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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - MADEIRENSES
Madeirenses em Santos (3-G)

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Quando habitantes da montanhosa ilha da Madeira resolveram migrar para o Brasil, encontraram na região de Santos um dos melhores lugares, a começar pelo nome da ilha, São Vicente, que recordava localidade homônima em seu arquipélago do meio do Atlântico. Além disso, ilustres patrícios já os antecederam, trazendo na bagagem os instrumentos e as técnicas para a usinagem do açúcar e o preparo do vinho, além de atuarem como entreposto no comércio entre Brasil e Portugal.

E, em Santos, as encostas dos morros lembraram também sua montanhosa terra natal. Em terras santistas, a colônia madeirense ficou conhecida por suas festas e pelas bordadeiras, que continuaram em terras brasileiras as técnicas ancestrais que deram fama à sua ilha.

Esse é o tema de um livrete editado em 1992 pela Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Santos, com apoio da Comissão Municipal de Folclore e Artesanato, em trabalho escrito por Francisco Ribeiro do Nascimento, com ilustrações de Lauro Freire, capa de Eugênio Lara e fotos do arquivo do Diário Oficial/D.O.Urgente, Casa do Folclore, Assessoria de Comunicação/PMC e Tadeu Nascimento:

BORDADOS DA MADEIRA NOS MORROS DE SANTOS [7]
Tema na Alemanha

Com a organização e funcionamento da União das Bordadeiras do Morro de São Bento, coordenada pela Casa do Folclore "Prof. Albino Luiz Caldas", o trabalho das artesãs foi ganhando projeção. O resultado alcançado já era dos mais animadores, tanto para elas, como para nós, orientadores.

Participamos então, durante o segundo semestre de 1988, como ouvintes, do curso de nível de pós-graduação sobre "Folclore, comunicação escrita e a comunicação oral", ministrado pelo professor-doutor Américo Pellegrini Filho, ECA-USP - Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Na conclusão desse curso, surgiu a oportunidade de apresentarmos na Alemanha este projeto e pesquisa do artesanato típico madeirense nos morros de Santos-São Paulo.

A convite do Instituto de Estudos da Cultura Musical no Mundo da Língua Portuguesa, com sede em Colonia, tivemos a satisfação de integrar um grupo de estudiosos brasileiros, com a missão de apresentar trabalhos e participar de eventos culturais ligados às áreas de música sacra e tradições populares, enraizados dentro da vasta cultura luso-brasileira.

A delegação, contando com o apoio da Fundação Konrad Adenauer, Sociedade Teuto-Brasileira, e do Instituto dos Estudos da Cultura Musical no Mundo da Língua Portuguesa, seguiu a 29 de agosto de 1989 com destino a Frankfurt. Em ônibus especial rumou para a cidade de Schwabisch Gmündo, hospedando-se no Hotel Pelikan e nesse mesmo dia foi recepcionada com um jantar de confraternização.

Na ocasião, oferecemos, aos patrocinadores dessa missão de intercâmbio cultural, coleções de gravuras de telas alusivas a Santos, impressas pela Prodesan (empresa mista municipal), de autoria do nosso famoso artista plástico Benedito Calixto (1853-1927).

Ainda em Schwabisch Gmündo, nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, a delegação participou do Congresso sobre o tema "Música e Religião", no grandioso e belíssimo auditório da Fundação Konrad Adenauer.

Sob a eficiente coordenação do doutor Antônio Alexandre Bispo, pesquisador brasileiro, de há muito radicado na Alemanha, o grupo prosseguiu viagem de ônibus, efetuando contatos culturais: na Catedral de Speyer e na Abadia de Santa Hildegard, em Kiedrieh Maria Laach, Bonn e Colonia. Em Bonn visitamos a casa de Beethoven transformada em museu, onde nasceu o famoso compositor de música clássica (1770-1827).

Em Maria Laach/Rheinland, fomos hospedados de 4 a 6 de setembro no Convento dos Frades Beneditinos, participamos do colóquio "Tradições Musicais Cristãs e o Secretismo no Brasil" e na sede do Instituto de Estudos Hinológicos e Etnomusicológicos (Consociatio Internationalis Musicae Sacrae, de Roma), da noite de autógrafos do livro (dois volumes) escrito em alemão, de autoria do doutor e musicólogo Antônio A. Bispo, intitulado Fundamentos da Cultura Musical Cristã no Mundo Extra-Europeu. O espaço geográfico de Direito de Padroado Português. O ato foi prestigiado pelo monsenhor doutor Hohannes Overeth, presidente do Instituto, e pelo professor doutor H.C. Josef Kuchertz, presidente do Instituto de Música, em Berlim.

No dia 7 de setembro, comemoramos a data de nossa Independência, viajando e visitando outros pontos turísticos e culturais até chegarmos à cidade de Colonia, no final da tarde do dia 8. Fomos recepcionados nas dependências do Centro Português pelo padre doutor Armando da Luz Borges e membros da colônia, que nos hospedaram carinhosamente em suas residências durante três dias.

Tivemos, assim, a oportunidade de conhecer as excelentes condições de vida e informações sobre o trabalho das famílias lusas.

No dia 9, participamos do "Encontro Sobre Folclore Luso-Brasileiro" no auditório da escola Humboldt-Gymnasium (Aula), apresentando os trabalhos e pesquisas a respeito de "Ditados de Origem Portuguesa na Música Popular Brasileira", de autoria de Neide Rodrigues Gomes; "Bordados da Madeira nos Morros de Santos", de Francisco Ribeiro do Nascimento; "Aspectos da Linguagem Através da Imprensa de Portugal e do Brasil", de Américo Pellegrini Filho; "Festa do Divino em Vila Carrão" (São Paulo), de José Gerardo M. Guimarães; "Rodas e Brinquedos Cantados de Origem Portuguesa no Brasil", de Alberto T. Ikeda. Presentes também no evento os professores Martim Braumwieser, Luiz F. A. Soares, Martha Haung, Simone Godoi e Ely Camargo, que apresentaram seus trabalhos em encontros anteriores, já citados.

Houve ainda, neste encontro, as apresentações de dois ranchos folclóricos típicos portugueses da colônia local: o São Pedro de Colonia e o Campinas, de Renscheid.

E encerrando essa proveitosa excursão, no dia 10 (domingo), todo grupo assistiu missa na igreja Grob St. Martin, totalmente restaurada dos danos causados pela II Guerra Mundial (1937-1945), hoje Paróquia dos Membros da Missão Portuguesa, em Colonia.

No dia 11, em companhia do professor doutor Américo Pellegrini Filho, da ECA/USP, partimos da Alemanha de trem via Bruxelas, Paris, interior da Espanha até a Estação Santa Apolonia, em Lisboa, chegando no dia 13. Em seguida fomos a Sintra, participar de 16 a 30 de setembro das principais sessões do seminário internacional Dias do Centro Histórico. Debate "Sintra Patrimônio Cultural e Natural", a convite da Divisão de Cultura da Câmara Municipal daquela cidade turística. O escritor Eça de Queiroz (1845-1900), o maior escritor português da geração realista, deu à região de Sintra um relevo e um papel particular na representação da vida cotidiana do século XIX. Em alguns de seus romances - O Primo Basílio, A Tragédia da Rua das Flores e Os Maias - descreve os ambientes, tanto naturais quanto sociais, de Sintra, como espaço necessário à compreensão das personagens. (5).

Jornal A Tribuna de Santos, quarta-feira, 28 de junho de 1989:

Francisco Ribeiro do Nascimento vai à Alemanha divulgar bordados santistas
Foto: Anésio Borges

Bordadeiras dos morros, tema na Alemanha

O trabalho das bordadeiras do Morro do São Bento vai, em breve, ser conhecido na Alemanha. A informação é dada pelo presidente da Casa do Folclore Professor Albino Luiz Caldas, Francisco Ribeiro do Nascimento, que participará de Seminário de Cultura Luso-Brasileira, marcado para setembro, em Colonia, na Alemanha, promovido pelo Instituto de Estudos da Cultura Portuguesa. Especialistas de São Paulo também estão elaborando trabalhos para serem apresentados nesse seminário e possivelmente também em Funchal, capital da Ilha da Madeira.

A idéia está sendo coordenada, na Europa, pelo professor Antônio A. Bispo, um pesquisador brasileiro em etnomusicologia e que reside em Colonia; no Brasil, a coordenação é do Instituto de Estudos de Folclore - Iefolc, com apoio da Casa do Folclore Albino Caldas, de Santos.

A programação inclui palestras, concertos, demonstrações e apresentações de trabalhos focalizando temas diversos: Pesquisa e Recriação Plástica de Arte Indígena Brasileira, a cargo de Yolanda L. dos Santos; Ficção Científica e Contos de Fadas de Portugal e Brasil, por Américo Pellegrini Filho; O Cavaquinho: da Ilha da Madeira ao Brasil, Alberto Ikeda; Ditados na Música Popular, Neide R. Gomes; Folcmúsica e Música Erudita, Lea M. da Rocha; Cirandas - em Portugal e no Brasil, Laura Della Mônica; e Festa do Divino em São Luiz do Paraitinga, José Geraldo de Souza.

Os oradores são professores do Iefolc, USP e Unesp e é provável, ainda, a participação dos professores Saul Martins, de Minas Gerais; Ilza F. Pellegrini, Gerardo Guimarães e Maria Francisca Junqueira, todos de São Paulo. Está confirmada a ida à Alemanha da presidente da Associação de Folclore e Artesanato de Guarujá, Esther S. A. Karwinsky, que apresentará trabalho sobre Venenos e Contra-venenos de Cobra.

Bordadeiras dos morros - O trabalho de Francisco Ribeiro do Nascimento intitula-se Bordados da Ilha da Madeira nos Morros de Santos. Ele explica que está relacionado com o levantamento efetuado a partir de 1984, pela Casa do Folclore, juntamente com as Secretarias de Promoção Social e de Relações do Trabalho, mais a Associação Promocional Educativa (Aspe). "Estou pesquisando ainda mais o assunto, pretendendo levantar características do artesanato madeirense em Santos e aproximá-lo daquele que é produzido na Ilha, além de ser uma tentativa de resgate dessa manifestação tradicional popular, realizada sob a orientação do professor Américo Pellegrini Filho, da ECA-USP e presidente do Iefolc".

Nascimento lembra, em seu trabalho, que a colônia portuguesa em Santos tem influência significativa na vida cultural da população local: "Os bordados da Ilha da Madeira são uma manifestação do artesanato português, que começou a ocorrer nos morros de Santos principalmente a partir de 1950, quando chegou uma grande leva de imigrantes, que se estabeleceu principalmente nos morros de São Bento e Nova Cintra, cujas características topográficas são muito próximas às da Madeira. O trabalho tem ainda um objetivo: chamar a atenção para a grande possibilidade dos bordados da Ilha da Madeira serem transformados em atração turística em Santos".

Para poder concretizar sua ida à Alemanha, o pesquisador santista contou com patrocínio cultural da Osram do Brasil, cuja matriz está sediada na Alemanha. Os demais participantes do seminário estão aguardando apoio da Fapesp e da Capes. Ainda como parte da programação do seminário, duas exposições serão mostradas em Colonia, pelo Iefolc e Casa do Folclore Albino Caldas; uma sobre a arte erudita de Yolanda dos Santos, derivada de criações indígenas, e outra de Waldomiro de Deus, um dos mais consagrados artistas folclóricos do Brasil.

Repercussão do trabalho

A Câmara Municipal de Santos, em sessão realizada dia 31 de setembro de 1989, aprovou requerimento de autoria do vereador Edmur Mesquita, solicitando a inserção, em ata, de voto de congratulações, tendo em vista o convite recebido pelo coordenador do projeto de resgate e pesquisa denominado "Bordados da Madeira nos Morros de Santos", para apresentá-lo na Alemanha.

O vereador justificou que naquele país Francisco Ribeiro do Nascimento exibirá farta documentação escrita e  fotográfica, slides e vídeo dos magníficos trabalhos desenvolvidos pelas bordadeiras da Ilha da Madeira radicadas nos morros de Santos.

A prefeita municipal Telma de Souza, ao retornar da Europa, em missão oficial, e em especial da Ilha da Madeira, para retificar o Protocolo de Geminação de Funchal e Santos "Cidades Irmãs", convidou as integrantes da União das Bordadeiras do Morro de São Bento para um encontro, dia 21 de janeiro de 1990, na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, depois da missa dominical. Na oportunidade, a prefeita falou sobre sua viagem, do resultado do intercâmbio. Mostrou aos presentes as peças adquiridas no Instituto de Bordados e Tapeçaria da Madeira.

Nessa reunião, informal trocou impressões sobre as características do bordado da Ilha e o dos morros de Santos. Colheu informações sobre o projeto coordenado pela Casa do Folclore Prof. Albino Luiz Caldas e afirmou àquelas artesãs o apoio do Governo Municipal.


Telma de Souza compara trabalhos adquiridos na Ilha da Madeira
com os produzidos nos morros de Santos

Continuidade do projeto

Mostra de Bordados da Madeira no IPC - Jornal A Tribuna de Santos,  21/10/89, p. 11. "Nos dias 21 e 22 de outubro de 1989, a União das Bordadeiras do Morro São Bento, com apoio da Casa do Folclore Prof. Albino Luiz Caldas e da Secretaria de Estado da Promoção Social, promove mais uma exposição e vendas dos trabalhos das bordadeiras daquele morro, no Ilha Porchat Clube", e mais:

No Orquidário, os Bordados de Madeira - Jornal A Tribuna de Santos, 24/3/90, p. 11.

A Antiga tradição dos Bordados Madeirenses - D. O. Urgente de Santos, 29/3/90.

Bordado da Madeira e Plantas, Exposição - Jornal A Tribuna de Santos, 1/4/90.

Bordados da Madeira Voltam ao Orquidário - Jornal A Tribuna de Santos, 5/5/90, p. 7.

Curso Ensina a Bordar como na Madeira - Jornal A Tribuna de Santos, 24/5/90, p. 22.

Bordados da Ilha da Madeira em Exposição no Ilha Porchat - Jornal A Tribuna de Santos, 5/4/91, p. 6.

Bordados - subtítulo, Jornal A Tribuna de Santos, 9/6/91, p. 26.

Com estes títulos das matérias publicadas nos jornais citados, está registrada a continuidade do trabalho, do projeto de resgate, bem como a valorização do artesanato madeirense, que a partir de março de 1990 passou a ter o apoio oficial do governo do Município de Santos, através das Secretarias de Turismo e de Cultura.

Desta data em diante, foram realizadas outras exposições e venda dos bordados, no Orquidário Municipal, no período de 24 de março a 1º de abril; dias 5 e 6 de maio; 7, 8, 9, 15 e 16 de setembro; 8 e 9 de dezembro de 1990, e nos dias 6 e 7 de abril no Ilha Porchat Clube, e de 10 a 15 de junho de 1991 no Miramar Shopping, em comemoração do Dia de Portugal (10 de junho), com o apoio do Conselho da Comunidade Portuguesa de Santos e Região.

Também a partir de 21 de maio de 1990, a Casa da Madeira de Santos cedeu seus salões para exposição e venda permanente do artesanato típico madeirense, abriu inscrições para um curso de bordados, atendendo assim antiga reivindicação da União das Bordadeiras do Morro de São Bento.

Além da implantação de cursos que certamente hão de despertar o interesse de tantas outras senhoras - portuguesas ou não -, acreditamos (e quanto) no protocolo de Geminação, assinado, como já frisamos, entre os chefes do Executivo de Santos e de Funchal.

Por essa Declaração de "Cidades-Irmãs", esperamos um novo alento e incentivo às bordadeiras dos morros de Santos. Uma das cláusulas do Protocolo em questão enfatiza a necessária colaboração recíproca para o desenvolvimento das relações culturais e artísticas entre os dois municípios. É claro que o bordado da Madeira nos Morros de Santos se enquadra dentro destes objetivos.

E, assim, este artesanato deve ser preservado e apoiado como uma fonte de geração de renda familiar e como uma contribuição, ainda hoje, na formação cultural do nosso povo, a exemplo do que vem ocorrendo há quase 500 anos, desde a chegada das caravelas portuguesas.



Coordenadoria da União das Bordadeiras

A União das Bordadeiras do Morro de São Bento conta em sua Coordenadoria com a eficiente colaboração de:

Maria Júlia Fernandes - 62 anos, nascida no Campanário, Ilha da Madeira. Há 55 anos lida com tecidos de linho, cambraia, percal e tergal, transformando-os em jogos de cama, toalhas e caminhos de mesa, vira-mantas para bebê, roupinhas infantis, paninhos de cobrir pão etc.

Maria Cândida Catanho, conhecida como Maria Rodrigues Lima - 67 anos, nascida no Distrito da Freguesia de São Vicente, na Ilha da Madeira, começou a riscar e desenhar seus bordados aos 7 anos de idade, mora no Brasil desde 1952; borda verdadeiras preciosidades, confecciona seus trabalhos em ponto matiz, areia, crivo, caseado, cheio, richelieu, bolinha, cordão, oficial, viuvinha, cavacas e ilhões.

Maria Paixão de Abreu - 62 anos, nascida em Campanário, já dedicou mais de meio século aos bordados da Ilha da Madeira. Com dedal, linhas e agulha, ela mostra todo seu talento em jogos de cama, caminhos de mesa, toalhas de banquete, lencinhos, panos de pão e enxovais de bebê.

Beatriz Freitas Leão - 66 anos, nascida no Distrito de São Martinho na região de Funchal, Ilha da Madeira, pegou pela primeira vez linhas, agulha e pano aos 11 anos de idade para aprender os bordados típicos de sua terra natal. Há 39 anos residindo no Morro São Bento (Santos), ela é uma das continuadoras da tradição portuguesa, esmerando-se sempre nos riscos e nas cores dos seus trabalhos.

Maria Teresa Gonçalves Pestana - 54 anos, chegou ao Brasil em 1959, procedente do Distrito de São Vicente, Ilha da Madeira. Ela veio se encontrar com o marido com quem se casara por correspondência, e com ele se instalou no Morro de São Bento (Santos). Como fazia em Portugal, no Brasil também passou a bordar lençóis, toalhas de bandeja e de mesa, lencinhos, jogos americanos e enxovais para bebê. Produz intensamente há 42 anos.

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