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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CINEMA
O cinema em Santos (9-A)

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Mesmo na área do bairro do Gonzaga conhecida como Cinelândia - devido à concentração de cinemas ali verificada nos anos de 1960 a 1990 - as salas de projeção cinematográfica também foram desaparecendo, suas áreas sendo reaproveitadas para centros comerciais, prédios de escritórios e até... mini-cinemas (em comparação com os antigos), como foi registrado nesta matéria do jornal santista A Tribuna, em 14 de maio de 2005:
 


Foto: Nirley Sena, publicada com a matéria

Gonzaga terá o 1º multiuso da Cidade

Depois de quatro anos, o destino do terreno que abrigou um dos principais cinemas da Cidade, o Cine Iporanga, finalmente foi decidido. O local ganhará o primeiro complexo multiuso da Cidade, que contará com um minishopping, escritórios, apartamentos e salas de cinema. O empreendimento é uma parceria da Vértice Construções Civis Ltda. e da AMC Holding.


Empreendimento deve ser iniciado entre setembro e outubro deste ano. 
Previsão de entrega é de 36 meses
Foto: Nirley Sena, publicada com a matéria

GONZAGA
Um complexo multiuso

Construtora Vértice e AMC Holding investirão R$ 35 milhões para erguer empreendimento que reunirá lazer, comércio e moradia no local onde funcionava o Cine Iporanga

Amanda Guerra
Da Reportagem

A espera acabou. Depois de quatro anos, o destino do terreno que abrigou um dos principais cinemas da Cidade, o Cine Iporanga, finalmente foi decidido. O local, situado no número 469 da Avenida Ana Costa, no coração do Gonzaga, ganhará o primeiro complexo multiuso da Cidade, que contará com um minishopping, escritórios, apartamentos e salas de cinema.

A construção do complexo, orçado em cerca de R$ 35 milhões, deverá ser iniciada entre setembro e outubro deste ano. A previsão é que o empreendimento esteja pronto em até 36 meses.

O projeto do complexo foi protocolado na Prefeitura na última quarta-feira. O empreendimento é uma parceria da Vértice Construções Civis Ltda. e da AMC Holding.

"Não dava para imaginar no local um empreendimento que não tivesse uma vertente comercial. Então, tentamos pensar em um projeto que atendesse aos apelos da sociedade. É uma obra que vai ser um marco para Santos", explicou a engenheira Iná Loureiro Quintas Castaldi, uma das diretoras da Vértice, a A Tribuna.

Ao todo, o empreendimento ocupará 40 mil metros quadrados e contará com 27 andares, sendo 18 deles reservados para cerca de 108 apartamentos de dois quartos.

Os três primeiros andares comportarão um centro de compras e de lazer, que inclui quatro salas de cinema e aproximadamente 70 lojas. Nos três andares posteriores ficarão 70 salas comerciais.

"O santista tem um carinho especial pelo local, onde antes funcionou o Cine Iporanga. Faltava um empreendimento deste porte no Gonzaga. Com certeza, esse projeto trará uma revitalização para o bairro", afirmou André Canoilas, representante da AMC Holding.

De acordo com Modesto Quintas Vilanova, também diretor da Vértice, o objetivo do empreendimento é oferecer uma opção a mais de compras e de lazer para os moradores da Cidade. A idéia é que junto às salas de cinema haja também uma praça de alimentação. "Eventualmente, a pessoa poderá morar no empreendimento, fazer suas compras lá e trabalhar também".

Diferencial - Outro diferencial do empreendimento, esclareceu Iná, serão os três andares de garagem no subsolo, com capacidade para mais de 300 vagas. Um dos andares será reservado para os moradores e, os outros dois, para os freqüentadores e funcionários das lojas e dos escritórios.

"O centro de lazer terá escadas rolantes e todo o sistema de ar-condicionado. Pensando na qualidade e na segurança, faremos três entradas distintas e com elevadores separados para os moradores, os freqüentadores do centro de compras e de lazer e para os escritórios".

A previsão é que as quatro salas de cinema tenham capacidade para 185 lugares cada, totalizando 740 cadeiras, incluindo espaço adaptado para portadores de deficiência física. A inclusão das salas no projeto foi pensada para satisfazer o desejo dos moradores da região e dos antigos freqüentadores do Cine Iporanga.

"Não temos ainda definido o nome da cadeia de cinemas que comandará o local", afirmou Vilanova. Segundo o diretor, acima dos apartamentos haverá um andar com área de lazer para os moradores, que comportará uma academia, quadra poliesportiva e uma piscina com 20 metros de raia.

"Dentro do espaço das lojas haverá um minimercado: uma espécie de loja âncora. Ainda não pensamos em um nome para o empreendimento. Eventualmente, poderá ter uma relação com o Iporanga, uma homenagem. Mas isso ainda será analisado com os nossos parceiros comerciais".


Iná Castaldi, André Canoilas e Modesto Vilanova expuseram o projeto
Foto: Nirley Sena, publicada com a matéria

Expectativa de santistas sobre a obra é grande

Desde o fechamento do Cine Iporanga, em 5 de março de 2001, moradores da Cidade e ex-freqüentadores do cinema aguardavam ansiosos para saber o que seria feito do terreno. A curiosidade dos santistas aumentou ainda mais depois que a estrutura foi demolida, em junho do ano passado.

Atualmente, pedestres e motoristas que passam pela frente do terreno, cercado por tapumes, não resistem em dar uma espiada para tentar ver se há alguma obra sendo feita no local. A cena, que se repetiu diversas vezes na tarde de ontem, foi acompanhada de perto por A Tribuna.

 

Cine Iporanga fechou em 2001 e foi demolido no ano passado

 

"Trabalho aqui no Gonzaga há muitos anos e fiquei muito chateado quando o Iporanga fechou. Era um dos freqüentadores. Mas acho que a renovação é sempre necessária. Não se pode parar no tempo. Eu acho que vão construir um shopping. E, se for, vai ser ótimo para a região", arriscou o comerciante Ney Pustiglione, que ontem passava pelo local.

Outro que lamentou a perda das salas de cinema foi o professor e sociólogo George Papatzanakis. "Gostaria que fizessem novas salas. Poderiam instalar também um teatro privado. Não temos nenhum. E a Cidade está precisando de novos investimentos na área de Cultura. Realmente, foi uma perda para Santos o fechameanto do Iporanga", disse ele em tom nostálgico, após uma parada rápida em frente ao terreno.

Para a assistente social Fátima Silva Azevedo, a solução seria construir um hotel com salas de cinema na área, um "consolo para os antigos freqüentadores".

"Fiquei muito chateada com o fechamento. Mas, se fizessem um hotel com cinemas, seria muito bom para os turistas que vêm para a Cidade. Duas opções em um só local".

Memória

Foto: publicada com a matéria

O Cine Iporanga foi inaugurado em 1954 e, mais tarde, adequando-se aos novos conceitos de cinema, foi transformado em três salas - Iporanga 1, 2 e 3. Durante os 37 anos de funcionamento, muitos santistas freqüentaram o local, que faz parte da história cultural da Cidade.

Nos anos 80, por exemplo, os grandes lançamentos do cinema provocavam filas em frente ao Iporanga que viravam o quarteirão da Avenida Ana Costa. No imóvel, que pertencia à família Freixo, funcionaram também uma livraria, uma casa de café, um restaurante e uma lanchonete.

Após o fechamento, o terreno foi vendido a um grupo de empresários. O valor foi mantido em segredo. Fazia parte do consórcio Therezinha Calçada Bastos, proprietária da extinta Refrigerantes de Santos. Após uma recomposição societária, Therezinha deixou o negócio, que foi assumido pela Vértice Construções Civis Ltda. e que será incorporado pela AMC Holding.

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