Fachada social do Clube de Regatas Santista, em 1971
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Um dos mais antigos do Brasil
A despeito da velha e respeitável existência, não é a
agremiação mais antiga de Santos, pois o Azulão proveio da fusão de duas outras sociedades náuticas: Clube Nacional de Regatas e Clube
Internacional de Regatas. Essa aliança ocorreu em 3 de abril de 1893, em reunião havida na Rua Amador Bueno nº 8, sob a presidência do Sr. Olegário
Rocha e secretariada pelo Sr. Joaquim Lopes Gouveia. Como dirigente dos trabalhos, o Sr. Olegário Rocha sustentou a necessidade da fusão do Nacional
com o Internacional, como o desejavam os sócios de ambos os clubes, propondo o Sr. José Maria de Queirós Matos, com aprovação unânime, que,
estabelecida harmoniosamente a ligação, o órgão associativo nascente passasse a denominar-se Clube de Regatas Santista.
E assim surgiu o Azulão, cuja primeira diretoria teve a seguinte constituição:
presidente, Abraão Bitton; vice-presidente, Artur Skey; tesoureiros, Manuel da Costa Oliveira e Charles Wright; secretários, Joaquim Lopes Gouveia e
João Ribeiro; diretores zeladores, Domingos L. A. Rendo, José Maria Queirós Matos, Manuel de Carvalho Osório A.P. Lopes Arpuca, Serafim Pereira da
SIlva, Augusto Fonseca, Domingos Peixoto e Júlio César da Silva.
Segundo falam as crônicas, os gaúchos reivindicam a glória de possuir o clube náutico
mais antigo do Brasil, o Guaíba, de Porto Alegre - que não mais subsiste - surgido da fusão do Clube de Regatas Guaíba, fundado em 29 de outubro de
1982, com o Clube de Regatas de Porto Alegre, em 21 de novembro de 1888. Em que pese esse registro, não se pode assegurar se o esporte do remo em
nosso País surgiu em Santos ou Porto Alegre, por isso que, lavrada em 3 de abril de 1893, a ata da fundação do Clube de Regatas Santista não
assinala as datas da fundação do Nacional e do Internacional, que se fundiram na histórica reunião a que nos reportamos.
Ginásio esportivo do Clube de Regatas Santista, em 1971
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Antigo e ativo - O Clube de Regatas Santista colecionou imarcescíveis triunfos
no esporte náutico, dignificando a Cidade, o Estado e honrando o País. O mais rico e precioso troféu já disputado em remo, tanto no Estado como no
País, a Taça Câmara Municipal de Santos, toda de prata maciça, pesando 7 quilos, verdadeira jóia de arte, pelo valor moral e material, está na sede
do Azulão, guardada a "sete chaves", como expressão de pujança técnico-esportiva.
Eis a relação dos vencedores da 1ª Taça Câmara Municipal de Santos: 11/12/1910, C.R.
Santista; 12/11/1911, C.R. Saldanha da Gama; 6/10/1912, C.R. Espéria; 9/11/1913, C. Internacional de Regatas; 8/11/1914, C. Internacional de
Regatas; 14/11/1915, C.R. Tietê; 12/11/1916, C. Internacional de Regatas; 11/11/1917, C.R. Santista; 11/5/1919, A.A. São Paulo; 20/11/1919, A.A. São
Paulo; 28/11/1920, C.R. Vasco da Gama; 20/11/1921, C.R. Santista; 26/11/1922, C.R. Santista.
A segunda Taça Câmara Municipal de Santos foi instituída pela Lei nº 694, de 16 de
julho de 1923, assinada pelo Sr. Arnaldo Ferreira Aguiar, vice-prefeito em exercício. Segundo aquele diploma legal, a Taça Câmara Municipal de
Santos foi criada para entrar em disputa anual entre os clubes filiados à Federação Paulista das Sociedades do Remo, ficando de posse do concorrente
que vencesse durante três anos consecutivos ou quatro alternados. O Clube de Regatas Santista quase também abiscoitou esse segundo troféu, pois
venceu em 1926 e 1927.
Eis as provas conquistadas em competições oficiais pelo Clube de Regatas Santista:
1909 e 1914, Prova Clássica S.R. São Paulo; 1908, 1915 e 1919, Prova Clássica Associação Protetora dos Homens do Mar; 1910, 1917, 1921 e 1922, Prova
Clássica Câmara Municipal de Santos (1º troféu); 1911, Campeonato do Remo do Estado de São Paulo; 1912, 1913, 1915, 1917 e 1919, Campeonato Paulista
do Remo; 1926 e 1927, Prova Clássica Câmara Municipal de Santos (2º troféu); 1929, Prova Dr. Inácio Tavares Guimarães; 1934, Campeão Santista,
Paulista e Brasileiro.
Fase social - Com o remo a ser envolvido pelo dinamismo que dominava outras
modalidades esportivas, o Santista deixou suas históricas instalações da Bocaina em 1943, transferindo-se para a Ponta da Praia, onde ergueu pequena
e precária sede, conhecida como Cabana do Pai Tomás.
Mas o clube, reagindo à fase de marasmo que ameaçava contê-lo, avançou para as grandes
realizações esportivo-sociais, já com considerável quadro associativo. E no dia 23 de setembro de 1953, na presidência de Manuel Neves dos Santos,
realizou a solenidade do assentamento do marco inicial do soberbo edifício-sede, cuja primeira pedra foi lançada pelo conselheiro Acácio Augusto de
Almeida. Outras pedras surgiram e hoje o clube possui uma das principais sedes da Cidade, em edifício de soberbas linhas arquitetônicas.
Depois veio o Ginásio de Bochas Acácio Augusto de Almeida, o primeiro, aliás, com
cobertura de cimento-armado construído no Estado, cuja pedra fundamental foi lançada em 25 de setembro de 1958.
Demolida a primitiva e acanhada sede, foi festivamente inaugurado o conjunto de
piscinas, na presidência de Joaquim Alves da Costa Fonseca, em 1963, com a primeira pedra lançada no ano anterior.
Nos dias atuais, ergue-se imponente o Ginásio de Esportes Otávio Corrêa, onde deverão
praticar-se tênis de mesa, judô, bola-ao-cesto, volibol, futebol de salão, hóquei e patinação, além de servir para grandes bailes, como os de
carnaval. |