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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - OS ANDRADAS - BIBLIOTECA
Clique na imagem para ir à página principal desta sérieMartim Francisco (1)

A história do Patriarca da Independência e sua família

Esta é a transcrição da obra Os Andradas, publicada em 1922 por Alberto Sousa (Typographia Piratininga, São Paulo/SP) - acervo do historiador Waldir Rueda -,  volume I, em seu capítulo V (Martim Francisco), com ortografia atualizada (páginas 519 a 540): 
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Martim Francisco
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De uma severidade de costumes superior a toda a sedução
BARÃO HOMEM DE MELLO 
(Esboços Biográphicos, pág. 81)

Erros sobre a data certa de seu nascimento

odos os cronistas, biógrafos e historiadores, ignoraram sempre a data do nascimento de Martim Francisco, e somente se referem ao ano respectivo, assim mesmo de modo divergente, pois uns o dão como nascido em 1774, outros em 1775 e outros finalmente em 1776 [1].

Mas, em 1916, o sr. REMÍGIO DE BELLIDO, encarregado pela Municipalidade santista de reunir e copiar toda a obra dos Andradas, para ser oportunamente dada à estampa, publicou um opúsculo, de que já temos feito menção neste volume, e que intitulou Bibliographia Andradina, produto de seu manuseio em arquivos e bibliotecas, e no qual catalogou o que eles escreveram e o que sobre eles se escreveu.

Nesse trabalho, o seu autor, com mal contido júbilo e ufania, gaba-se de ter descoberto o que ninguém ainda conseguira saber definitivamente - a data certa do nascimento daquele varão ilustre. Foi a 19 de abril de 1775: mas não nos diz como nem onde fez o seu importante e precioso achado, esquecendo-se, nos alvoroços de sua justificada alegria, de que nestes assuntos ninguém, por mais respeitável que seja a sua autoridade literária e reputação moral, pode ter a pretensão de ser crido sob palavra.

É de rigor a indicação das fontes nas quais colhemos os dados ou subsídios com que tentamos complanar lacunas ou esclarecer episódios que ainda se nos apresentam envoltos em não dissipadas obscuridades.

Naqueles tempos - e repetimos o que já articulamos em relação a António Carlos - era habitual celebrar-se o batizado logo nos primeiros dias do nascimento, de acordo com as regras eclesiásticas em vigor; e só o adiavam por motivos excepcionais bem averiguados.

No caso de que nos ocupamos, então, era absolutamente imprescindível que o s. BELLIDO indicasse a fonte em que se abeberou, porquanto a sua famosa descoberta é um grave, um categórico desmentido ao próprio Martim Francisco, que dizia em 1826, em carta de seu próprio punho escrita a Vasconcellos de Drummond: "Accrescentamentos á Minha biographia - Nascido em junho de 1775, por conseguinte com 51 annos completos" [2]. Ora, o sr. BELLIDO, à distância de mais de um século, não pode ter a pretensão de saber desse pormenor biográfico mais que o principal interessado nele.

Batizado. De quem proveio o nome que lhe deram

É fora de dúvida, pois, que Martim Francisco nasceu em junho de 1775 e a 2 desse mesmo mês e ano recebeu os santos óleos na pia batismal da Igreja Matriz de sua terra. Foram seus padrinhos o capitão-general da Capitania de S. Paulo, Martim Lópes Lobo de Saldanha, casado, e d. Rosa de Viterbo, mulher do sargento-mor Manuel Angelo Figueira, sendo que este representou aquele por procuração [3].

Certidão de batismo de Martim Francisco

Ter-lhe-iam dado provavelmente o nome em homenagem a seu ilustre padrinho, que era por certo amigo da família Andrada desde Portugal [4]. Foi celebrante o vigário encomendado, padre Manuel Álvares da Silva [5].

Estudos que fez em Santos e S. Paulo

Como seus irmãos mais velhos, foi na própria vila de Santos que recebeu os indispensáveis elementos de instrução primária sob as vistas de seu pai. Passou-se depois para S. Paulo, a fim de cursar as aulas de ensino que o enérgico prelado, d. Frei Manuel da Ressurreição, mantinha dedicadamente, para proveito da mocidade estudiosa, e especialmente destinadas a preparar vocações sacerdotais, que eram escassas no Bispado.

Aprendeu rapidamente as disciplinas desse curso, que apenas constava de Filosofia, Lógica, Retórica, Moral e Língua Francesa; e assim, instruído das luzes que na sua pátria natal pudera obter, partiu para Portugal, a matricular-se na Universidade de Coimbra.

Nada se sabe quanto às datas em que esses pormenores ocorreram, mas é presumível que ao embarcar para a metrópole já seu pai não existisse, pois contava Martim 14 anos quando tal perda se deu, e não é crível que antes disso estivesse ele com seus estudos propedêuticos completamente acabados para se iniciar nos altos estudos universitários e nem os seus extremosos progenitores (N.E.: na verdade, genitores) dele se apartariam em tão verdes anos e por tão longo prazo.

Sua formatura em Coimbra

Há, nas biografias e referências aos Andradas e seus antepassados, lacunas jamais reparadas, relativas sobretudo à permanência deles na Europa e às datas dos principais episódios de sua vida pessoal - e essas lacunas são hoje bem difíceis de preencher entre nós, à falta de documentos originais que talvez ainda felizmente se encontrem conservados nos velhos arquivos de nossa antiga metrópole.

Não sabemos quando Martim Francisco partiu para a Europa, nem quando iniciou e terminou os seus cursos em Coimbra; mas o certo é que em 1808 já tinha conquistado o diploma de bacharel em Matemática pela respectiva universidade; e nesse mesmo ano o governo português o nomeava para, em companhia de José Bonifácio e do tenente-general Napion, empreenderem uma viagem de exploração minerográfica pela província de Extremadura até Coimbra, sendo ele escolhido, por designação de seus companheiros, para descrever e redigir os trabalhos da comissão à medida que esta se fosse realizando.

O BARÃO HOMEM DE MELLO [6] conta-nos que esse trabalho foi lido na Academia Real de Ciências de Lisboa no ano de 1812; mas das Memórias da mesma Academia nada consta a respeito. Consultamos cuidadosamente o discurso da sessão de 24 de junho de 1812 e o da sessão de 24 de junho de 1813, abrangendo cada qual o último semestre do ano anterior; discursos esses que foram proferidos, respectivamente, pelos secretários João Guilherme Christiano Müller e José Bonifácio; e na minuciosa resenha que ambos fazem dos trabalhos lidos perante a Academia naquele período não topamos referência alguma à aludida viagem.

O sr. REMÍGIO DE BELLIDO, que a Câmara Municipal de Santos encarregou, como já se disse, de coligir e copiar a obra dos Andradas, para ser publicada numa edição integral, vai mais longe que o erudito escritor dos Esboços Biográphicos, e com a responsabilidade que lhe advém da espinhosa tarefa de que foi incumbido, assevera que o trabalho de que se trata é encontrado nas Memórias, no volume correspondente a 1812 ou 1816 [7].

O emprego da disjuntiva, o vago e incerto da indicação - neste ou naquele ano - são claro indício de que o bibliógrafo não chegou a fazer a respeito nenhuma verificação direta, e guiou-se por informações alheias não devidamente constatadas. Percorremos toda a coleção da veneranda Revista até o ano de 1819 - no qual José Bonifácio deixou o cargo de secretário, regressando ao Brasil - e nenhum vestígio, embora remoto, se nos deparou que confirmasse tal indicação. É provável, portanto, que a descrição da viagem empreendida pela Extremadura tenha sido estampada noutra qualquer publicação, se é que de fato saiu a lume [8].

Sua nomeação para diretor das minas e matas e inspetor da Fábrica de Ipanema

Assim, pois, o primeiro trabalho de Martim Francisco, de que trataremos, é o seu Jornal de viagens por differentes Villas da Capitania de S. Paulo, manuscritos encontrados por Varnhagen no arquivo de seu pai e por ele oferecidos ao Instituto Histórico do Brasil, que os publicou no volume 45 de sua importante Revista.

Martim Francisco exercia então as funções de diretor geral das Minas e Matas de S. Paulo, cargo para o qual fora nomeado por carta régia de 17 de agosto de 1801, com o ordenado anual de 800$000 réis, além de 200$000 réis, também anuais, para ajuda de custo [9].

Em virtude das determinações da mesma carta ficava ele investido, com o posto de sargento-mor de milícias, na Inspeção da Fábrica de Ferro de Ipanema [10], em substituição de João Manso Pereira, que muitas provas de incapacidade técnica tinha dado no desempenho de suas atribuições.

Viagem de exploração mineralógica

Foi, pois, nesse caráter oficial que saiu a percorrer uma parte da Capitania, para estudar a composição de seu solo, as suas riquezas minerais, a sua flora, todos os recursos nativos com que a Providência aquinhoava prodigamente o território paulista.

Sua longa viagem divide-se em duas partes: a primeira, de 26 de janeiro a 18 de março de 1803, começou na capital e terminou em Sorocaba; a segunda, de 278 de novembro do mesmo ano até 31 de maio de 1804, teve início em Sorocaba e termo final em Curitiba [11].

No dia marcado antecipadamente para a partida, saiu ele, às 6 horas da manhã, da casa onde morava em S. Paulo, à Rua Direita, com destino à Vila de Parnaíba, a antiga rival da Paulicéia nos áureos tempos de sua orgulhosa opulência.

No translúcido azul brilhava o sol, abrasando os bosques e as campinas pitorescamente onduladas; e o intenso claror de sua luz muito viva ofuscava cansando cruelmente a visão. As patas das alimárias vigorosas, revolvendo o chão gretado pela soalheira, levantavam espessos turbilhões de poeira asfixiante, que irritavam as narinas, ressequiam as gargantas e inflamavam os olhos, alquebrando e enxovalhando o ilustre viajor e as mais pessoas de seu séqüito.

Barueri e seu pároco

Tiveram, por isso, que fazer alto um pouco além do meio do caminho e solicitar do vigário de Barueri que lhes proporcionasse algumas horas de refrigério e de agradável repouso à sombra tranqüila das árvores de sua fazenda, o que lhes foi amavelmente concedido com cativante simplicidade e bondade.

Martim, no seu jornal, refere-se com simpáticos encômios e sincera admiração à singular figura desse virtuoso pároco que, longe de auferir proventos de seus jurisdicionados espirituais, ao contrário, gastava com eles não pequena parte dos produtos de sua lavoura e que consistiam em fumo, vinho, feijão, mandioca, bananas - tudo para o próprio consumo - além de 600 cabeças de gado cavalar e muar. Todo o serviço da fazenda era feito apenas por seis escravos. Às 5 e 1/2 da tarde, com o arrefecimento da canícula, trocaram-se os adeuses e a comitiva prosseguiu no seu trajeto para Parnaíba.

Quem seria o excelente vigário de Barueri, ao qual o ilustre Andrada, num espontâneo gesto de gratidão e de justiça, consagrou algumas linhas de respeitosa e digna homenagem, mas cujo nome não citou nas páginas de seu roteiro? Em 1800 e 1801 pastoreava o inculto rebanho católico daquela freguesia o reverendo Ignácio Leite Penteado, segundo colhemos num livro de assentamentos existente no arquivo de nossa Cúria Metropolitana.

Estaria ele ocupando ainda o seu posto em 1803? É a ele que se referem as frases elegíacas de Martim Francisco? Propendemos a supor que sim e damos os fundamentos de nossa suposição. Barueri era pouco antes um mero aldeamento de índios catequizados, o qual teve seu começo na primeira metade do século dezessete, sob a invocação de Nossa Senhora da Escada, e pertencia a Paranaíba, que lhe ficava propínqua.

Depois da expulsão dos jesuítas, foi durante algum tempo administrada pelos religiosos carmelitas, passando mais tarde a gozar dos foros de paróquia, ex-vi da Ordem Régia de 21 de junho de 1773, solicitada a 11 de dezembro de 1766 pelo vigário capitular desta diocese, que era então o cônego d. Manuel José Vaz [12].

Ora, uma paróquia nessas condições, uma das mais pobres do bispado, onde eram geralmente pobres os fregueses de quase todas elas, não podia tentar as vistas dos pretensores que houvesse aos bons provimentos eclesiásticos. Aliás, os clérigos existentes na diocese não chegavam para as necessidades do serviço; não havia, portanto, nenhum desocupado à espera de colocação e como as despesas do seu ministério eram certas e avultosas e os rendimentos não lhes faziam face, nenhum se propunha a paroquiar tais freguesias.

Quanto às melhores, em número insignificante, sempre se achavam providas. Nas freguesias de serra acima, os vigários precisavam ter cavalos prontos, pela necessidade de acudir sem demora aos paroquianos enfermos, moradores em lugares remotos da sede muitas léguas; e por causa dessas viagens, e ausências que às vezes se prolongavam, não podiam dispensar coadjutor que em seu lugar ficasse em tais condições e a quem deviam estabelecer uma côngrua tirada de seus já de si parcos rendimentos.

Eram, como já se vê, gastos relativamente elevados, ao passo que as conhecenças ou contribuições provinham escassissimamente de missas, encomendações, acompanhamentos de defuntos livres, e certidões com ou sem teor. As espórtulas por batismos e casamentos não eram obrigatórias, dando cada qual quanto podia e quando podia [13].

Barueri, por ser uma das freguesias mais pobres, esteve quase sempre incorporada e sujeita a Parnaíba; e só mesmo um sacerdote que possuísse haveres, e tivesse residência permanente lá, aceitaria o respectivo paroquiato, e isso mesmo estimulado por seu espírito filantrópico e zelo nimiamente cristão.

São estas as razões que nos fazem supor que o padre Ignácio Leite Penteado, que à frente da vigararia se achara de 1800 a 1801, é o mesmo que Martim Francisco encontrou em 1803, cultivando sua gleba e criando seu rebanho de cavalares e muares, pois não é crível que se achassem em tão curto lapso de tempo dois clérigos dispostos a reger uma paróquia sem recursos.

Parnaíba. Estado e movimento da população no decurso de um século

Em Parnaíba, cuja população o viajante calculou em 2.050 habitantes, chamou-lhe a atenção o pequeno número de casamentos, que não passava de 17 por ano. Esse fenômeno, e mais a deserção contínua de homens fugindo aos continuados recrutamentos, e a vocação de muitos para o estado eclesiástico, contribuíam, no seu parecer, para diminuir as probabilidades de crescimento regular da respectiva população.

Todavia, a sua previsão pessimista se não realizou in totum, ou por outra, não se realizou imediatamente, porquanto, quinze anos depois, em 1818, aqueles 2.050 indivíduos, apesar das causas apontadas, tinham mais que triplicado, pois montavam a 6.386, e os casamentos subiram auspiciosamente a 90 [14].

Dois anos mais tarde, porém - em 1820 -, os 6.386 habitantes de 1818 ficaram lastimavelmente reduzidos a pouco mais da metade da população calculada para 1803: a 1.142 unicamente, e os casamentos baixaram a 10 [15]. Cinqüenta e dois anos depois, em 1872, as 1.142 almas achadas em 1820 triplicaram de novo, subindo a 3.338, para elevarem-se a 4.931 em 1806, ano em que o número ce casamentos chegou a 19 [16].

Em 1890 a população aumentava para 5.942 [17], e em 1900 para 7.406 [18], levando, portanto, oitenta e dois anos para recuperar a sua posição demográfica de 1818. Em 1916 foi computada em 9.742 indivíduos [19], pois o seu desenvolvimento se acentuou com o aproveitamento de suas quedas d'água para fins industriais.

O que é verdade é que as causas que podiam levar ao celibatismo eram sempre objeto da cuidadosa atenção e dos comentários severos de Martim Francisco, segundo se verá em todo o decurso desta e de outras viagens técnicas que fez pela Capitania no exercício das funções de seu cargo, o que prova que as suas absorventes lides profissionais o não incompatibilizavam com os estudos e cogitações de natureza sociológica.

Fornos de cal. Minas de ouro

No dia seguinte ao de sua chegada, procedeu a alguns exames nos terrenos próximos e observou o funcionamento do forno produtor de cal; a 28 foi visitar as minas de ouro de Juquery-guassu e Juquery-mirim, das quais extraiu uma pequena porção de ouro fino. A 29 estudou as minas de Talvão e de Santa Fé, mandou tirar cascalho e lavá-lo, obtendo alguns grãos de ouro. Encontrou nas mesmas minas muitos cristais de rocha, de linda cristalização prismada de seis faces e terminando por pirâmides hexagonais.

Notou um grande inconveniente: é que todos os mineiros, em vez de se dedicarem exclusivamente à lavra e extração do rico metal, também cuidavam da lavoura; daí o não obterem resultados satisfatórios nem de uma nem de outra indústria.

O anil abundava nativamente em toda a fértil região; entretanto, ninguém extraía do respectivo arbusto a colossal riqueza que nele se continha - "marca sem réplica da indolência paulista", assinala textualmente o inspetor. Mais outra prova dessa indolência está nas estradas por que vai passando: "piores que os atalhos em Portugal".

Após um dia de reparador descanso partiu, pela manhã de 31, em direção do Itahyguassú e daí para o Boturuna, morro histórico, porque nas suas proximidades existiu, pelo correr do século dezesseis, a fazenda do capitão Guilherme Pompeu de Almeida, paulistano de grande opulência e não menor liberalidade, que ali fundou uma capela à Nossa Senhora da Conceição, dotando-a de rico patrimônio.

As paisagens, com seus variados matizes e tonalidades, deslumbram-no pela sua beleza que a solidão dos campos realça melancolicamente. Junto a um córrego, que flui das fraldas do Morro Branco, se lhe deparou o ferro magnético em pedras de grandes dimensões, pesadíssimas, embora não abundantes.

De Pirapora, onde estão aqueles morros, regressou a 1º do mês de fevereiro, tornando a voltar lá no dia imediato, que dedicou a várias pesquisas sem importância pelos seus resultados.

A caminho de Itu. Os ituanos e a escravidão

De 3 a 7, em caminho para Itu, atravessa vastas porções de território, onde houve outrora numerosas famílias de cultivadores, famílias que se extinguiram por causa do celibato sistemático que imperava nos costumes locais; e em conseqüência de sua extinção as lavouras também desapareceram.

Ao avizinhar-se da legendária Itu, profliga energicamente os seus naturais por causa dos castigos corpóreos e dos maus tratos que infligem desapiedadamente aos escravos, com mais freqüência e maior severidade que outro qualquer povo da Capitania; argumenta que essa conduta só serve para agravar o crime cometido contra a humanidade, recompensando tão mal a grande dedicação daqueles prestimosos auxiliares e fomentadores da riqueza dos paulistas.

A propósito, observa que a Natureza reage, e em pagamento da postergação de suas leis morais, gera e multiplica em nosso meio as piores moléstias endêmicas da África e os vícios próprios dos naturais desse atrasado continente, moléstias que nos arruínam e vícios que nos degradam. Termina as suas rápidas e judiciosas considerações, lembrando a necessidade urgente de se decretar uma lei que obrigue os senhores a serem mais humanos no tratamento habitual de sua escravatura.

Causa-lhe estranhável impressão o casaredo acaçapado e baixo, a ponto de lhe parecer que era ele um novo Gulliver no país dos pigmeus. Elogia, entretanto, calorosamente, o bom alinhamento das ruas, a admirável beleza dos diversos templos, a lavoura do açúcar, já importante, possuindo 134 engenhos, cuja produção orçava por 100.000 arrobas, e a do café, que se ia intensificando com grande força.

Mania casamenteira

Observa, quanto à vida doméstica da população, que calcula em 8.000 almas, um exagero oposto ao celibatismo inveterado nos costumes dos povos adjacentes: grassa em Itu a mania casamenteira, a ponto de se casarem indivíduos aleijados. Os ituanos são geralmente de procedência nobre; não obstante, muitos exercem ofícios mecânicos como se fossem plebeus, o que, segundo as leis vigentes do Reino, derroga os foros de nobreza.

Demora-se na localidade até o dia 10, e, depois de ter visitado e admirado o salto do Tietê, a uma légua da sede, mais ou menos, parte para Sorocaba na madrugada de 11. Em toda a extensão do percurso, encontra, a cada passo, homens de fisionomia acentuadamente mourisca. Se os portugueses dessa origem se extinguirem na metrópole, restam ainda na sua colônia muitos exemplares que conservam toda a magnífica pureza da raça primitiva.

Em Sorocaba

A população de Sorocaba não excede de 9.712 habitantes, entre os quais uma quantidade imensa de moucos, incensados e papudos causa ao viajante desoladora impressão. É manifesta a necessidade de se nomearem especialistas competentes que estudem a etiologia de semelhantes enfermidades, para que se lhes dê combate, se possível, e se removam para sempre as suas causas originárias.

Diferença de temperamentos

Esta observação, posta em confronto com a que fez José Bonifácio, quando viu Sorocaba pela primeira vez, serve para salientar vigorosamente a desigualdade de tendências de cada qual.

A José Bonifácio, alma de artista, enlevada em admirar e cultuar o Belo, o que mais o impressiona é a formosura das sorocabanas, à qual tece os mais cálidos encômios.

Ao irmão, espírito positivo, habituado a considerar de preferência o aspecto prático das coisas deste mundo, o que interessa é a feição econômica do problema paulista; e, por isso, nota que é grande a quantidade de moucos, insensatos e papudos, existentes em Sorocaba - fenômeno demográfico prejudicial ao progresso da fortuna privada e pública e da civilização em geral.

Descansou quatro dias e a 16 foi examinar a composição geognóstica de Araçoiaba [20], grupo de montanhas de formação metalúrgica. É aí a Fábrica de Ferro de Ipanema. Sobrevindo o mau tempo até o dia 20, o que o impediu de sair de casa, aproveitou a forçada reclusão para classificar e etiquetar metodicamente todos os minerais e plantas extraídos ou apanhados durante a sua excursão.

Ocupou-se a 22 em fundir a mina de ferro existente nas citadas montanhas, e obteve 60% de minério coado; e desse dia até 5 do mês seguinte (março) inspecionou demoradamente as terras e matas das cirvunvizinhanças.

Tinham-lhe dado positivas informações de que por ali havia um córrego de águas termais. Mandou sem hesitar que abrissem à sua custa um caminho, pela floresta a dentro, até alcançar-lhe as margens. Pronto o caminho, envereda resolutamente por ele no dia 8, e ao fim da viagem verificou que perdera tempo, trabalho e dinheiro, pois eram totalmente falsas as informações que lhe ministraram: só encontrou nas barrancas do aludido córrego, com abundância, ferro cristalizado em octaedros, de facetas brilhantes e polidas como aço; e talco branco cristalizado. Essa dupla descoberta compensa-o até certo ponto do desengano que tivera e do logro que levara.

Porto Feliz

A 9 encaixotou suas coleções e fez-se de rumo para Porto Feliz, gente muito boa e dada, orçando por 4.000 habitantes. A 10 percorreu de canoa todas as barreiras à margem do Tietê, voltando pela tarde de 11 a Itu, onde ficou fazendo várias explorações que o detiveram até 16. Regressou a 17 para São Paulo, onde entrou no dia seguinte, após uma viagem que durou sete semanas.

Itapetininga e as suas lavras de ouro

Em 27 de novembro reencetou sua excursão, que teve início em Sorocaba, de onde partiu em demanda de Itapetininga, vila de 3.000 habitantes, mais ou menos, e possuindo nos seus ricos arredores muitas lavras de ouro em plena atividade, mas pouco proveitosas quanto ao rendimento de sua produção metalúrgica por falta das necessárias forças para tocá-las convenientemente.

Abundavam as fazendas de criação, a cuja indústria são mui adequadas aquelas vastas campinas.

Apiaí

A 30 achava-se em Apiaí, onde inspecionou as ricas minas de ouro que tanto produziram outrora e nas quais ainda então se trabalhava com satisfatório resultado. Era o tempo das chuvas e por isso ficou retido até 8 de fevereiro do ano seguinte no pequeno vilarejo, cuja população não excedia de 2.000 habitantes.

Rio Verde

No Rio Verde [21], para onde partiu no dia 9, demorou-se onze dias, guardado sempre com sentinelas à vista por causa dos índios que tinham atacado as diversas povoações da zona, em justa defesa de suas terras e natural represália à perseguição que lhes moviam ferozmente os brancos.

Nesta paisagem borda uma série de considerações a respeito das medidas que reputa indispensáveis para destruir no espírito daqueles selvagens a rancorosa prevenção que eles alimentam contra o homem civilizado, que lhes faz a guerra para apoderar-se de seus territórios e para escravizá-los.

A propósito formula um programa que julga capaz de aumentar com brevidade a população da Capitania e que consiste ou pode resumir-se nestes artigos principais:

1º) colonização de indivíduos bons de todos os países;

2º) reforma da opinião pública no sentido de se abolir o celibato;

3º) fomento do matrimônio, pela concessão de privilégios e distinções às damas casadas e isenção de certos ônus a todos os cônjuges;

4º) desenvolvimento da agricultura, libertando-a dos impostos excessivos e da escravização às outras classes;

5º) organização de sociedades agronômicas para defesa dos interesses da respectiva classe.

Os objetivos dos dois últimos artigos ainda são problemas em debate. A lavoura paulista, longe de se ver libertada daqueles entraves, como propunha o velho patriota, está hoje mais do que nunca esmagada sob o peso de impostos incomportáveis e escravizada a numerosas classes de que depende essencialmente, tais como os bancos, os comissários, os exportadores e outros.

Quanto às sociedades de defesa, elas aí existem, mas parece que a sua organização não é eficiente como devera ser, pois a lavoura está cronicamente em crise, que se agrava de ano para ano, e os seus órgãos defensivos, nesses momentos de angústia, em vez de agirem com os recursos que deviam ter acumulado para tais ocasiões, apelam com desespero para a intervenção oficial dos governos.

Curitiba

A 21 penetrava em território paranaense, a 24 encontrava-se em Curitiba, e de 25 a 31 fez os preparativos prévios de que necessitava para explorar os ricos sítios dos campos gerais, trabalhos a que se entregou ativamente até 5 de abril, achando pouco ouro, pingos d'água, pedras de amolar, e diamantes de vária cor. Sugere a adoção de medidas práticas para evitarem-se os contrabancos de diamante, regulamentando-se cuidadosamente a sua exploração e comércio.

A imensa vastidão da campanha que se desdobrava ante seus olhos atônitos, e que era usurpada por meia dúzia de possuidores que lhe não davam nem podiam dar todo o impulso de que precisava para produzir - despertou-lhe na mente uma série de considerações tendentes a reformar a economia política e social, então estabelecida no geral das populações humanas, e que demonstram o adiantamento de suas idéias naquela época e naquele meio.

Programa econômico

Achava que as riquezas deviam ser eqüitativamente distribuídas por todos; que as terras e os veios metalíferos não deviam ficar enfeixados nas mãos de quatro ou cinco argentários, mas divididos proporcionalmente segundo as forças de cada homem válido para trabalhar. É o moderno programa comum a todas as correntes socialistas.

De 6 a 9 percorreu diversos rios e embora não socavasse nenhum deles, pareceu-lhe que, pela sua estrutura e forma, deviam conter pedras preciosas. Os belos campos de criação de Tibagi, que de 12 a 15 visitou pela quarta vez, eram semelhantes em tudo aos de algumas províncias de Portugal.

A Vila de Curitiba só era vista de muito próximo, por estar situada na encosta de uma elevação e tapada por espessos bosques. Era muito pantanosa, mas de agradável aspecto pela brancura e asseio de suas habitações. Os seus 12.000 habitantes, incluídos os de S. José e Lapa, trabalhavam na criação de gado e na cultura do trigo, do fumo e de frutas da Europa.

A 27 e 28 demorou-se a examinar e admirar a gruta de estalactites, chamada pelos naturais do lugar Ermida, por ser essa a sua configuração. Até 3 de maio as chuvas impediram-no de prosseguir nas suas explorações, mas a 4 fez uma excursão ao Iapo, onde se demorou até 7, voltando no dia seguinte, em lenta jornada, para Curitiba, onde reentrou justamente a 31, e deu por finda a sua viagem para esses lados da Capitania.

Em S. Paulo acondicionou todos os exemplares minerais e vegetais que colecionara nas duas épocas de sua grande excursão, remetendo-os ao governo da metrópole, a bordo da galera Astreia, por intermédio do capitão-general Franca e Horta, que foi quem o encarregou de fazer essa excursão, por ofício de 5 de janeiro de 1803, para atender a determinações que do Reino recebera, e "por ser ele o único que avisto com conhecimento para bem desempenhar a incumbência" [22].


NOTAS:

[1] Entre os últimos figura um dos Andradas atuais, o Dr. JOSÉ BONIFÁCIO, que nos seus apontamentos citados, limita-se a dizer: "Nasceu em Santos, no ano de 1776" (página 43).

[2] Cartas Andradinas (Autógrafos existentes na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro).

[3] Livro de Baptizados da Paróchia de Santos, do ano de 1775, folha 82 (no Arquivo da Cúria Metropolitana). Há engano certamente no nome da madrinha, porquanto a mulher do sargento-mor Manuel Ângelo Figueira - que fora também madrinha de António Carlos- chamava-se Rosa Jacintha da Silva e não Rosa de Viterbo, conforme consta, não só do assentamento de batismo do último, como também dos recenseamentos coloniais de vários anos. Rosa de Viterbo da Silva era o nome da avó materna dos Andradas - mãe de d. Maria Bárbara da Silva.

Damos na íntegra a certidão dos documentos, para evitar dúvidas a respeito: "Certifico que revendo o livro de baptizados da Paróchia de Santos, do anno de 1773, existente nos Archivos da Cúria Metropolitana, á folhas 44, encontrei o assento do teor seguinte: "ANTÓNIO - Ao primeiro de Novembro de mil e sette centos e settenta e tres, nesta Igreja Matriz baptizou e poz os Santos Óleos o Reverendo Vigário Domingos Moreira e Silva a Antonio innocente filho do Capitão Bonifacio José de Andrade e de sua molher Maria Barbara naturaes desta Villa, netto por parte Paterna do Coronel José Ribeiro de Andrade ja defunto natural das partes de Portugal, e de sua molher Anna da Silva natural desta Villa e pela Materna de Gonsalo Fernandes Soutto natural da freguezia de Santiago Comarca da villa Real do Arcebispado de Braga, e de sua molher Rosa de Viterbo natural desta villa forão Padrinhos o Doutor Ouvidor Joseph Gomes Pinto de Moraes viuvo e Rosa Jacintha, molher do Sargento Mor Manuel Angelo Figueira todos desta Freguezia, e para constar fiz este assento de hua lembrança que achei por fallecimento do Reverendo vigario na gaveta da Matriz desta villa. O Coadjuctor João Lim de Cordova. Nada mais continha o sobredito assento a cujo original fielmente me reporto e dou fé. São Paulo, 28 de Maio de 1921. F. de Sales Collet e Silva - Archivista da Cúria Metropolitana".

"Certifico que revendo o livro de baptizados do anno de 1775, da Paróchia de Santos, existente nos Archivos da Cúria Metropolitana, a folhas 82 encontrei o assento do teor seguinte: "MARTIM - Aos vinte sette de Junho de mil settecentos settenta e cinco nesta villa de Santos e Igreja Matriz della baptizey, e puz os Santos Oleos a Martim innocente filho do Capitão Bonifacio Joseph de Andrada e sua molher D. Maria Barbora ambos naturaes desta villa neto por parte do Coronel Joseph Ribeyro de Andrada, natural das partes de Portugal, e D. Maria digo D. Anna Borges da Silva natural desta Villa e pela materna de Gonsalo Fernandes Souto, natural das partes de Portugal, e Rosa de Viterbo, natural desta Villa: forão padrinhos o Excellentissimo General desta Capitania Martim Lopez Lobo de Saldanha, casado, e D. Rosa de Viterbo, molher do Sargento mor Manoel Angelo Figueyra, o qual me apresentou a procuração do dito Illustrissimo General, em a qual o constituhia seu procurador: de tudo fiz este assento eu o Vigr.º Manuel Alvares da S.ª - Nada mais continha o sobredito assento a cujo original fielmente me reporto e dou fé. São Paulo, 28 de Maio de 1921. F. de Sales Collet e Silva - Archivista da Cúria Metropolitana".

[4] Nem de outra forma se explica que, tendo Martim Lopes desembarcado no Rio de Janeiro a 5 de abril de 1775, e partido de lá por terra para S. Paulo, onde entrou a 13 de junho e tomou posse de seu cargo a 14, servisse de padrinho num batizado em Santos apenas treze dias depois de ter chegado à capital da Capitania que ia administrar. Aliás, o seu gênio ríspido, orgulhoso e grosseiro não se adjetivaria com semelhante liberdade, se não houvesse porventura entre ele e a família do batizando cordiais relações anteriores.

Ainda se tivesse feito a sua viagem por mar, conforme primeiramente concertara com o marquês de Lavradio, vice-rei do Estado do Brasil, seria natural que o capitão Bonifácio, como homem de reputação e de recursos, o cumulasse de tantos e tais obséquios na sua passagem por Santos que ficasse por isso autorizado a convidá-lo para padrinho do filho recém-nascido e ele obrigado a não recusar o convite. Não se tendo verificado tal hipótese, é lógico supor-se que entre Martim Lopes e a família Andrada já existiam relações antigas de amizade.

[5] Era "clérigo douto e exemplar, porém formalmente asmático, que padece quase todos os meses insultos mortais, e por isso inábil" (bispo frei MANUEL DA RESSURREIÇÃO, Relação da Diocese de S. Paulo, já citada, págs. 399 e 413).

Em conseqüência de seus padecimentos foi substituído no ano seguinte pelo bacharel em cânones João Ferreira de Oliveira Bueno, natural de Santos, de cujos méritos já dissemos atrás e que era descendente de Amador Bueno da Ribeira, fez parte do Governo Provisório de S. Paulo em 1821, dedicou-se a arriscadas tentativas de catequese de índios bravos e escreveu a respeito uma Simples Narração que a Rev. do Ins. Hist. Bras. publicou.

Em 1775, o padre Álvares residia à Rua Pequena, em companhia dos padres Manuel Venâncio e Manuel Pereira, mais três agregados e oito escravos; e o reverendo dr. Oliveira Bueno morava à Rua Direita, em companhia de três escravos (Recenseamentos do tempo, existentes no Arquivo do Estado).

[6] Obra citada, 1ª parte, página 62, nota 3.

[7] Obra citada página 18, n. 8.

[8] Na impossibilidade material de manusearmos toda a coleção das Memórias da Academia, de 1819 em diante, recorremos ao índice manuscrito existente na Biblioteca Pública do Estado, mas foi infrutífero todo o nosso esforço investigador.

[9] Documentos interessantes para a história e costumes de S. Paulo, v. XXX, páginas 174 a 180. O sr. REMÍGIO DE BELLIDO (obra citada, página 41) data de 1804 a nomeação de Martim para Inspetor das Minas; mas à página 47, sob nº 22, registra as suas viagens, feitas nesse caráter, como efetuadas nos anos de 1803 e 1804.

[10] Fundada, ou antes, reconstruída nas minas de Araçoiaba, por carta régia de 19 de agosto de 1799 (Documentos interessantes, v. XXX, página 174).

[11] A esse propósito, o mesmo sr. REMÍGIO faz grande confusão bibliográfica. À página 43, nº 3, da obra, registra um Jornal das viagens por differentes villas desde Sorocaba até Curitiba, principiadas a 27 de novembro de 1802, e publicadas na Rev. do Inst. Hist. do Brasil, cujo volume, aliás, não indica, mas que é o 45º, correspondente ao ano de 1822. Se S. S. tivesse compulsado o trabalho veria logo que o ano de 1802 ali está por simples erro de imprensa. O Jornal refere-se ao ano de 1804 e é a segunda parte do trabalho que S.S. inclui no seu opúsculo à página 47, sob nº 22, e o título - Jornal das viagens pela Capitania de S. Paulo, de Martim Francisco, estipendiado como inspetor das minas e matas e naturalista da mesma Capitania em 1803 e 1804.

Pelas suas referências parece que o nº 3 é trabalho diverso do nº 22, quando se trata somente de uma continuação da mesma excursão, interrompida em Sorocaba, prosseguida depois em direção a Curitiba, e cuja descrição original está incluída nos Jornaes de 1803 e 1804. E a circunstância de ter o sr. REMÍGIO perfilhado o erro tipográfico que antecedeu de dois anos a época da viagem, mais contribui para aumentar a deplorável confusão.

Também SACRAMENTO BLAKE (obr. cit. v. VI, pág. 245) labora num pequeno equívoco quando diz, em 1900, que o Inst. Hist. conservava inéditos até então esses Jornaes, já publicados havia dezoito anos.

[12] Eleito a 17 de agosto de 1765, para substituir o cônego Chantre, d. Manuel de Jesus Pereira. Serviu até 25 de janeiro de 1769, data em que renunciou (AZEVEDO MARQUES, obr. cit. v. 1º pág. 69, 1ª coluna).

[13] D. frei MANUEL DA RESSURREIÇÃO - Relação citada (Rev. do Inst. Hist. de S. Paulo, v. IV, páginas 352-353).

[14] Recenseamento da Capitania de S. Paulo, sob o governo de d. Francisco de Assis Mascarenhas (no Arquivo do Estado de S. Paulo).

[15] Idem, sob o governo do brigadeiro João Carlos de Oeynhausen (no Arquivo).

[16] A Província de S. Paulo (Commissão Central de Estatística), páginas 11 e 35.

[17] Recensesamento Federal, página 126.

[18] Synopse do Recenseamento Federal, página 99.

[19] ALBERTO SOUSA - Estudos Demográphicos, página 64.

[20] O dr. J. MENDES DE ALMEIDA - (Obr. cit. pág. 15, 1ª coluna) grafa Araçoiaba. Outros escrevem Birassinnava, Biraçoyava e Biraçoyaba.

[21] S. João Batista do Rio Verde, atual Itaporanga.

[22] Livro de Registro de correspondência de Franca e Horta, folha 32, verso.

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