setembro de 1999 - Prefeitura anuncia a entrega o Coliseu até maio de 2000.

Fevereiro de 2000 - Começa a ser recuperada a pintura artística do imóvel.

Julho de 2000 - Antônio Carlos Silva Gonçalves, secretário de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, diz que a primeira etapa das obras do Coliseu poderia estar concluída até outubro, se o Governo Estadual liberasse verba de R$ 2 milhões.

Novembro de 2001 - As obras são novamente paralisadas, e as portas do Teatro Coliseu fechadas, por falta de segurança.

Dezembro de 2001 - O governador do Estado, Geraldo Alckmin, anuncia mais R$ 2 milhões, mas acaba destinando R$ 4 milhões para o término das reformas.

Abril de 2002 - Operários da empreiteira Akyo reclamam de falhas no pagamento de seus salários.

Junho de 2002 - Liberados os R$ 4 milhões prometidos pelo governador.

Agosto de 2002 - Prefeitura anuncia a inauguração para o dia 26 de janeiro de 2003, durante as comemorações do aniversário da Cidade.

Setembro de 2002 - Restauradores da pintura artística paralisam trabalhos por falta de pagamento pela Akyo.

Outubro de 2002 - Restauradores abandonam o trabalho.

Novembro de 2002 - Secretaria de Obras garante que não há atraso nas obras e que a data de inauguração está confirmada. Nova artista plástica é contratada pela Akyo.

Junho de 2003 - O secretário de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos Souza Meirelles, visita o Coliseu e anuncia a liberação de R$ 3,783 milhões.

Setembro de 2003 - Governo do Estado, por meio do Departamento de Apoio e Desenvolvimento das Estâncias (Dade) deposita R$ 3.783 milhões no Tesouro da Prefeitura.

Dezembro de 2003 - Governador Geraldo Alckmin anuncia, durante visita à Cidade, liberação de última parcela, no valor de R$ 4 milhões.

Abril de 2004 - O Governo do Estado e a Prefeitura de Santos assinam convênio que formaliza a liberação dos R$ 4 milhões prometidos.

Junho de 2004 - Chega a primeira metade dos R$ 4 milhões do Dade. Prefeitura prevê entrega do teatro na 2ª quinzena de setembro.

Outubro de 2004 - Prefeitura estipula novo prazo para o fim das obras de recuperação do teatro: 1ª quinzena de novembro. Documentação é enviada ao Dade para apreciação e aprovação dos últimos R$ 2 milhões.

Março de 2005 - A liberação dos últimos R$ 2 milhões é aprovada, mas as obras do imóvel são interrompidas porque a Construtora Akyo Ltda., responsável pela reforma e restauração do prédio, pede mais verba para concluir os serviços. O prefeito João Paulo Tavares Papa ameaça romper contrato com a construtora.

Abril de 2005 - É assinado um acordo entre a Prefeitura de Santos e a Akyo Construtora e os serviços são reiniciados. O prefeito visita o local e reafirma que o prédio será entregue até o dia 30 de setembro, com inauguração prevista para outubro.

Novembro de 2005 - O secretário de Obras e Serviços Públicos, Antônio Carlos Silva Gonçalves faz reunião com os representantes da Akyo, empresa responsável pela obra de restauração e fica constatado que o organograma está sendo seguido à risca. O teatro seria entregue no dia do aniversário da Cidade, em 26 de janeiro de 2006.

Dezembro de 2005 - O prefeito João Paulo Tavares Papa confirma a inauguração do Coliseu na festa de aniversário da Cidade.

Janeiro de 2006 - Após quase 10 anos de reformas, o Teatro Coliseu é entregue à população, que é antecipada para o dia 26 para adequar-se à agenda do governador.

Teatro Coliseu

Dimensões
4 pavimentos
Palco - 320 m²
Foyer - 650 m²
Galeria de Arte - 650 m²
Restaurante - 650 m²

Capacidade
Camarotes (1º piso) - 278 lugares
Camarotes (2º piso) - 230 lugares
Arquibancada/balcão - 217 lugares
Platéia - 434 lugares
Total público - 1.159 lugares

Estrutura
12 Sanitários
2 Elevadores
5 Saídas de emergência com portas corta-fogo e anti-pânico
1 elevador monta-cargas
Ar condicionado central com
360 toneladas de refrigeração

Prédio anexo
5 pavimentos
10 camarins com sanitários
2 salas multi-uso

Atores e espetáculos famosos do Coliseu

Rudy — ilusionista
Roman Tetemberg — violinista
Cia Portuguesa de Comédia Aura Abranches
Cia Italiana de Operetas Léa Gandini
Cia Teatro Eden de Lisboa
Cia Espanhola de Revistas Guiró
Original Ballet Russo
Al Johnson - ator
Vicente Celestino - ator
Carmen Miranda - cantora
Paulo Autran - ator
Maria Della Costa - atriz
Ana Pavlova - bailarina
Magdalena Tagliaferro - pianista
Cia Dulcina - Odilon Conchita
Cia Palmerim Silva
Dercy Gonçalves - atriz
Tônia Carrero - atriz
Eva Todor - atriz
Rodolfo Mayer - ator
Heitor Villa-Lobos - maestro
Souza Lima - maestro
Eleazar de Carvalho - maestro
Moacir Serra - maestro
Yara Bernette - solista
Antonieta Rudge - solista
Artur Rubestenin - solista
Guiomar Novaes - solista
Serafim Gonzalez - ator
Leonid Massine - bailarino
Ballet Russe de Montecarlo
Ballet Russe Coronel Basil
Harald Kreutzberg - bailarino
Cia Angelicum Milano
Dulcinéia de Moraes - atriz
Zimbiesnky - ator e diretor
Colé - comediante
Olga Navaro - atriz
Gerda Abreu - atriz
Adolfo Celi - ator
Ballet Stagium
Leopoldo Fróes - ator
Cleide Yáconis – atriz

Cardápio de 1924

Na primeira reinauguração do teatro, dia 21 de junho de 1924, foi oferecido cardápio, com iguarias batizadas com nomes de famosos presentes.

BUFFET
Dindon a la Excia. (Dr. Carlos de Campos Jambon glacé a la Azevedo Júnior
Coxinhas a la General Abilio de Noronha
Crevettes a la Dr. Moura Ribeiro
Empadinhas a la Coronel Montenegro
Croquette a la Arnaldo de Aguiar
Vol-au-vent a la Theatro Colyseu Santista
Sandwices assortis

SORVETTES
Crême de Vanille e Orange

GATEAUX ASSORTIS
Bavarois, Printemps, Eclair, Caprice, Duchesse, Pas Délicat, Lard du Ciel, Gemme Brillant, vol-au-vent à lá crême e fil de oeufs aristocrate

RAFRAICHISSEMENTS
Clairet cup (orangeade), Biére et Chops, Eaux Minérales, Vin de Porto, Champagne, Liqueurs, Café, Chocolat, Lait, Thé

Detalhes

Não espere ver belezas raras no Teatro Coliseu. Apesar de todos os esforços e pesquisas históricas, não se tem informações precisas sobre obras de arte que poderiam ter decorado o ambiente nos tempos áureos.

Para recuperar os afrescos que podem ser apreciados nas paredes do Teatro Coliseu, foram contratados restauradores que executaram minucioso trabalho de pesquisa.

No meio da reforma, a primeira equipe abandonou o trabalho, por falta de pagamento, e precisou ser substituída. As mais belas pinturas estão perto das escadarias e no piso superior, acima do foyer.

A maior de todas as pinturas artísticas está no teto. Não há informações precisas sobre a autoria dos desenhos, mas sabe-se que mais de um artista foi responsável. O tema do afresco são anjos que tocam instrumentos em meio às nuvens.
O corrimão da escada que leva do foyer à galeria (no 1º piso), vale reparar, é de scaiole, um tipo de pintura que imita o granito original da época da segunda inauguração, 1924.
O piso que leva aos camarotes, também foi recuperado e mantido como antigamente.

A imensa cortina vermelha de veludo que oculta o palco dá uma boa dimensão do que ele representa. São 650 metros quadrados de espaço para as performances dos artistas. O diferencial é o fosso da orquestra, que permite a realização de óperas.

Não deixe de notar, em alguns pontos das paredes, que as pinturas foram deixadas do jeito que foram encontradas. São o que os arquitetos chamam de "testemunhos". Elas ficam ao lado das pinturas refeitas, para que as pessoas possam fazer a comparação. Servem, ainda, para comprovar o serviço de restauro.

O amplo foyer merece alguns minutos de contemplação, não somente pelas belas pinturas nas paredes, mas também pelo piso de mármore, o sistema de iluminação e o estilo art nouveau. Ele abriga um bar, bilheteria e a chapelaria. O foyer também será utilizado para performances e mini-concertos musicais.

As frisas são acomodações diferenciadas, situadas em frente e abaixo do setor de camarotes do primeiro piso. Apesar de contar com cadeiras de madeira, com menos conforto que as da platéia, permite um boa visão do palco e de quem está na platéia.
Pontos nobres do Coliseu, os camarotes trazem todo o glamour da época em que o teatro foi construído. Estreitos, contam com quatro cadeiras acolchoadas. Antigamente, os homens saiam da platéia para, educadamente, cumprimentar as damas naquele setor.
As escadarias do teatro foram restauradas com a preocupação de ficarem o mais próximo possível da realidade da época áurea do Coliseu. Feitas em mármore, foram decoradas com diversos desenhos e luminárias.
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