Liberdade religiosa

No campo religioso, Santos assinala um dos maiores avanços sociais, retratando a liberdade religiosa ou de consciência, a grande conquista social brasileira de Saldanha Marinho e Rui Barbosa, consagrada pela República, que em Concílio Canônico, de Roma, também estabeleceu e consagrou, pondo ponto final à luta religiosa que se abriu no Brasil desde 1870.

Santos, acompanhando as mais avançadas capitais do Brasil - São Paulo e Rio de Janeiro -, inclui, em seu liberalismo, esse importantíssimo fator, a liberdade e tolerância religiosa, deixando para trás e para muito longe aquele impertinente e retrógrado privilégio outrora concedido ao credo católico romano, que o tornara, como em quase todas as cidades brasileiras, verdadeiro feudo religioso, sem tolerância e sem liberdade.

Santos, hoje, e dos últimos tempos, comporta todas as religiões, credos, práticas e doutrinas, como uma das mais avançadas cidades sul-americanas, e a melhor demonstração desse fato está na variedade de templos, centros, lojas, tendas, que assinalam, no território e no meio social santista, a presença daquela liberdade a que aludimos. Em verdade, a existência numerosa e superior de templos, lojas e tendas de outras religiões, bem como de credos e doutrinas disseminados por toda a cidade e seus arrabaldes, não compromete a predominância marcante da religião católica romana entre os santistas, segundo os censos oficiais.

Os templos católicos são, atualmente (N.E.: em 1996), cerca de 25 igrejas e 22 capelas.

Os templos chamados protestantes (anglicanos, batistas, sabatistas, presbiterianos, evangélicos, pentecostais, luteranos, assembléias de Deus, dos Santos dos Últimos Dias, mórmons e outros) sobem a mais de 40. Os templos, tendas e centros espíritas chegam a mais de 70, enquanto os terreiros de umbanda atingem o elevado número de quase 600, existindo, ainda, lojas teosóficas, igreja ortodoxa, sinagoga judaica, além de inúmeros praticantes rosa-cruzes, esotéricos e maçons acatólicos, sem lojas ou templos.

Entre os templos católicos (igrejas) citam-se como principais: a Catedral, iniciada por volta de 1914, em estilo gótico; o da Ordem Terceira do Carmo e do Carmo propriamente dito, aquele do século XVIII e este do final do século XVI; o de Nossa Senhora do Rosário, do século XVIII; o de Santo Antônio do Valongo, do século XVII; o de São Bento (antigo Mosteiro), do século XVII; o de N. Sra. da Pompéia; de Santo Antônio do Embaré (meia basílica); o de São Judas Tadeu; o de São Jorge Mártir; o de São Benedito; o do Imaculado Coração de Maria; o do Coração de Jesus; o do Senhor dos Passos e o de N. Sra. de Fátima, além do Templo Capela de Nossa Senhora do Monte Serrate, de 1603/1604, padroeira da Cidade, um dos mais tradicionais e também mais simples, mantendo-se, praticamente, em sua forma inicial.

Santo Antonio do Embaré (praia do Embaré)	Nossa Senhora de Fátima (cais do Macuco)

Entre as capelas católicas romanas, citam-se, entre outras, as seguintes: de Santa Terezinha (no alto do morro do mesmo nome), a de N. Sra. dos Navegantes (com nova estrutura arquitetônica), a do Convento do Carmelo, a do Colégio São José, a do Colégio Coração de Maria, a do Colégio Stella Maris, a da Casa Pia, a do Educandário Bom Pastor, a da Casa da Criança, a da Cruzada das Senhoras Católicas, a de N. Sra. da Assunção, a de Maria Imaculada, a capela de Santa Isabel na Santa Casa de Misericórdia, a da Casa do Senhor, a do Cemitério do Paquetá, a do Cemitério da Filosofia, a do Cemitério da Areia Branca, a da Associação Prato de Sopa Monsenhor Moreira, a da escola Dona Escolástica Rosa, a capela da Residência Pastoral e a da Casa do Coração Eucarístico do Senhor.

O culto evangélico possui cerca de 27 templos. O culto espírita está organizado sob o título de União Espírita de Santos, com 41 centros regularmente constituídos, mas apenas a metade deles filiada. Há, porém, muitos centros e tendas particulares, mas com apreciável freqüência.

O culto umbandista possui, aproximadamente, 700 unidades organizadas e filiadas à União Espírita Santista. As tendas de umbanda se confundem entre as que praticam o culto umbandista sadio, puro, voltado para o bem, e as que praticam a Quimbanda, o Candomblé, o baixo-espiritismo, a magia branca e a magia negra e outros rituais - muito mais folclore afro-brasileiro que propriamente culto.

Todos esses templos se distribuem por toda a cidade e funcionam com a mais absoluta liberdade, disputando a fé e a crença de todos os santistas, à exceção, obviamente, de uma reduzida minoria de ateus.