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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Clubes
Clube Atlético Santista (1)

Sobre o Clube Atlético Santista, conta Olao Rodrigues, em seu Almanaque de Santos - 1971 (edição do autor, impresso na W. Roth & Cia. Ltda., em S. Paulo/SP):

Fundado num 7 de setembro

O Clube Atlético Santista nasceu na sede de uma escola, a Academia de Comércio José Bonifácio, na Rua da Constituição, nº 56, palacete de amplas dimensões, muitas salas, grandes corredores, 40 janelas, e todo o prédio revestido de azulejos portugueses. Fora mansão de um benfeitor da Cidade, João Otávio dos Santos, o criador do Instituto Profissional D. Escolástica Rosa.

Não durou mais de 1 hora e 18 minutos o ato de fundação e instalação, na manhã de 7 de setembro de 1913, na sala do Museu de História Natural e Física do acreditado estabelecimento de ensino, que hoje é a Associação Instrutiva José Bonifácio. Nessa histórica reunião, aclamou-se o nome de Clube Atlético Santista, escolheram-se as cores sociais e também se procedeu à eleição da primeira diretoria: presidente, Odair Delamare Porchat de Assis; vice-presidente, Tales de Melo; 1º secretário, Nicolino Ipólito; 2º secretário, Geraldo Maestre Alvarez; 1º tesoureiro, Nélson Espíndola Lobato; 2º tesoureiro, Lauro Maia.

Os fundadores: Abelardo Gonçalves Torres, Adolfo Porchat de Assis (diretor da Academia de Comércio José Bonifácio), Alfredo João Pabts, Álvaro Monteiro Morgado, Antônio Bonilha da Cunha, Casimiro Reis de Vasconcelos, Djalma Guajarino Maia, Edgard Galvão Bueno, Eugênio Guilherme Pabts, Geraldo Maestre Alvarez, Hércules Galvanese, José Peres Ferreira, Lauro Maia, Lauro de Sousa e Silva, Marçal Castelões, Marino Lima, Nélson Buarque de Gusmão, Nélson Espíndola Lobato, Nicanor Behn Franco, Nicolino Ipólito, Nilo Silva, Odair Delamare Porchat de Assis, Otávio Gardner Hayden, Osmar Buarque de Gusmão, Robert Alex Sandall, Salvador De Maria, Santo Estêvão Caruso, Sócrates Aranha de Meneses e Tales de Melo, a que se juntaram, por direito, Poly Serpa Pinto e José Pinto Blandy.

Sede social do clube, na fase de construção em 1971
Foto publicada com o artigo

Futebol, um desengano - O Atlético foi preferencialmente criado para a prática do futebol amador e nessa modalidade muito se distinguiu no esporte citadino, tornando-se tricampeão (1918-19-20). Ingressou na Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea), de onde foi alijado com graves prejuízos financeiros, o que o levou a demandar contra a entidade dirigente do futebol paulista. Depois, surgiu na Laf, ao lado de outros clubes dissidentes, ainda na categoria de clube amador. Nas três entidades a que esteve filiado - Asea, Apea e Laf - alcançou esplêndidos triunfos, mercê da pujante organização de suas equipes representativas, em que figuraram exímios e famosos atletas.

O alviverde praticou futebol em três campos distintos e não próprios, como o do Jóquei Clube, o da Vila Matias (na Avenida Ana Costa, onde hoje se levanta a Igreja do Coração de Maria), e o da Avenida Conselheiro Nébias, entre a Rua Da. Luísa Macuco e a linha férrea da Cia. Docas, que é atualmente uma das áreas da Companhia de Usinas Nacionais.

Se o futebol lhe deu fases de fastígio, notadamente no ciclo municipal, quando se tornou tricampeão da Cidade, é certo que esse gênero de esporte quase lhe provocou o colapso definitivo, em face da atitude hostil e desabrida da Apea.

O clube só não morreu porque fluíra de um ideal, e ideal nunca morre. Dias penosos, de graves implicações econômico-financeiras, ensombraram a vida do alviverde, que resistiu a todos os golpes adversos mercê do espírito enérgico e vigoroso dos administradores e reduzido grupo de colaboradores.

Da crise ao progresso social - Pode-se dizer que os bailes salvaram o Atlético. Tentar a continuação no futebol, não! Ademais, esse esporte tornou-se abertamente profissional, e essa atividade mais ainda induziu o clube a afastar-se definitivamente do pebolismo, no que andou certo depois do que se vê por aí...

Dos acanhados bailes no salão da Rua D. Pedro II, surgiu a fase efervescente da Humanitária (N.E.: Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio), em que o "arroz-com-couve" (N.E.: referência às cores do clube, branco e verde), reequilibrando-se, partiu para a etapa de expansão social, com o corpo associativo a crescer, a capacidade financeira a desenvolver-se e o clube a experimentar novos lances de segurança e prestígio.

Os bailes na Humanitária, em cujo palacete também se instalou a sede social, foram, na verdade, um grande instante na atividade promocional do benquisto grêmio, fundado sob os mais vivos auspícios naquela manhã de 7 de setembro de 1913.

O Atlético adquiriu terreno na Avenida Washington Luís, pagou-o, contratou a construção do ginásio suspenso, dos raros no País, inaugurou-o festivamente em 1949 e eis o novo alviverde em radiosa vivência, de mãos dadas com o adiantamento e expansão esportivo-sociais.

Ginásio de tamboréu, na fase de construção em 1971
Foto publicada com o artigo

Uma sede, um monumento - Se o ginásio, de elegante fatura arquitetônica, se prestou a memoráveis porfias de bola-ao-cesto e voleibol e a concorridos bailes, com destaque para os de aniversário e carnaval, outras imponentes construções efetivaram-se, naquele amplo terreno de Vila Matias, como o grill de verão, suas deslumbrantes piscinas e o ginásio de tamboréu, o maior do gênero construído no Brasil.

Havia o mais importante a levantar: a sede social. Com a compra de imóveis circunvizinhos, a importante obra foi iniciada e ainda hoje se ergue, já bem adiantada, sem prazo determinado para conclusão, pois o Atlético quer dispô-la com recursos próprios, sem ficar devendo nada a ninguém, como sentença da atual diretoria. Não é sede comum. Terá um salão para bailes e outras festas, de 34x70 metros, ou 2.584 metros quadrados, sem colunas, com plenos recursos de utilização, em que os freqüentadores experimentarão os maiores elementos de conforto e bem-estar.

Impressionante pelo vão livre, construído em consonância com os mais rigorosos detalhes da moderna arquitetura, esse edifício-sede tornar-se-á dos maiores, senão o maior, do Estado e do País, enriquecendo e orgulhando uma comunidade.

É obra de considerável aplicação financeira, que o Atlético empreende sem a ajuda de quaisquer órgãos creditícios, senão com os recursos que lhe são peculiares, sem prazo prefixado de acabamento. (...)

Aí está o novo Atlético, uma agremiação que se fundou para a prática de futebol, de cuja modalidade se tornou expoente na Cidade e no Estado. Se obteve imarcessíveis triunfos no campo da luta, sofreu injustiças na escuridão das secretarias de órgãos de mando.

Viu-se abandonado, renunciou ao futebol, quase se extinguiu. Mas lutou e venceu. Adotou outros tipos de esportes. Desenvolveu recreações e alargou o prestígio associativo. O Dia do Veterano, que (...) Oscar Martins Pinheiro imaginou como evento comemorativo do aniversário do clube, é uma das mais encantadoras realizações sociais, que cresce ano a ano em prestígio promocional.

Em 12 de janeiro de 1934, o jornal santista Gazeta Popular fez este registro em foto-legenda:

A PRAÇA DE ESPORTES DO ATLÉTICO SANTISTA - As arquibancadas da nova praça de esportes do Atlético Santista. Elegantes e confortáveis, representam o esforço dinâmico dos abnegados dirigentes do valoroso alviverde

Imagem: reprodução de jornal, cedida a Novo Milênio pelo historiador Waldir Rueda

Em 21 de abril de 1960, o jornal santista A Tribuna publicou este anúncio, na pág. 2:

REVISTA ATLETICANO - EDIÇÃO EXTRA - A diretoria do Clube Atlético Santista comunica que já está em circulação a edição de Atleticano, contendo farta matéria sobre o Bloco das Esmeraldas, os carros alegóricos e o Palácio Encantado, como homenagem ao Campeoníssimo. Os associados podem procurar seu exemplar na secretaria do clube, com o cobrador; em Novolar, Rua João Pessoa, 20; Modas Teixeira, Rua General Câmara, 10; e na Casa Pepe, Rua Amador Bueno, 137

Imagem: reprodução de jornal

Em 18 de janeiro de 2008, o jornal santista A Tribuna registrou, na seção Foto do passado (página A-13):

SANTISTA - Reunidos como uma grande família, associados do Clube Atlético Santista posaram para o fotógrafo na antiga sede, na Avenida Ana Costa, em 1917

Foto: reprodução, publicada com essa legenda

Uma ampliação dessa imagem foi publicada pelo mesmo jornal A Tribuna em 5 de novembro de 2012, seção Foto do passado (página A-10):

HÁ 95 ANOS - Grupo do Clube Atlético Santista, que possuía terreno na Avenida Ana Costa, em 1917. A foto pertence ao leitor Delmiro Antello

Foto: reprodução, publicada com essa legenda

O mesmo jornal A Tribuna registrou em 15 de julho de 2005, na seção Imagem do passado:

A equipe de basquete infantil do Clube Atlético Santista sagrou-se campeã do torneio patrocinado em 1954 pelo Jornal de Esportes, do Rio de Janeiro. Na foto, do acervo de Pérsio Loureiro Pereira, estão, em pé, da esquerda para a direita: Alves, Márcio, Teixeira, Carlos Donato, Lauro Farinas, Zé Maria (Pinheiro Neto) e Sudan. E agachados, também da esquerda para a direita: Pérsio, Luís, Luís Firmo (Mão de Onça), Brancato e Souza

Foto: reprodução, publicada com essa legenda

Ainda no jornal A Tribuna, na seção A Tribuna nos anos 60, do jornalista Hamleto Rosato, referente à quarta-feira, 4 de setembro de 1963 - publicada em 4/9/2004:

Fotos batidas durante o desfile do Atlético Santista

ATLÉTICO NOS ANOS 50 TEVE DESFILE - Estava o Clube Atlético Santista comemorando seu jubileu de ouro. Razões de sobra tinha o presidente Gonsalo Peres Gil para festejar a data, pois o clube continuava crescendo, aumentando seu patrimônio e dando mais diversão e lazer aos associados. Sem desmerecer os demais presidentes, não se pode deixar de ressaltar a administração do Gil, que, com muito amor ao clube e muita garra, deixou o Atlético como um dos melhores clubes do Estado e mesmo do País. Do programa organizado constou desfile de fanfarras do Colégio Santista, Ginásio Anglo-Americano e Liceu São Paulo, que teve a participação de sócios fundadores, diretores, associados e famílias dos atletas. O prefeito José Gomes participou das comemorações.

Foto: reprodução, publicada com essa legenda

A Tribuna também registrou, em 20 de março de 2009, na seção Foto do passado:

SANTISTA - A foto, pertencente ao acervo de José Carlos Dias, mostra a equipe de vôlei juvenil do C.A. Santista, tricampeã santista (1955/56/57). Em pé, da esquerda para a direita, estão: Laerte (técnico), Gabriel, Sudan, Juliano, Nicolau, Ferreira e Emílio Buckman (diretor). Agachados: J. Carlos, R. Chadad, Paulo, Samuel e Roberto

Foto: reprodução, publicada com essa legenda, na página A-13

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