Santos terminou os anos 80 mantendo sua tradição política e elegendo a esquerda para governá-la. Não mais a esquerda comunista
tradicional, mas através do Partido dos Trabalhadores, que escapara quase ileso da queda do Muro de Berlim, exatamente por não ser
tradicional. Foram duas eleições consecutivas. Os solavancos foram muitos, mas a cidade parecia querer ressurgir no cenário nacional, retomar
as energias perdidas durante o longo período de interdição política. Os solavancos nacionais não eram menores.
No biênio 83/85 assume o clínico Mario da Costa Cardoso Filho, que posteriormente foi também presidente da Associação Médica
Brasileira. Nesse período a classe enfrentava uma nova realidade: o fim da época romântica do exercício da Medicina. Eram tempos de luta para
que os convênios respeitassem a Tabela AMB, paralisação do serviço médico em Praia Grande. Também os médicos participaram, então, do Movimento
Diretas Já, para a eleição do presidente da República.
Durante a próxima diretoria, 85/87, falava-se em Santos na reativação do cassino do Monte Serrat, que seria uma grande atração e
incentivo para o turismo local. Na AMS estava na presidência o psiquiatra Gilberto Simão Elias, em uma fase em que foram realizadas várias
assembléias durante o movimento de paralisação dos médicos da Prefeitura de Santos. Sem esquecer, é claro, que em 85 comemoramos 40 anos de
barraca de praia, uma recordista essa "velhinha".
Os 50 anos da AMS foram comemorados na presidência de Itiberê Rocha Machado, que tinha na vice-presidência José Luiz Camargo Barbosa,
que o sucedeu, assumindo a AMS em uma fase em que novamente os médicos se defrontavam com o achatamento salarial e o domínio dos convênios que
queriam determinar o seu preço. Em 89 o povo saiu às ruas para festejar o direito de votar novamente para presidente da República.